36. De volta ao Seixal

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não se esqueçam de votar , obrigada

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Depois do jogo que deixou um clima pesado entre toda gente, decidimos ir embora. Despedimo-nos de todos, até do Daniel, e saímos dali. Ia ter saudades das minhas amigas.

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— Crianças, despachem-se! - ouvi o meu pai chamar lá de baixo enquanto eu e o João acabávamos de nos vestir. — Vão perder o autocarro!

Isto até me lembrava do dia em que fui para Tavira neste verão, os meus pais doidos com medo que me atrasasse.

Peguei na minha mala e o João no saco desportivo que levou para o jogo e descemos as escadas à pressa. Os meus pais já esperavam no carro então corremos até lá depois de enfiar um pedaço de pão boca a dentro. Eram onze da manhã.

Entrámos no veículo que a minha mãe é que ia conduzir depois de guardar as coisas no porta-bagagens apressadamente.

— Nem acredito que vou ter de me despedir outra vez. - a minha mãe disse enquanto conduzia.

Apenas concordei com a cabeça já que ela estava a olhar-me pelo espelho do carro e usei o ombro do João como almofada.

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— Autocarro 29 para o Seixal! - o motorista chamou os passageiros e nós levantámo-nos.

— Bom, gostei de vos ver. - o meu pai abraçou-me e depois apertou a mão do Neves. — Vê se tomas conta da Bia, ela consegue ser meio tolinha às vezes. - o mais velho concluiu e ri-me.

— Vou fazer o meu melhor. - o rapaz respondeu.

— Não se esqueçam de comer qualquer coisa durante a viagem, ok? - a minha mãe, da minha altura, levou alguns fios de cabelo que estavam perdidos pela minha cabeça pra trás da orelha e conseguia ver lágrimas pequeninas a formarem-se nos olhos dela. — Amo-te muito minha querida. Vou ter saudades.

— Também vou sentir a tua falta, mãe. - abracei-a tristemente.

Separou-se do meu corpo depois de alguns segundos e virou-se para o João, que a olhava.

— Que tenhas uma época muito boa no Benfica, miúdo! - abraçou-o. — E que trates bem da tua namorada. - sorriu e eu troquei um olhar fofo com o moreno.

— Muito obrigado Sra. Marisa.

— Vá, o motorista está à espera! - a minha mãe disse e entrámos no autocarro depois de mostrarmos os nossos bilhetes. — Adeus!!

Sentámo-nos nos nossos lugares, eu ia à janela, e consegui ver os meus pais a acenar enquanto o autocarro conduzia dali para fora.

Ia sentir tanto a falta deles.

•••

— Então todas elas sabiam? - perguntei surpresa depois do João me explicar que combinou o pedido de namoro com a ajuda do nosso grupo. — És mesmo perfecionista. - ri-me e beijei-o.

— Tem de ser. - concordou a rir. — Queres ver um filme para o tempo passar mais rápido? - perguntou e assenti. — Qual?

— Um de terror, para tu gostares. - sorri e o mesmo abriu a Netflix e procurou algum que parecesse bom.

— Este? - mostrou-me o ecrã e eu assenti.

Deu-me um dos seus airpods e começámos ver o filme. De vez em quando eu dava uns gritos altos no meio do autocarro que atraíam olhares vergonhosos.

THE SUMMER I TURNED 18 • João NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora