45. Os pais do Neves

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JOÃO

Estávamos a uma hora de chegar a Tavira, estava contente porque ia ver os meus pais, mas ao mesmo tempo nervoso.

Nervoso porque, embora já tenham uma ideia do que eu e a Bia temos, é sempre estranho apresentar a namorada aos pais, especialmente quando ela sempre foi minha melhor amiga desde quando éramos pequeninos.

Eu estava pensativo enquanto centrava o meu olhar nas paisagens que a janela do autocarro mostrava, e na minha visão periférica conseguia ver a Beatriz a dormir, a usar o meu ombro como almofada.

Sorri ao vê-la e deitei a minha cabeça suavemente na sua e fechei os olhos na esperança de que o tempo passasse mais rápido. E passou.

•••

Bia, acorda. - toquei-lhe no ombro e a dorminhoca abriu os olhos e deparou-se comigo a sorrir.

— Já chegámos? - perguntou com uma voz sonolenta e confusa enquanto olhava para fora da janela.

— Já. - assenti. — Anda, os outros já estão lá fora, quis-te dar mais tempo para dormir.

A Bia riu-se e levantou-se do seu lugar. Demos as mãos e percorremos o autocarro até chegarmos à saída.

— Tomem as vossas cenas. - a Maria entregou-nos as nossas mochilas.

— Obrigado mana. - sorri-lhe.

Fomos até ao lugar onde a Maria estacionou o seu carro antes de ir para o Seixal com a Rita e entrámos nele.

Agora estávamos a ir para casa, todos apertados no banco de trás.

•••

— Os meus bebés! - a minha mãe gritou ao ver-nos entrar em casa e veio rapidamente até nós, enchendo-nos de beijos e abraços. — O meu Joãozinho, há tanto tempo que não te via!

— Olá mãe. - ri-me com por ela estar a fazer festinhas no meu cabelo. — Como estás?

— Ótima! - respondeu. — E tu? Selecionado para a seleção e tudo!

— O seu filho é um craque. - a Beatriz entrou na conversa e o resto do grupo foi para a sala, provavelmente perceberam o que ia acontecer naquele momento.

— Olá Bia! - a minha mãe abraçou a minha namorada calorosamente. — Também já não te via há bastante tempo. Como andas?

— Bem, e a senhora? - perguntou e reparei que estava envergonhada pelo tom de voz que usou.

— Já sabes, a ficar velha. - riu-se. — O mesmo que digo sempre.

— Não diga isso, Sra. Neves!

— Mãe? - chamei-a. — Podemos falar?

A Bia olhou para mim com aquele olhar que me dizia tudo: Tem mesmo de ser agora?

Sorri-lhe como maneira de a incentivar.

— Claro que sim querido.

— Vamos para a cozinha. - sugeri já que o grupo conseguia ouvir-nos da sala então queria algo mais privado.

THE SUMMER I TURNED 18 • João NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora