Tempestade

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Desde a hora que abri meus olhos minha cabeça lateja e meu corpo parece está sendo puxado para baixo a cada passo que tento dar, reunir forças para levantar da cama nem é o mais difícil, o mais difícil é conseguir continuar de pé depois que levanto, continuar racional e não deixar minha agonia tomar conta da minha sanidade — que a essa altura está se esgotando cada vez mais —, não quero me descontrolar por causa do que estou sentindo, sei que com o Sasuke vou conseguir me manter estável, mas se não, com certeza vou me estressar e acabar me descontrolando com algo que provavelmente não vai ser nada demais. Talvez eu brigue por território, talvez eu desmaie como o Sasuke. O que eu devo fazer que não vai preocupa-lo?

O tempo que passei me arrumando e depois indo pro trabalho foi o tempo que tive para pensar, mas pensar com sua cabeça parecendo que vai explodir é quase um desafio, um teste de resistência, tanto que tive que pedi para o Kurama dirigir, porque se eu fosse dirigir, provavelmente acabaria tendo algum acidente. Tem horas que pareço ter um apagão e qualquer coisa me distrai, não consigo nem me concentrar quando o Sasuke está falando.

Acho que prefiro levar um tiro do que está sentindo isso, é menos doloroso, com certeza, e da pra saber que depois de um tempo a dor vai parar.

— Chegamos!— O grito dele faz meus ouvidos zumbirem, e respiro fundo tirando meu cinto.— Porra, você tá com ouvido enfiado no cu?

— Você quer que eu quebre sua traqueia? Que eu perca a pouca paciência que tenho e desconte tudo em você? Porque se eu fizer isso, e você sendo um beta, sabe muito bem que não vai aguentar muito.

— É piada, eu tô brincando! Senhor.

— Eu não estou.

Descer do carro, caminhar até o elevador pareceu não ter fim, como se fosse uma caminhada tortuosa.  Com um zumbido em meu ouvido que me faz sentir como se eu não controlasse meu próprio corpo, sendo um telespectador de um filme em primeira pessoa no meu próprio corpo.

"Bom dia senhor", essas palavras ecoam minha cabeça e a única coisa que quero é que essas pessoas parem com essa falsa gentileza, por que não podem apenas me ignorar ou correrem de medo como sempre? Pelo menos no elevador foi como sempre, sozinho, apenas com a companhia desse terrível mal que me perturba, como uma doença lenta que só parece ser algo passageiro mas quanto mais tempo passa mais dor e incômodo você sente.

Encaro o pequeno painel onde mostra que andar estou, e suspiro fundo vendo que estou chegando no meu andar, tento colocar um sorriso na boca, assim que a porta do elevador abre faço de tudo para que essa energia ruim que deve está me circulando ir embora. Assim que chego perto do meu escritório vejo que o Sasuke não está sentado atendendo ligações como normalmente, eu chego perto da mesa e vejo sua bolsa e suspiro aliviado, pensei que ele não tivesse vindo.

Entro no meu escritório e vejo o Sasuke arrumando algo em minha mesa, ele me encara e sorri, meu coração até acelera, espero ser por causa do amor que sinto pelo Sasuke e não um infarto.

— Parece feliz, meu amor.— Digo fechando a porta e me aproximo dele.

— Ganhei dinheiro. Cem libras.— Assim que chego perto o suficiente sinto seus feromônios invadirem meu nariz e senti como se o peso que parecia me puxar para baixo aumentasse, mas é diferente do que eu estava sentindo antes, parece mais com uma moleza, como se o cheiro dele tivesse feito meu corpo relaxar.— Você me escutou? Parece aéreo de novo.

— Achou na rua?

— Não... Querido, você dormiu bem?— Ele coloca as mãos dele no meu rosto e respiro fundo sentindo seu toque quente, e seu aroma ficar cada vez mais forte, as minhas mãos vão para cintura dele e o puxo mais para perto.— Por que não se senta? No sofá.

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