2. Os Neves

2.8K 83 8
                                    

No autocarro

Depois de responder às mensagens do João, decidi fechar os olhos e dormir um bocadinho, já que tinha acordado cedo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Depois de responder às mensagens do João, decidi fechar os olhos e dormir um bocadinho, já que tinha acordado cedo. Assim ainda era melhor, o tempo passava mais rápido.

•••

— Menina? - abri os olhos ao sentir alguém tocar-me no ombro. — Tem de sair do autocarro.

Quando olhei em volta, reparei que o veículo estava vazio. Éramos só eu e o motorista.

— Claro... Desculpe! - respondi com uma voz sonolenta. Levantei-me e olhei para as horas exibidas no monitor do autocarro e era 12:13.

Saí do autocarro com o motorista e o homem ajudou-me a pegar na mala. Agradeci pela ajuda e liguei à Maria, que ficou de me chamar um uber.

•••

— Senhor, ainda não paguei. - lembrei o condutor, que não parecia lembrar-se de que tinha de lhe dar dez euros pelo transporte.

— Quem chamou o uber já pagou. - sorriu.

— Ah, não sabia. - disse. A Maria é mesmo uma querida. — Obrigada.

Peguei na mala e abri o portão da casa dos Neves. Subi as pequenas escadas do alpendre e toquei à campainha.

— É ela! - consegui ouvir a voz da Sra. Neves devido à janela que estava aberta.

A porta rapidamente foi aberta, revelando três pessoas: ela, o João e a Maria.

— Bibi! - a Maria exclamou e puxou-me para um abraço. — Que saudades! Ai!

— Há que tempos! - sorri. — Sra. Neves!

Separei-me da Maria e abracei a mãe dela.

— Como andas, Bia? - perguntou-me com aquela sua voz doce. — Soube que vais para a Nova de Lisboa!

— Vou sim senhora. - sorri. — Tenho andado bem, e a senhora?

— Ai, já sabes. - riu-se. — A ficar mais velha.

— Cá nada!

— Anda mãe, temos de tirar a lasanha do forno! - a Maria chamou-a já da cozinha.

— Com licença querida.

Sorri. Quando a mais velha saiu da entrada, fiquei de frente com o João. Estava mais alto, embora continue baixinho. Não posso falar, eu pareço um anão.

— Então puto? - abracei-o. — Tás mais alto!

— Tás... mais baixa. - riu-se ao me olhar de cima a baixo. Dei-lhe um soco no braço. — Ai!

— És mesmo parvinho. - ri-me.

— Também senti a tua falta, já agora! - disse indignado.

— Boa. - fiz um like com a mão.

Nós tínhamos esta cena de sermos maus um para o outro. Claro que era a brincar, porque nós somos melhores amigos.

— Vamos mas é comer. - sugeriu. — A minha mãe fez daquelas lasanhas que tu sempre adoraste.

— Sai-te mas é da frente, então! - gritei entusiasmada e dei-lhe um pequeno empurrão que sugeria uma corrida até à cozinha.

•••

— Está incrível, Sra. Neves. - elogiei a lasanha.

— Obrigada querida. - sorriu. — O João ajudou-me.

— Ah foi? - olhei para ele impressionada.

— Ele anda a cozinhar muito ultimamente! - a Maria disse. — Tá crescido.

— Menos um bocadinho, sim? - reclamou. — Olha mãe, o Gonçalo e o António chegam amanhã à tarde.

— O Ramos? - perguntei curiosa.

— Sim, eles vêm cá passar o verão connosco. - a Maria respondeu. — Queríamos mais pessoas para ser mais fixe.

— Gosto da ideia. - ri-me. — Eles são fixes.

— Vocês conhecem-se? - a Sra. Neves perguntou.

— Sim. - o Neves disse. — A Bia chegou a ir ver um treino nosso no ano passado. Eles conheceram-se lá.

— Ya, isso mesmo. - sorri.

— Ah, e Bibi - a Maria chamou-me. — Também convidei uma amiga minha, chama-se Rita. Vais gostar dela.

— Quando é que ela chega?

— Amanhã também.

— Fixe! - sorri.

Continuámos a comer e a meter a conversa em dia. Não consegui deixar de sentir o olhar do Neves sobre mim diversas vezes. Acho que sei porquê.

VERÃO DO ANO ANTERIOR

— Apanhei-te! - o João rodeou-me com os seus braços. Estava a fugir dele porque tinha uma foto no meu telemóvel que ele queria que eu apagasse.

Virei-me para ele.

— Dá-me o telemóvel! - exigiu a rir. — Anda lá, puto!

— Tás irritadinho? - ri-me da cara dele.

— Não comeces! - reclamou.

O silêncio invadiu o espaço de repente. Ainda rodeada pelos braços dele, consegui perceber que nos estávamos a aproximar um do outro.

Cortei o momento ao fazer-lhe uma rasteira e continuei a fugir com o telemóvel.

NO PRESENTE

Eu sei que ele gostou de mim no verão passado. Pelo que a Maria me disse, ele já esqueceu. E ainda bem. Não sinto o mesmo por ele, e não quero por nada que a amizade seja estragada.

— João, porque é que não vais ajudar a Beatriz com as malas? - a mãe deles perguntou-lhe.

— Tass bem. - levantou-se. — Anda. - sorriu.

Ele pegou na mala e fomos até ao meu quarto, que era o quarto de hóspedes.

Instalei-me e tomei um banho. Naquele dia eu só queria dormir, por isso deitei-me e fechei os olhos. Não conseguia parar de pensar em como este verão ia ser melhor agora que tínhamos mais pessoas na casa.

Ia aproveitar ao máximo.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
THE SUMMER I TURNED 18 • João NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora