𝗧𝗛𝗘 𝗪𝗛𝗜𝗧𝗘 𝗗𝗥𝗔𝗚𝗢𝗡 ━━━ 𝙝𝙖𝙧𝙬𝙞𝙣 𝙨𝙩𝙧𝙤𝙣𝙜

𝟰𝟰 𝙩𝙝𝙚 𝙜𝙧𝙚𝙖𝙩 𝙘𝙤𝙪𝙣𝙘𝙞𝙡

Aelia se deixou mover no ritmo da serva lavando-a com uma esponja áspera, a água da banheira já teve que ser trocada três vezes por ter ficado preta com os restos do sangue de dragão em seu corpo.

O sangue de dragão fervente que a banhou enquanto seu dragão matava Aegon.

As servas levaram boa parte de uma hora e a ajuda de membros da Guarda da Rainha de Rhaenyra para remover a armadura derretida de seu corpo e, em seguida, os pedaços de couro que derreteram em sua pele.

Mas ela saiu ilesa e sua pele não ficou manchada.

Enquanto ela estava dentro da banheira, seu olhar foi colocado em algum ponto da parede, tentando encaixar em sua cabeça tudo o que caiu nas últimas 12 horas...

Ela vendo a capital sendo conquistada por Aegon de cima.

━ Por favor, levante os braços, Sua Graça ━ sussurrou a empregada e Aelia o fez, ela descartou os restos de tecidos derretidos de debaixo deles.

A adrenalina que tomou conta do seu corpo quando ela lutou pela sua vida.

Aelia vacilou quando ela puxou um pedaço de couro de sua pele, a água novamente era preta, preta escura, o cheiro de fumaça e enxofre quase a deixando tonta.

Encontrar soldados e civis mortos nos degraus do Fosso dos Dragões.

A empregada sinalizou para ela colocar a perna para fora da banheira, sua pele ainda manchada de sangue de dragão seco.

Rhaenyra estava morta, e Aegon também.

Isso fez com que ela se levantasse, e esperasse lá para que eles substituíssem a água suja por uma mais limpa, eles foram rápidos em seu trabalho e Aelia não precisou esperar mais de cinco minutos, para afundar novamente na água fervente.

Descobrindo que Jacaerys e Joffrey também estavam mortos.

Outra empregada lavou o cabelo dela, Aelia viu o sangue seco derreter de volta com a água, manchando-o de preto mais uma vez.

Tanta escuridão.

Óleos com aromas foram colocados nas águas desta vez, o último banho este foi, depois de outros quatro, finalmente ela se vestiria e abandonaria seus aposentos.

O número de mortes em seu último momento faz ela querer afundar na banheira.

Enquanto as doces empregadas limpavam a última mancha de seu corpo, Aelia finalmente sentia que podia respirar novamente, doía, mas podia, e isso era uma melhora, ela acreditava, ela queria acreditar.

Ela não sabia o que fazer agora, como proceder, nunca tinha tomado uma cidade antes, nunca tinha presenciado a morte de dois monarcas diante dos seus olhos, nunca tinha presenciado a morte de tantos membros da sua família antes.

E agora?

Mas por um segundo ela se esqueceu de todas as pessoas na guarda, na capital, nos Reinos, dos servos aos chefes das famílias mais importantes, todos ao seu redor.

Eles fizeram o que precisavam fazer.

Enquanto ela olhava para a roupa que as servas tinham escolhido para ela usar.

Era uma roupa preta escura, uma saia solta por baixo e um colete de couro por cima, as mangas pareciam ser feitas de escamas, e os detalhes em couro preto, e uma capa vermelha fixada ao terno em uma corrente de prata com uma cabeça do dragão para ser colocada no lado direito do peito.

Uma roupa para chorar, para governar, para conquistar.

Eles a vestiram, trançaram seu cabelo com tranças magníficas e, finalmente, ela estava pronta.