29. Juntos

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Acordei de repente e olhei em volta. Estava no quarto do João, não era um sonho. O único detalhe é que ele não estava lá.

Levantei-me e calcei os seus chinelos desportivos da Nike que me ficavam minimamente grandes e saí do quarto.

— Bia? - a Luz perguntou com um sorriso ao ver-me sair de lá com um aspeto sonolento.

— Olá Luz. - respondi um pouco envergonhada. — Bom dia.

A morena riu-se da situação.

— Dormiste com ele? - perguntou num sussurro para que só nós ouvissemos.

Assenti e a mesma quase que saltava de felicidade.

— Tens de me contar tudo depois! - disse. — Agora vai ter com ele, ele tá à tua espera!

— À minha espera? - perguntei.

— Sim, ele disse que iam a algum lado. - a morena concordou. — Tá na cozinha.

— Ok, obrigada. - sorri e segui o meu caminho até à cozinha.

O João estava sentado na ilha da cozinha a almoçar um hambúrguer que parecia delicioso. Puxei o banco ao seu lado para trás e sentei-me.

— Bom dia.

O rapaz sorriu e beijou-me.

— Bom dia Beatriz. - disse. — Dormiste bem?

— Muito bem. - sorri envergonhada. — Uma cena, o que é que vamos fazer hoje? - perguntei. — A Luz disse que tavas à minha espera.

— Bom, segue o meu raciocínio. - levantou-se e virei-me para ele, ainda sentada a rir. — Como estás quase a fazer dezoito, e quase a tirar a carta, pensei que seria uma boa ideia dar-te umas aulitas de condução.

Ri-me com a ideia do rapaz.

— João, isso não vai correr bem. - disse. — Ainda mato alguém!

— Mas vou estar ao teu lado para te ajudar. - aproximou-se de mim deixando pouco espaço entre os nossos lábios. — Anda lá, vai ser fixe. E depois já vais estar preparada para o exame.

— Pronto, ok. - desisti. — Mas se eu riscar o carro do Gonçalo, não me responsabilizo.

— Cá nada. - riu-se. — Queres um pedacinho? - apontou para o pedaço de carne que estava no seu prato acompanhado de uma razoável quantidade de arroz.

— Pode ser. - assenti.

O João voltou a sentar-se ao meu lado e partilhou um pouco da sua comida comigo. Durante o almoço ficou a explicar-me algumas coisas sobre conduzir carros já que eu ainda estava um pouco em branco em relação a esse assunto.

•••

Apareci pronta na sala e deparei-me com o João a guardar algumas coisas essenciais para o treino dentro do seu saco desportivo. A equipa ia ter treino pois dia catorze teriam um jogo contra Boavista. Depois disso acho que íamos para um lugar pouco frequentado para que me ensinasse a conduzir.

— Queres que vá buscar alguma coisa ao teu quarto? - perguntei e o rapaz sorriu ao reparar que eu estava ali com ele.

— Não, mas obrigado. - respondeu e fechou o saco. Aproximou-se de mim, depositando um bate chapas nos meus lábios e depois fomos até à porta da entrada.

— Até logo Luz! - despedi-me da rapariga com um grito para que se ouvisse no apartamento todo. Saímos e descemos as escadas até ao primeiro andar e de seguida fomos até ao carro do Gonçalo, que agora era nosso já que o mesmo foi para Paris então não ia precisar dele por enquanto.

THE SUMMER I TURNED 18 • João NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora