O NOVO MORADOR ⁵

1K 91 3
                                    

Ele estava atrás dele, mas Caetano não sentia ele, só conseguia ouvir a sua voz. Caetano decidiu enfrentar o medo, pela primeira vez na vida.


Caetano: Vá em frente, puxe o gatilho!

Antony: Ah, nós temos um ladrão!

Caetano: Eu não sou ladrão!

Antony: Ah, mesmo? Como você chama ter invadido a minha propriedade, talvez envenenado meu cachorro e invadido a minha casa?

Caetano: Eu tenho uma explicação. Não envenenei o seu cão, dei comida para ele. E sobre invadir a sua casa, a porta estava aberta, então não foi uma invasão, e sobre invadir a sua propriedade... Bem, tenho uma explicação pra isso também.

Antony: Então, vamos ouvir a sua última confissão.


Antony tentou assustar Caetano, sem saber do fato de ele não temer a morte.


Caetano: É meu dever familiarizar você com a ordem dessa vizinhança. E mais, os locais me mandaram pra resolver os mal entendidos que tiveram.

Antony: Mal entendidos?! Só quero que todos vocês desgraçados fiquem longe de mim. Saia daqui!


Ele começou a gritar e a empurrar Caetano para a porta. O toque dele era agressivo, mas Caetano não ligava.


Caetano: Não vou! Foi VOCÊ que veio para a nossa cidade, nosso território. Você causa desconforto nas pessoas aqui, e elas só querem respeito. Elas não merecem ser insultada, você tem que ter isso em mente.

Antony: Vá embora! Saia daqui! Quem diabos é você? Advogado deles?

Caetano: É exatamente quem eu sou! Conheço todas 4.598 pessoas que moram aqui, você é o único que causa problemas e o meu dever é resolver isso. Essa cidade é conhecida pela educação e gentileza das pessoas.


Caetano notou pelo som dos passos dele que ele afastou a arma.


Antony: Ah, que sorte eu tenho de vir para a cidade mais educada da Inglaterra. Só quero que vocês me deixem em paz, vá embora agora e não volte!


A ordem dele foi dura, mas os instintos de Caetano ganharam no fim. Ele começou a se virar vagarosamente, contudo, no instante seguinte ele sentiu a mão calejada no seu pescoço. Antony não estava tentando machucar ele, só tentando virar sua cabeça de volta.


Antony: Eu disse para não se virar! Não olhe para mim!

Caetano: Vou fazer isso de bom grado, Antony, mas não vou embora antes de entrarmos num acordo.

Antony: Por que você está me chamando pelo nome? Por que sequer está falando comigo? Por que você é tão teimoso? Está me forçando a ser violento, e eu nunca fiz nada violento com um homem como você antes...

Caetano: Porque acho que nós nos conhecemos, pelo menos antigamente.


O suspiro profundo dele revelava sua confusão, então Caetano decidiu usar isso. Ele abruptamente se virou e então tropeçou e caiu no chão.


Caetano: Ah, Deus...

Antony: Eu te avisei!



Antony: Eu te avisei!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Antony Knox, 28 anos.


Caetano viu um grande homem olhando para ele de cima, sem a intenção de ajudar ele a levantar. Enquanto Antony olhava para ele amargurado, Caetano estava analisando ele. Sua pele, começando da garganta, passando pelos braços, até seus tornozelos, que estava coberta de tinta preta. Mas Caetano não conseguia entender os detalhes das tatuagens, o jeito que Antony estava vestido e o amargor no seu olhar o deixavam intimidador.

Mas Antony não queria intimidar ele, Caetano se recusava a pensar nisso. Ele só sentou no chão olhando para ele como se estivesse enfeitiçado, de alguma forma, Caetano sabia que a tempestade dentro dele passaria com o tempo.


Caetano: Antony? Essa não é a primeira vez que nos vemos. Tenho que admitir que você mudou muito, mas você pode pelo menos apertar a mão de um velho amigo de escola, ou só oferecer a mão para ele se levantar? Mas ao invés disso, só ganhei de você o cano de uma arma apontando para a minha cabeça!


O olhar confuso de Antony encorajou Caetano a continuar.


Caetano: Agora você me dá uma ajuda para levantar e nós vamos conversar como pessoas normais?


Ele tinha certeza que Antony estava tentando lembrar quem era ele.


Antony: Não!


Antony deu um passo para trás, apontando o dedo para a porta. Ainda assim, Caetano não quis desistir, ele levantou e foi até Antony.


Caetano: Você me disse uma vez que eu seria o melhor advogado da cidade, que eu salvaria animais perdidos e ofereceria um lar para eles. E olhe você agora, está me expulsando da sua casa, você compartilhou chocolate comigo uma vez, e agora nem quer me dar um oi!


Antony ainda estava vasculhando a memória.


Caetano: Você sabe quem eu sou? Você lembra de mim?


Ele chegou ainda mais perto dele.


Antony: Caetano? Caetano Campbell?

Caetano: Meu sobrenome agora é Riot, mas sim, você adivinhou certo. Podemos recomeçar? Antony Knox, bem-vindo a Kingsley!


No entanto, Antony não mostrava sinais de desistir.


Caetano: Ok, parece que eu não conheço você afinal. Você mudou, completamente.

Antony: isso mesmo.

Caetano: O que você está fazendo aqui?

Antony: Não é problema seu!


Caetano estava parado perto dele com seus braços cruzados, assim como Antony. Foi então, quando ele estava quase respirando no rosto dele, que Caetano sentiu, o cheiro da pele de um homem, testosterona e madeira. Era tão impressionante como o dono.


Caetano: Tudo bem, devia ter previsto isso. Vamos dizer que esse tipo de boas-vindas foi inesperado.


Caetano falou com Antony bravamente.


Caetano: Até a próxima, Antony.

Antony: Não vai ter uma próxima. As correntes estão na cerca e você não é bem-vindo aqui.

Caetano: Até a próxima, Antony!


Caetano se virou e saiu da casa corajosamente. Ele estava andando triunfante e não tinha medo do cachorro. Caetano mesmo não entendia porque se sentia assim. Enquanto ele dirigia o carro, sentiu algo formigando na sua pele e o calor do sangue correndo nas suas veias. Ele percebeu que Antony não era mais um garoto, nem um jovem, mas um homem adulto.


Caetano: ( E que homem! Eu vou ficar feliz em tentar desvendar ele. )


Continua...

O toque da Besta (Romance Gay +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora