41. Brigas

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Era dia vinte e nove de agosto, eu fazia anos no dia trinta e um. Faltava tão pouco.

Já tinha convidado toda gente, os rapazes depois do jogo e a dupla de Tavira, Maria e Rita, que felizmente podiam vir.

O bolo teve um atraso mas já me mandaram mensagem de manhã a dizer que o podia ir buscar, e era isso que ia fazer com o João a conduzir. Falando nisso, tenho de começar a estudar para o exame de código.

— Estás pronta? - apareceu à porta e viu-me sem o sutiã. — Desculpa. - virou-se.

— Já estou quase. - ri-me com a reação do rapaz ao ver-me naquele estado. — Pronto, feito. - disse ao acabar de vestir o top. — Vamos?

Apareci ao seu lado.

— Sim, anda.

Descemos o prédio e fomos para o carro. Expliquei ao João onde era a pastelaria já que ele não foi connosco no dia em que fomos. Ao chegarmos lá saí do carro e rapidamente já que o moreno estava parado no meio da estrada e fui buscar o bolo, que me custou vinte euros.

Voltei para o carro o mais rápido que pude pois já estavam a apitar ao João e logo seguimos a estrada. Senti o olhar dele sobre a caixa transparente que carregava comigo.

— É mais bonito pessoalmente. - disse. — Combina contigo.

— Ah combina? - ri-me. — É uma foto da Barbie a dizer "18 anos a tentar ser a Barbie". Combina comigo?

— Sim. - provocou-me a rir.

— És mesmo parvo. - revirei os olhos.

•••

— Uau, que bolo... Bonito. - o António gaguejou ao olhar para o que estava dentro da caixa. — Adorei. - claramente mentiu.

— É lindo, desculpa lá! - ri-me. — Melhor que isto não há.

— Sabe a quê? - o guloso do Gonçalo perguntou.

— Leite condensado, claro. - respondi certa. — Não há sabores melhores.

— Debatível. - a Luz entrou na conversa depois de aparecer na sala. — Olhem, falei com as meninas agora, dizem que vêm dia trinta à noite para cá.

— Tão em cima da hora?

— Sim, foi o único autocarro que arranjaram.

— Pronto, não faz mal. - sorri. — Ao menos vêm a tempo da festa.

Conversámos durante mais algum tempo até que decidi ir para o quarto e o Neves seguiu-me.

— Então, Barbie?

— Muito engraçado. - fingi rir-me. — Então João Pedro?

— Não me chames assim. - disse irritadinho. — Odeio-te.

— Não sabes mentir. - ri-me e aproximei-me para o puxar para um beijo. — Sei que me amas.

— Como é que podes ter tanta certeza? - senti as suas mãos quentes no meu tronco nu e frio.

— Foi o que me disseste quando me pediste para namorar contigo. - sorri convencida. — Foi ou não foi? - perguntei assim que vi que o moreno não sabia o que responder.

— Tá calada. - riu-se por fim e beijou-me.

Desta vez o beijo era contínuo. As suas mãos desceram até às minhas nádegas tapadas pelas calças que estava a usar e as minhas mãos subiram pelos braços dele a sentir cada curva dos mesmos.

Empurrou-me delicadamente para cima da cama e meteu-se por cima. Puxou o meu top para cima e logo mostrou uma cara confusa que acabou com o momento.

— O que foi? - perguntei preocupada.

THE SUMMER I TURNED 18 • João NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora