Redamancy

Má Sorte

Mesmo estando deprimido e chorando tanto ele começou a reprimir as lágrimas, dizer que está cansado de chorar toda hora, não sou um bom entendedor de sentimentos, pior ainda com um ômega que é tão indecifrável. Eu quero conforta-lo, então tento fazer o que está ao meu alcance, palavras não dão muito certo, então libero mais dos meus feromônios, não posso exagerar já que o cio dele está próximo que só torna isso mais complicado de se lidar. Então o abraço com um pouco de força, então a respiração dele fica mais calma, seu coração volta a bater normal, não como se ele tivesse prestes a ter um infarto e as lágrimas param. Depois de alguns minutos garantindo que a calmaria continue deitamos na cama, os dois virados de lado, encarando um ao outro.

Ainda não entendo como ele pode ser tão atraente assim, mesmo estando chorando ou tendo acabado de acorda ele parece sempre pronto para ser uma capa de revista. Sempre impecável.

— Se sente mais calmo agora?— Ele se aproxima um pouco mais perto de mim, parecendo meio distante, beijo a bochecha dele e o escuto suspirar.

— Você já deve tá de saco cheio de ter que me acalmar toda hora, você acabou me conhecendo e viu uma parte de mim que deveria ter demorado mais para conhecer. Viu vezes até que demais, parece que eu tô em um eterno pós cio.

— Não. Você teve que entrar em um hospital que é seu pior pesadelo, machucou todo seu pulso para me salvar, não quero que imagine que estou fazendo isso porque acho que tenho uma dívida com você. Isso faz parte da nossa ligação, do nosso relacionamento. Você faria loucuras para me salvar e eu também faria. Nós dois provamos isso muito bem. Pare de dizer que devo está de saco cheio, ou cansado de te ver assim, eu não estou, do mesmo jeito que você não está quando eu fico te provocando toda hora e quando só falo de sexo.

Ele começa a rir, sinto que sua risada é como música para meus ouvidos e sorrio junto.

— Você nos últimos dias não vem falando muito sobre sexo. Deixa. Tendo em conta o que aconteceu é plausível não falamos sobre sexo.

— Você falou antes de eu sair. Que precisaria se cansar para poder dormir.

— Tem razão. Eu não deveria ter tocado no celular, talvez agora eu e você poderíamos está transando agora.

— Para que eu só tô usando uma peça, não vou conseguir disfarçar.— Ele rir.

— Como foi a conversa com seus pais?— Humilhante.

— Consegui explicar o que aconteceu, então eles ficaram mais tranquilos.— Dou uma risada.— Assim que cheguei pensei que deixaria de ser o primogênito da família. Mas agora vou ser tanto paparicado que vai dar até raiva.

— Você tem irmãos?

— Só um.— Ele parece ficar tão em choque que parece está até em outro mundo.— Eu acho que já te falei, se lembra do tubarão da Croácia mas não lembra que tenho irmão?

— Groenlândia.

— Meu amor. Tá bem pertinho.

— 4.196 km é perto?

— Como você sabe a distância?

— Isso não importa. Seu irmão.

— Meu irmão? Bem, ele tem uns dezesseis, eu acho, parece está namorando e eu e ele somos a cara do nosso pai.

— Muito parecido?

— Quase idênticos, parecemos até irmãos. Minha mãe tem raiva porque nenhum de nós dois puxamos a ele na aparência. Somente na personalidade, um pouquinho.

— Como é sua mãe?

— Ruiva e alta. Parece que está preste a matar qualquer um que ousar respirar errado quando chega perto dela, sabe você naquele dia quando você ficou irritado e disse que faria uma águia de sangue em uma pessoa? É ela em tempo integral. Quando falei que não iria para festa, ela falou que iria me matar e meu pai e irmão, porque não queria ter que ficar olhando para meus sósias.