A DOR DE UM PAI

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O dia seguinte era sábado. Caetano não queria fazer nada, então só ficou no sofá e observou a sala vazia.

No domingo à noite, seu celular tocou. Quando ele viu quer era Atlas novamente, ele nem esperou o mesmo dizer qual era o problema. Caetano sabia e imediatamente se aproximou da janela.

Caetano: Atlas, sim, eu vejo ele. Não se preocupe! Eu sei como lidar com ele. Na verdade, ele é um pouco doido, mas não vai machucar ninguém, acredite em mim.

Atlas: Ok, se você diz. Boa noite!

Caetano: Boa noite e obrigado por me avisar.

Caetano foi até a varanda, ligou as luzes e ficou parado lá. Eles olharam um para o outro em silêncio, Caetano queria perguntar dele o que isso significava, mas ele não fez essa pergunta em voz alta. Depois de um tempo, ele desligou as luzes e entrou, sem esperar Antony ir embora primeiro. Ainda assim, ele deixou a porta destrancada.

(...)

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Na manhã seguinte, ele decidiu ir a cooperativa primeiro e então para o lugar que seu coração desejava - a casa dele.

Caetano: ( Pronto ou não. Aí vou eu, Antony! )

Ele chegou na propriedade perto do meio dia. Depois de poucas batidas, Antony abriu a porta.

Antony: Caetano.

Antony não parecia surpreso de ver ele.

Caetano: Eu vim falar com você já que você não tem coragem, até onde eu posso ver. Posso entrar? Ou você prefere conversar aqui?

Antony saiu do caminho para deixar ele entrar e apontou para a mesa onde havia um almoço para dois.

Caetano: Você está com fome?

Antony: Acho que é melhor para nós dois conversamos depois de satisfeitos. Quando você está com fome, você fala baboseiras.

Caetano: Não estou com fome. Mas ok, vamos seguir as regras.

Eles comeram em silêncio e, depois de terminar, Caetano limpou a boca e bebeu água. Então ele levantou e fez algo inesperado. Caetano tirou suas roupas, peça por peça, enquanto Antony seguia seus movimentos com os olhos.

Caetano ficou na frente dele vestindo apenas sua roupa íntima. Antony podia ver claramente as cicatrizes na barriga dele, Caetano decidiu se desfazer do fardo da sua alma e contar para Antony tudo que ele guardava pra si.

Caetano: Eu não sei quem te deu essas cicatrizes, mas todos temos algumas. Algumas são visíveis, mas outras não é e exatamente essas cicatrizes invisíveis que doem mais. E não tenho vergonha das minhas cicatrizes, Antony. Não deixo elas me tornarem amargo e ressentido, eu tenho minhas falhas, mas ainda vivo a minha vida. Tive muita coisa roubada de mim, mas eu sigo em frente. Minha vida não tem um propósito, mas ainda acordo toda manhã com um sorriso. Agora é a sua vez, Antony. Me mostre as suas cicatrizes, o que aconteceu com você para te fazer odiar o mundo todo? Não, você não tem que me falar se não quiser, mas eu quero que você entenda que outras pessoas também tiveram vidas difíceis.

Antony só ficou em pé sem dizer nada, então ele fez algo que nunca pensou que faria. Com um movimento rápido, Caetano tirou sua aliança do dedo e colocou em cima da mesa.

Caetano: Com um movimento tão pequeno assim, o céu tirou o meu amor de mim. Mas o céu queria mais. Antes disso, um pequeno coração começou bater em mim, e depois de algumas semanas ele parou. Eu não perdi a esperança e tentei de novo, logo, outro coração começou a bater dentro de mim, e bateu por cinco meses. Então dei a luz ao meu segundo anjo, demorei dias para dar a luz a uma criança morta. Mas eu odeio o mundo por causa disso?

Caetano não estava ciente que suas lágrimas estavam descendo pelo seu rosto. Antony se aproximou e ficou de joelhos, com a cabeça alinhada com a barriga dele.

Caetano: Eu sinto dor exatamente no lugar onde eu devia criar a vida ao invés de morte. Sinto como se parte do meu corpo tivesse desaparecido.

Então ele fechou os olhos para parar as lágrimas, e logo sentiu os lábios dele contra a ferida no seu estômago. Antony começou a beijar a pele dele e Caetano reprimiu as lágrimas e se deixou levar pelo momento. Começou a chover do lado de fora, e o som de trovão fez Caetano abrir os olhos. Antony tirou sua camiseta e apresentou seu corpo a ele.

Antony: Aqui estão as minhas.

Continua...

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Caiu um olho no meu cisco!

O toque da Besta (Romance Gay +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora