Possessividade

390 33 65
                                        

Depois de poucos dias — dois dias — passando por um inferno que mais pareceram durar uma eternidade, até que fim meu corpo se acalmou. Parece que não sinto essa calmaria a semanas. Meu corpo não está queimando, não estou com febre e não estou desesperado para ser tocado pelo Naruto. Que a essa altura do campeonato deve está aliviado porque quase não o deixei em paz depois que transamos, tanto que estava estampado no rosto dele o choque por eu negar todas as sugestões de pausa, sem falar que nem me lembro como paramos, se desmaiei ou fui desmaiado, bem, agora posso fazer coisas do dia a dia como normalmente. Mas fazer o que? Só durmo e assisto televisão, tô começando a me sentir entediado, então vou fazer o de sempre quando me sinto desse jeito. Vou tentar aprender algo que ainda não sei.

Bisbilhotei os livros do Kakashi e por incrível que pareça, ou nem tanto assim, ele tem uma coleção de "Jardim dos amassos" em três idiomas diferentes, além de edições para colecionador e edições diferentes, ele tem umas cinco prateleiras só para os mesmos livros.

Depois do choque que é saber o quão viciado ele é nisso fui ver outras opções, tem livro de direito — é lógico —, mas não tenho interesse em saber mais sobre as leis e coisas assim, tem livro de filosofia mas já basta minha fase na adolescência viciado nesses livros que me deixou em uma profunda crise existencial. Mas tem um de biologia, por que ele tem um desse? Bem, vai ser você mesmo meu amigo.

Levei o livro para o quarto, assim o Naruto pode usar o escritório sem problemas, que por sinal, está fazendo o almoço agora, espero que não seja aquele lombo, ele fez um tão bom que comi várias vezes e agora não consigo nem sentir o cheiro mais.

Passo um bom tempo preso naquelas páginas, me sinto profundamente curioso quando o assunto é biologia, mas acabo sendo chamado pelo Naruto então fecho o livro e vou até a mesa de jantar. Me sinto um pouco surpreso por já saber algumas coisas, só que essas coisas são explicadas de uma forma diferente, mais explicadas e aprofundadas. Me sinto animado para começar a tagarelar sem parar para primeira pessoa que vejo na minha frente, então assim que chego na mesa de jantar me sento na cadeira e encaro ele sorrindo, que parece ficar confuso com a minha estranha animação.

— Tenho medo de perguntar, mas por que está sorrindo tanto meu amor?— Já estava preste a responder mas antes mesmo disso ele me interrompe.— Já sei, é porque eu sou muito bonito e você percebeu que sou o amor da sua vida.

— Nada disso. Querido, acredito que você já deve saber que pode existe vida em condições extremas. Mas você sabia que uma delas são micro-organismos chamados extremófilos? Eles são capazes de viver em condições hostis, como fontes termais vulcânicas, lagos altamente salinos e até mesmo em locais com alta radioatividade. E por causa desse organismo pode nos ajudar a compreender os limites da vida aqui, e até a possibilidade da existência em outros planetas. Legal, não é?

— Me magoou dizendo que não era nada disso, eu tenho sentimentos, sabia?

— Como se você não já soubesse a resposta.

— Que eu sou lindo e o amor da sua vida? É sempre bom ouvir isso da boca do meu namorado.

— Você é lindo e o amor da minha vida.

— Sou mesmo?— Ele fica sem jeito mesmo tendo me pedido para falar isso.— Me conta mais depois de comer, aí a gente pode conversar o quão lindo eu sou e o quão lindo e inteligente você é. Agora você só precisa se alimentar bem.— Concordo mas em menos de um minuto já voltei a falar.

— Querido, você também sabia que as plantas podem se comunicar? Mesmo elas não tendo órgãos sensoriais como os animais, as plantas são capazes de se comunicar. Tipo, quando uma planta é atacada por pragas, ela pode liberar sinais químicos para alertar outras plantas vizinhas sobre o perigo, assim permitindo que elas se preparem para se defender.

RedamancyOnde histórias criam vida. Descubra agora