HANGAR

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Caetano rapidamente colocou seu casaco e saiu. Ele estava andando corajosamente pelo chão congelado, sabendo que Antony podia estar caído. Caetano foi para o sul, e então viu um flash de luz à distância.

Caetano: ( O hangar! Sim, eu devia ter lembrado disso mais cedo. O velho Lorde tinha um hangar onde a família guardava máquinas e ferramentas. )

Ele foi direto para lá porque agora tinha certeza de que Antony estava lá dentro, são e salvo. E de fato, ele estava!

Caetano: Você está bem?

Antony começou a se aproximar dele, com raiva no olhar. Ainda assim, mesmo que seus olhos irradiassem fúria, o corpo Caetano não se moveu.

Antony: Eu estou bem, mas VOCÊ não vai estar. O que diabos você está fazendo aqui? Eu te disse para não sair!

Caetano: Eu estava preocupado...eu não deveria ter me importado, você é tão ingrato. Como você pode ser tão sem coração? Você sumiu por tanto tempo, então eu pensei...

Antony: Ninguém se importa comigo, então você também não devia. Droga, Caetano! Você não devia saber de tudo. Saia daqui!

Antony começou a empurrar ele para fora, nada suavemente, mas Caetano se recusou a se mover.

Caetano: Não vou! O que você está fazendo aqui? Me conte!

Então ele olhou por cima dos ombros de Antony e viu vários modelos de aviões, uma mesa com várias partes de metal e então, no meio, o que ele queria esconder.

Caetano: Você tem um avião!

Caetano estava feliz por finalmente ter descoberto o que Antony fazia esse tempo todo.

Antony: Não é um avião, mas uma aeronave.

Antony soltou a mão de Caetano, mas ainda ficou na frente dele, de forma que, mesmo que ele tentasse, não podia se aproximar do objeto voador.

Caetano: Por que você está escondendo isso? Como conseguiu? Não ilegalmente, eu espero. Sabe, não tem muita gente que pode pagar por algo assim.

Antony: Olha, você não devia ter visto isso. Se alguém te perguntar alguma coisa, você deve dizer que não sabe de nada. Caetano, você está me deixando doido de todas as formas possíveis. Saia, vamos para casa.

Ele o empurrou para fora do prédio e desligou a luz. Caetano começou a tremer assim que o vento frio tocou suas bochechas. Antony agarrou ele pelo braço e começou a arrastá-lo para casa.

Caetano: Pensei que algo ruim tivesse acontecido com você, seu babaca!

Antony: Você está certo, eu sou um babaca. E você é uma raposa. O tempo todo você estava morrendo de vontade de ter uma chance de xeretar.

Caetano: Porque você não queria me contar! Me diga o que está escondendo e eu não vou mais bisbilhotar. Vá a merda!

Caetano se livrou do domínio de Antony e começou a correr para longe. O frio arranhava a garganta dele, lágrimas queimavam seus olhos e seu coração estava partido. Caetano não tinha ido muito longe quando pisou em um buraco e caiu no chão. Apesar da sua perna começar a doer, ele se mexeu para tirá-la do buraco, e então duas mãos fortes o levantaram no ar.

Antony pegou Caetano em seus braços e começou a andar para casa. Caetano estava todo sujo e talvez ferido, mas acima de tudo, se sentia desapontado. Apesar da respiração quente de Antony ser agradável nas bochechas dele, Caetano não queria olhar ele nos olhos.

Caetano: Me coloque no chão! Eu vou para casa

Antony: Não, você não vai para casa.

Antony o segurou mais forte e continuou a andar em passos largos.

Caetano: Ah, sim, eu vou. Você mesmo me afugentou, não acredito que se esqueceu tão rápido.

Antony não deu atenção às palavras dele e o levou para dentro de casa. Antony o colocou no sofá e Caetano sentiu como se ele tivesse se livrado de um fardo.

Caetano: Você quer que eu vá embora logo ou não? Se decida logo. Eu não te entendo, você age como se fosse bipolar.

Antony: Eu mesmo não entendo. Eu estava sozinho, então você veio e... eu tentei te afugentar tantas vezes, e toda vez que você ia embora, eu... eu não sei. Eu te dou uma escolha para você poder ir embora sozinha, já que eu sou fraco demais pra te fazer ir embora, e você escolhe ficar. Você está deixando isso ainda mais difícil para mim assim...

Caetano: Bem, eu posso pegar as minhas coisas e ir embora, mas não tenho dignidade. As vezes me parece que você me adora, e em outros momentos que você quer me apagar da face da terra.

Antony: Não exagere!

Caetano: Sobre o quê? A ideia de você me adorar? Isso é um problema, certo? Você não quer admitir para mim e para si mesmo que não quer ficar sozinho. Mesmo que isso signifique estar comigo!

Antony: Tudo é a porra do problema! Eu vou deixar esse lugar em breve e não devia permitir que...

Caetano: ...Que eu me apaixone por você? Não tente esconder, eu sei que é verdade! Isso é o que te preocupa, certo?

Antony: Você é persistente e eu sou fraco e... esse cabelo, esses olhos... o que você faz comigo com esses lábios? Você está me enfeitiçando, me hipnotizando! Eu digo sim quando devia dizer não.

Caetano ficou furioso, levantou do sofá e gritou com ele.

Caetano: ENTÃO DIGA A PORRA DA PALAVRA DE UMA VEZ POR TODAS! DIGA NÃO PARA GENTE E TERMINE ISSO ENTRE NÓS DOIS!

Antony virou de costas para ele, e depois de alguns segundos de silêncio, falou.

Antony: Não...

Continua...

O toque da Besta (Romance Gay +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora