A DOR DA DESPEDIDA

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O mundo de Caetano começou a se despedaçar. Ele queria ficar feliz por Antony, mas não conseguiu. Antony tirou a carta do envelope, então levantou os braços no ar e beijou o papel.

Antony: Obrigado, pai. Estou fazendo isso por você!

Então ele correu para Caetano, o abraçou forte e ficou assim por um tempo, ambos calados. Caetano colocou os braços ao redor do pescoço de Antony, rezando para não desmoronar quando chegasse a hora de ele ir embora, já que as rachaduras já eram visíveis.

Antony levou Caetano para o quarto e fez amor com ele, quer admitisse para si ou não.
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Antony: Tenho que estar em Markham na segunda-feira.

Caetano: Isso quer dizer que... você vai embora no domingo?

Antony: Sim.

Caetano: Eu entendo. O seu pai ficaria tão orgulhoso de você. Você finalmente vai realizar o seu sonho.

Antony: Você vai me odiar por te deixar sozinho?

Caetano: Eu nunca poderia te odiar, Antony.

Antony: Bem, eu me odeio um pouco, sabe.

Caetano: Não se odeie! Fomos ótimos juntos. Você me deu o que eu precisava. Foi o trato... só me abrace, por favor.

Ele ficou no abraço de Antony a noite toda, mas não conseguiu dormir. Lágrimas ocasionalmente caiam e um suspiro fundo escapava da sua boca.

Eles passaram o sábado todo nos braços um do outro. E o domingo inevitavelmente chegou.

DOMINGO.

Caetano estava indo bem até chegar o momento de ele ir embora. Ele esperou um tempo, enquanto Antony colocava as malas no carro. Caetano colocou uma mão no bolso, apertando algo dentro e secando as lágrimas com a outra mão.

Antony: Estou pronto para ir. Está tudo certo, mas... você esteve chorando?

Caetano: Eu vou ficar bem.

Antony: Escute, Pérola... você sabe que teve que ser assim. Eu preciso ir.

Caetano: Sim, eu sei, mas...

Ele estava quase dizendo para Antony o motivo pelo qual ele devia ficar, mas então se controlou. Caetano sabia que só estaria se enganando novamente.

Antony: Porque... me escute. Ei! Me escute! Você precisa de uma família, alguém para cuidar. A Jasmim precisa de um pai e... e aquele homem... ele gosta de você.

Caetano: Do que você está falando?

Antony: Você tem a chance de ser pai. Ele prometeu que seria bom para você, Caetano. Você ama aquela criança como se fosse sua.

Naquele momento, lágrimas começaram a correr pelas bochechas dele. Caetano ouvia em silêncio enquanto Antony explicava como ia deixá-lo para outro homem.

Antony: E eu... eu tenho que perseguir o meu sonho. Preciso fazer isso, ou não vou ter paz. Meu pai morreu por isso, minha irmã perdeu a vida, Amélia perdeu a cabeça, e eu... eu tive você esse tempo todo.

Caetano: Antony...

Antony: Você e eu não duraríamos de qualquer jeito. Você mesmo sabe disso.

Caetano: Não concordo. Acho que podíamos encontrar um jeito de ficarmos juntos. Mas isso não importa de qualquer jeito. Nunca vamos saber isso.

Antony: Caetano, acredite em mim, é melhor para você assim. Nossos sonhos são diferentes. Por favor, Caetano, por favor, Pérola... você tem a chance de ser feliz, então aproveite.

Uma pequena dose de ódio que Caetano sentiu naquele momento fez ela cerrar os dentes.

Caetano: Tem razão. Poderia ter uma linda família com aqueles dois!

Antony fechou os olhos e trouxe as mãos dele para os seus lábios.

Caetano: Vá agora, por favor. Vá e realize os seus sonhos e não olhe para trás, Antony.

Antony olhou para ele novamente, e então se virou e foi embora. Caetano ficou parado, vazio em pedaços, vendo ele ir embora, até o carro se tornar só um ponto ao longe. Então entrou e fechou a porta. Caetano tirou do bolso o que queria usar como forma de negociação. Aquilo que lhe traria a vitória, mas forçada. Ele não queria isso. Caetano só deixou Antony seguir seu sonho, sem pensar em si.

Ele olhou para o bastão branco e então o deixou cair na mesa. Ele não estava feliz pelo fato do teste ter dado positivo. Por isso Caetano decidiu não contar a Antony. Assim ele só teria adiado a partida dele, ou talvez Antony odiaria ele por destruir o seu sonho. Porque Caetano faria Antony ficar quando isso não duraria? E ele tinha certeza sobre uma coisa também.

Caetano: ( Meu bebê não vai nascer de qualquer jeito... )

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O toque da Besta (Romance Gay +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora