O toque da Besta (Romance Gay +18)

NA ESCURIDÃO

Os lábios de Leandro tocaram os dele. Quando Caetano percebeu o que estava acontecendo, ele o empurrou e gritou:

Caetano: LEANDRO!

Ele estava olhando para Caetano de uma nova forma agora, ele pôde notar. Pela primeira vez ele viu raiva e ressentimento nos olhos dele. Caetano limpou a parte dos seus lábios que Leandro beijou.

Leandro: Pense um pouco e você vai saber o que eu queria te dizer. Você só precisa abrir os olhos e vai ver.

Caetano: Pelo amor de Deus, Leandro!

Leandro: Só pense um pouco, Caetano.

Caetano: Não tem nada para pensar. Você é o irmão do meu marido, e é tudo que você vai ser.

Leandro: Tudo bem. Se essa é a sua decisão, então não se arrependa depois.

Caetano estava pensando em sair de casa, mas Leandro de repente subiu as escadas e logo reapareceu carregando uma pequena mala. Ele passou por Caetano rápido, saiu da casa e bateu a porta, sem dizer uma palavra. Caetano ficou chocado, ele nunca tinha olhado para Leandro como ele sugeriu. Ele sentou no sofá e sentiu como a adrenalina dava espaço à exaustão e tristeza.

Caetano: ( Eu acabei de perder mais uma das pessoas mais próximas de mim? )

Ele deitou no sofá, desligou as luzes e caiu no sono. Logo o frio o acordou, e ele sabia que tinha que levantar e pegar um cobertor. Caetano levantou e foi até a porta, mas naquele momento ele viu uma sombra perto da janela.

Caetano: ( Não, é impossível. Não tem ninguém lá. Só estou vendo coisas no escuro, ainda assim, não tenho certeza. )

Caetano deu alguns passos até a janela, apenas para perceber que havia um homem de pé perto dela. A única coisa que ele podia ver era o contorno do seu corpo. Caetano sabia que não conseguiria escapar no escuro, então, ele disse corajosamente:

Caetano: Eu vou gritar!

???: Ah, não. Pérola, você não vai.

Caetano: Antony! Você quase me matou de susto.

Antony: Você não resistiu a chegar mais perto para checar se tinha alguém no escuro. Eu gosto dessa sua curiosidade. Até onde eu lembro, você me disse que esse lugar era seguro, que todos vocês se conhecem e não acontecem crimes aqui. E agora você diz que eu te assustei.

Caetano: Sim, mas você... você me surpreendeu. O que você está fazendo aqui? E como você entrou?

Ele deu um passo a frente e ligou a lâmpada do criado-mudo. Antony estava vestido todo de preto, com um capuz na cabeça.

Antony: Eu entrei na sua casa do mesmo jeito que você entrou na minha - pela porta. Não estava trancada.

Caetano: Verdade, eu esqueci de trancar. E outra pergunta...por que você está aqui?

Antony: Eu queria te falar que a sua calcinha está na minha casa.

Caetano sentiu seu rosto ficar quente.

Caetano: Ok, me devolve ela.

Antony: Não está comigo.

Caetano: Como você não está com ela? Você não acabou de me dizer que estava na sua casa?

Antony: Sim, é verdade. Ainda está, na minha casa, não no meu bolso.

Caetano sentiu na sua voz que Antony estava se divertindo, como se estivesse explicando algo lógico para alguém que não entendia.

Caetano: Por que você veio a essa hora? Você invadiu e...na verdade, a quanto tempo você está aí? Você me viu dormindo certo?

Antony: Vá com calma, Pérola. Eu também tenho algumas perguntas para você. Mas primeiro, se vista! Está frio aqui.

Caetano: Você está dando ordens de novo! Você não vai se safar dessa vez! Você me deve algumas respostas.

Antony: Você é a pessoa mais persistente que eu conheço! Por que não deixa para lá?

Ele ignorou as palavras de Antony.

Caetano: Quer um pouco de chá? Como você veio para cá e quando?

Antony: Não quero chá. Vim cedo o suficiente para ver que você não estava sozinho, Caetano. E eu vim a pé, você sabe que eu não tenho um carro.

Caetano: A pé? Desde a sua casa? Deve ter demorado mais de uma hora.

Antony: Cinquenta e cinco minutos.

Antony cruzou os braços sobre o peito e levantou o queixo, ele olhou para Caetano acusadoramente e então disse:

Antony: Você não foi.

Caetano: Eu não podia.

Antony: Sim, eu sei. Eu sei o motivo de você não poder ir. Eu vi.

Caetano: Me conte, o que você viu?

Antony: O motivo saiu dessa casa algum tempo atrás.

Continua...