O caminho é mais longo que imaginei, vi Sasuke contar detalhe por detalhe dos dias que ficamos no hospital, coisas que até eu tinha me esquecido, e olha que não passamos tanto tempo lá. Sua memória é de dar inveja a qualquer um. Agora ele está mais calado já que já falou tudo que tinha para falar em uma hora ou menos, talvez o silêncio e balançar do carro esteja deixando ele sonolento, bem, o que não deixa ele sonolento? Mas acho que o Sasuke está tentando se manter acordado, talvez tentando me mostrar que não dorme onde encosta. Posso sentir seus feromônios ficando mais doce que o normal, um pouco mais forte também, quero toca-lo, beijar, sentir seu corpo perto do meu. Quando me dei conta estava com meu rosto enfiado no pescoço dele e com minha mão apertando sua coxa.
Me afastei mas recebi uma expressão diferente da que eu esperava, pensei que receberia uma expressão de desaprovação, ou de constrangimento, como quando tentei transar com ele na limusine. Mas ele só estava com o rosto avermelhado. Não transparecia constrangimento, nem desaprovação, só vergonha mesmo e fundo de satisfação.
— Que foi?— Sasuke pergunta baixinho.
— Nada.— Ele junta seus lábios no meu e logo separa, dando um beijo em minha bochecha e colocando minha mão na coxa dele. Então digo sussurrando, esperando que a conversa continuasse só entre nós dois.— Pensei que não queria que eu te tocasse.
— Não estamos em um hospital com vários novas espécies com ouvidos apurados. E sinto falta dos seus toques.— Talvez seja os sentimentalismo do pré cio, se é que isso existe ou foi só uma invenção minha, mas tenho certeza que o cio dele estando chegando essa carência pelo meu toque depois daqueles dias, deve ser algo reconfortante.
Quando aperto a coxa dele fico um pouco frustado, tocar é bom — muito bom —, mas sem tocar na pele dele é um pouco frustrante, gosto de sentir o calor da pele.
— Temos que comprar comida, talvez produtos de limpeza, até toalhas ou lençóis. E se tudo estiver com cheiro do seu amigo? Eu vou acabar vomitando.
— Se tiver algo com cheiro dele farei questão de tirar.
— Por que isso de vomitar?— Kurama pergunta levando uma cotovelada.— Por que você tá me batendo? Eu sou um beta, não entendo esses códigos. Vou levar um tiro por uma pergunta?
— Ômega e alfas quando passam muito tempo juntos criam um vínculo, quando esse vínculo é feito os dois criam uma tolerância ao feromônios de qualquer outra pessoa. Eu fico com dor de cabeça e enjoado.
— Mas isso não acontece com família, não é?— Ele leva outra cotovelada.— Eu vou bater esse carro e vai ser pro seu lado!
— Criamos vínculos com a família também, esse é o vínculo familiar, tanto que quando somos crianças criamos vínculos com nossos pais, se tem uma boa relação, é claro. Tipo, na infância, as crianças choram fazem birra. Os pais liberam feromônios e elas se acalmam. Nós não criamos vínculos afetivos como se fosse um namorado com alguém que seja da nossa família, não é impossível, mas é muito incomum, uma chance em um bilhão.
— Acontece com primos?
— Tem o mesmo sangue, então é como falei, é bem incomum, é como se tivemos uma trava para impedir que isso aconteça, mas não é impossível como eu falei.
— Não me entenda mal Naruto, só por curiosidade. Um beta e um alfa ou um beta e um ômega podem criar um vínculo?
— Não. Quer dizer, talvez sim, mas só seria da parte do ômega ou alfa, sendo um vínculo mais sentimental. Mas quando não a ação de feromônios não dá pra criar um vínculo tão forte como de um alfa e um ômega. E novas espécies também. Por que tá me fazendo tantas perguntas hoje?

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Redamancy
FanfictionDepois de uma desilusão com a carreira profissional Sasuke é convidado para ir em uma balada, mas mal pensava ele que depois de passar a noite com um desconhecido sua vida iria mudar de forma drástica. • Omegaverse • Narusasu • +18 A imagem da capa...