11. Seixal

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Acordei e levantei-me para tomar o pequeno almoço. Estavam todos na cozinha a falar sobre a viagem para o Seixal.

— Bom dia maltinha. - cumprimentei todos ao entrar na cozinha. — Todos prontos para amanhã?

— Prontíssima! - a Rita respondeu. — Pena que não vou ficar lá o resto do verão todo.

Olhei para ela confusa.

— Não vais?

— Vou, mas só durante cinco dias. - a loira respondeu. — Depois disso volto para Tavira com a Maria.

— Oh! Vão me deixar sozinha com estes três mongoloides? - perguntei.

— Tu aguentas-te. - a Maria piscou o olho.

— Tens lá a minha namorada. - o Gonçalo disse. — Não vais ser a única rapariga na casa.

— Ah, a Luz? - o João perguntou. — Ela vai viver connosco?

— Sim, só até o verão acabar.

— Bem, menos mau. - sorri. — Não vou tar sozinha. Mas vocês têm a certeza que querem voltar para Tavira, meninas?

— Sim. - a Maria respondeu. — Temos muitas coisas para fazer por aqui neste verão.

— Pronto, ok. - aceitei.

— Beatriz, já fizeste as malas? - o António perguntou. — Pareces muito descansada.

— Porra! - lembrei-me. — Se me dão licença!

Peguei numa das bolachas que estava no prato de pequeno almoço do João e fugi rapidamente depois de ouvir um "Ei!" dele.

Tinha mesmo de fazer as malas.

•••

Ouvi três toques na porta do quarto e percebi que era o Neves. Tínhamos um toque secreto.

— Entra.

— Já tens tudo pronto? - perguntou ao olhar para a confusão que ia naquele quarto.

— Sim, mais ou menos. - respondi.

— Então vê se descansas, amanhã temos uma viagem grande de autocarro.

— Ok, Neves. - sorri. — Se saíres do meu quarto eu vou dormir.

— Cala-te. - riu-se e fez-me um dedo. — Vá, boa noite. - despediu-se e fechou a porta.

•••

NO VERÃO ANTERIOR

— Ansiosa para o treino? - o João perguntou-me. Estávamos prestes a sair de Tavira para eu ir ver o primeiro treino deles.

— Nem imaginas. - beijei-o. — Mas tens mesmo a certeza que posso ir?

— Sim, claro. - respondeu. — Se o Gonçalo sempre levou a Luz, eu também te posso levar.

— Ok, ainda bem. - sorri. — Vá, devíamos ir andando para a estação. - lembrei-o ao olhar para as horas.

O moreno concordou.

NO PRESENTE

Chegámos à estação de autocarros e procurámos pela placa que dizia "Autocarro 33: Tavira-Seixal".

— Está ali, já a vejo! - a Maria avisou-nos ao apontar para o lugar. — Vamos!

Todos fomos até à paragem do nosso autocarro e ficámos a conversar enquanto esperávamos.

THE SUMMER I TURNED 18 • João NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora