Redamancy

Inquieto

Os efeitos do pós cio parecem só começarem a me atormentar no segundo dia, talvez seja porque é o dia que eu fico menos dolorido, então sem tanta dor, deve ser o bastante para o meu ômega interior — sádico — me fazer me humilhar por atenção e ficar maluco por uma marca. Meus sonhos sendo marcado tinham acabado, até estranhei, mas hoje, eu acabei tendo um sonho desses que me fizeram acordar em prantos implorando por uma marca. Por sorte o Naruto sabe que comigo nesse estado, não pode realizar meus desejos, — por mais que pareça ser quase um teste de resistência para ele —. A única coisa que ele pode fazer é me acalmar e dizer que me daria uma marca, mas que agora não é o momento certo. Sempre acabo impressionado com esse autocontrole dele. Me impressiona também o Naruto ter conseguido se segurar por tanto tempo no hospital, não sei agradeço ao respeito dele comigo ou aos remédios que o deixavam meio dopado e mais calmo. Acho que um pouco dos dois.

Acho que o Naruto nunca me marcaria se eu dissesse que não quero, mesmo dizendo que quero ele não faz porque sabe que não estou no melhor estado pra tomar uma decisão.

Paro de olhar para minhas mãos e encaro o jardim na minha frente, já é de tarde, e essa é a primeira vez que estou na parte de trás da casa. Que é um grande quintal. É uma área tão enorme que chega a ser um desperdício não colocar uma piscina pelo menos, não é como se o Kakashi não tivesse dinheiro para fazer a manutenção de uma. Se tivesse mesmo uma piscina aqui, já teria entrado a um tempão, ainda está um pouco frio, mas eu entraria de todo jeito, mesmo congelando. Gosto muito de piscinas, só praia que me quebra um pouco. Não é que eu odeie. Só odeio a correnteza me puxando, as algas que grudam na minha pele me fazendo gritar pensando que é um tubarão, a areia com o pé molhado. O lado bom, mais do que bom, incrível, é o cheiro do mar e escutar as ondas, as comidas dos vendedores ambulantes. Um verdadeiro caso de amor e ódio.

Sinto os dedos do Naruto tocarem meu rosto, deslizarem por ele me fazendo suspirar sentindo seu toque.

— No que está pensando?— Ele pergunta e viro o rosto irritado, por mais que o quintal esteja agradável, eu só tô aqui porque fui obrigado.

— Que sou um presidiário e é hora do banho de sol.

Vejo o Naruto se aproximar pelo canto do olho e deixa nossos corpos mais juntos, uma das mãos dele vão para minha cintura e os lábios dele encostam na minha bochecha.

— Não seja tão frio comigo. Eu tô até do seu lado.— Você tá na sombra palhaço.— Meu amor, você está tão pálido que não me surpreenderia você tá com falta de vitamina D.

— Eu já tomo vitamina!

— Pior ainda. Você sabe que precisa ir pro sol pra fazer efeito, não sabe?— Desde quando? Que palhaçada! Se é assim, eu fico no sol, pra que eu vou gastar meu dinheiro com vitamina sendo que tenho que tomar sol de todo jeito?

— Se eu ficar todo vermelho por causa do sol vou te matar.

— Não vamos passar muito tempo, só o bastante pra você ver o céu, a grama, sentir o calor do sol. Isso é bom.

— Se for assim, eu já sentir o calor do sol e já vi a grama e a caceta do céu , vamos pro quarto.— Ele me beija de novo e fico irritado, me beijar não vai me fazer gostar de está queimando no sol.

— Estamos aqui não faz nem quatro minutos, só mais um pouquinho meu amor.

— Pra você que gosta de se bronzear é fácil. E você nem pode, acabou de fazer uma tatuagem, não pode deixar ela exposta ao sol.

— Eu sei. Mas eu passei protetor solar e tô de camisa, não precisa se preocupar.

— Passou?— Quando ele passou? E quem ajudou?