— Queres um gelado? - o João perguntou ao tirar a carteira do bolso dos seus calções.
— Não é preciso, mas obrigada.
— Não, a sério, aqui são baratinhos. - sorriu. — Escolhe um.
— De certeza?
— Sim, anda lá. - riu-se. — És mesmo teimosa.
Comprámos dois cornetos de morango e sentámo-nos numa das mesas.
— Este bar é bonito. - disse.
— Pois é. - respondeu. — Vim aqui várias vezes no verão passado com os rapazes. Depois de terem voltado para Tavira, tu e a Maria.
Abri o gelado e comecei a lambê-lo.
— Refrescante. - sorri. — Obrigada João.
— De nada. - sorriu de volta.
Continuámos no bar até acabarmos com os gelados. Depois disso fomos dar um passeio pela praia.
— Quando é o teu próximo treino? - perguntei.
— Acho que é para a semana.
— Posso ir ver?
— Desde que não me distraias outra vez. - o Neves riu-se.
— Eu distraí-te? - ri-me indignada com a acusação. — Tu é que não paravas de olhar para mim! Eu estava quietinha.
O rapaz ficou corado mas decidi não comentar nada para que as coisas não ficassem mais estranhas.
— Mas sim, podes ir. - respondeu à pergunta depois de uns segundos de silêncio entre nós.
— Fixe, obrigada. - sorri. — Não achas que é melhor voltarmos? - perguntei ao olhar para as horas. — Já se devem estar a vestir.
— Sim, pode ser. - respondeu e começou a andar para o outro lado, mas puxei-o pelo braço.
— Só uma coisinha. - beijei-lhe a bochecha. — Obrigada por me comprares um gelado. E uma camisola de cem euros. - sorri.
— Não foi nada, a sério. - sorriu envergonhado. — Vamos?
Dei-lhe a mão.
— Vamos.
•••
Subimos a rua a pé até chegarmos a um pequeno restaurante de marisco. Pelo que percebi, a Luz tinha reservado uma mesa.
Sentei-me ao lado do Neves e da Luz.
Depois de decidirmos o que comer, o atendente veio anotar os nossos pedidos. Eu ia comer polvo grelhado com batata cozida.
•••
O senhor veio trazer-nos os pratos à mesa e começámos a comer. Era mesmo bom.
— Queres um? - o João ofereceu-me um dos seus camarões. — É bom, vais gostar.
— Parece horrível. - eu nunca tinha provado camarão por esse mesmo motivo.
— Anda, há uma primeira vez para tudo. - sorriu e deu-mo à mão.
Desisti e dei uma dentada. Mastiguei e saboreei o alimento.
— Ok, podia ser pior.
— Vês? - sorriu convencido. — Queres mais um?
— João, come mas é. - ri-me. — Se não ainda acabas a tua comida comigo.
— Pronto, desculpa.
•••
Depois de acabarmos as sobremesas vieram entregar a conta. Combinámos de dividir o preço, mas o Gonçalo levantou-se com o seu cartão de crédito.
— Esta fica por mim, malta!
— Oh, que gajo tolo. - a Luz levou a mão à testa e todos nos rimos.
O jogador pagou a conta e todos nos levantámos para ir embora. Assim o fizemos, e íamos agora para casa (a pé, claro).
Já era de noite, eram quase dez.
•••
Chegámos ao apartamento e despedi-me de todos ao ir para a cama. Assim que vesti o pijama e me deitei, recebi uma notificação do insta.
"@joao_neves87 mencionou-te na sua história"
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THE SUMMER I TURNED 18 • João Neves
RomanceBeatriz Pires, uma adolescente que sempre foi passar o verão na casa dos seus amigos de família, os Neves, está prestes a completar 18 anos, o que fará do verão de 2023 um verão especial. Ou será especial por outros motivos? À medida que o tempo ava...