Capítulo 43

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Kirishima respirou fundo várias vezes enquanto caminhava pelo o corredor.

Devido a uma confusão com a quantidade de pessoas que visitava Hinaki ao mesmo tempo, foi posta uma nova regra sobre o hospital de que apenas poderia entrar um por vez, para evitar bagunça. E era por isso que ele ia sozinho visitar sua, até então, amiga.

Fazia dois dias desde quando ela acordou e uma semana desde que tudo aconteceu com All For One, mas essa era a primeira vez que ele ia visita-la. Acontece que ele não conseguia tirar da cabeça a imagem dela chorando, arrasada por ter matado alguém, em seus braços. Ele não sabia como deveria agir em relação a ela depois disso. Até ele perceber que não precisava saber como agir e sim verificar com os próprios olhos se ela estava mesmo bem.

E outra, seus amigos tinham convencido ele a chama-la para sair, e embora ele estivesse com receio, ele não queria dar com o pé para trás. Ele chamaria ela para sair com ele assim que ele voltasse da I-Island, e então talvez... Talvez ele se declarasse.

Ele finalmente chegou em frente a porta, batendo vagarosamente e esperando qualquer resposta de dentro. Ele já estava pensando em bater de novo ou voltar outra hora quando uma voz finalmente o respondeu.

— Entre.

E assim ele fez, sorrindo para a imagem de Hinaki lendo um livro, tão linda quanto sempre estava. Ela não usava mais roupas hospitalares, optando por seus viciantes jeans, short e jaqueta, e uma blusa preta colada casual. Seus cabelos morenos normalmente lisos ganhavam um aspecto ondulado a cada dia que se passava, agora caindo sobre seus olhos, e sua cicatriz ficava mais clara também. A estrela de oito pontos em seu olho parecia apenas dar mais charme a garota, que finalmente desviou seu olhar do livro e o encarou.

— Kiri! — Ela o chamou, parecendo estranhamente aliviada. — Ainda bem, Shoto e Izuku comentaram que a maior parte do grupo está indo para a I-Island e eu fiquei com medo que você fosse embora sem vir me ver antes!

— Eu não iria sem ver você. — Eijiro sorriu, um pouco tímido, e se aproximou, ousando sentar na cadeira em frente a maca. — Precisava garantir com meus próprios olhos que você estava bem, sabe, depois de tudo...

— Obrigada por se preocupar. — Hinaki sorriu, tão estranhamente calma. Havia algo de errado, Kirishima percebeu rapidamente. Ela parecia fisicamente bem, mas ao mesmo tempo parecia... Cansada.

— Você está bem? — Kirishima perguntou, estranhando a calmaria da garota que normalmente era tão tagarela.

Hinaki pareceu congelar um pouco, surpresa, e então seu sorriso morreu e ela suspirou, cansada. Fechou o livro que lia, o pondo de lado na pequena escrivaninha que tinha ali perto.

— Eu não sei te dizer. — Hinaki suspirou, encarando as próprias mãos. — Eu não sei o que tem de errado comigo. Não consigo me sentir bem. É assustador, porque toda vez que eu fecho os olhos, eu só vejo... Vejo aquela maldita ilusão que Mari me fez ver e... Aquela estátua de cristais.

Hinaki parou de falar, respirando fundo e tentando se acalmar, enquanto Kirishima a olhava preocupado, com certo receio de se aproximar.

— Você precisa de uma psicóloga. Tenho certeza que uma poderia te ajudar com isso. — Eijiro ofereceu, a vendo se acalmar aos poucos.

— Você acha? — Hinaki perguntou, encarando os olhos afiados de Kirishima.

— Acho. — Kirishima concordou, ousando pegar as mãos delicadas da garota. — E também... Eu vim aqui também porque... Huh...

— O que? — Hinaki perguntou quando ele parou de falar e desviou o olhar, pegando um pequeno vislumbre do vermelho em suas bochechas.

— Bem... Eu estava me perguntando... — Kirishima começou, encarando as mãos próprias mãos, que seguravam as de Hinaki. — Se, assim que eu voltar da I-Island...

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