Simon Ghost Riley [das cinzas ao sangue.]

capítulo 9.

Na medida que a conversa fluía, você sempre reparava nos gestos e na voz do homem, ele era calmo e sempre falava friamente, ele não te olhava muito ou apenas por segundos, seus olhos corriam pelo corpo do tenente dês das pontas dos cabelos loiros e curtos dele, até o couro da bota tática que ele calçava. Voltastes a olhar para o rosto de Simon, ele contava sobre como conheceu Price e Soap, você sabia poucas coisas sobre a força-tarefa e sobre cada um dos soldados.

Ghost parecia não se importar com os seus olhares ou talvez ele não tenha percebido ainda, você observou o físico forte dele coberto por sua blusa de tecido escuro e que realçava seus músculos, seu coração por algum motivo começou a acelerar e os pelinhos perto da sua nuca se arrepiaram, a mão quente de Ghost tocou em seu braço sutilmente, chamando sua atenção para o rosto dele.

— Scar, você escutou o que eu disse? - ele questiona um pouco confuso por você estar em um "transe".

— hm? - suas sobrancelhas se ergueram rapidamente. — desculpa, eu me distrai.. o que você disse?

— perguntei se está tudo bem com o seu ombro. - ele solta seu braço com cautela, desviando o olhar para seu ombro que foi baleado na missão.

— ah! sim, está tudo bem, eu fui na enfermagem e retiraram a bala depois fizeram outro curativo. - você responde sorrindo calma direcionando sua atenção para seu ombro.

— fico aliviado em saber disso. - Ghost suspira baixo, descansando suas pálpebras por alguns minutos.

— eles levaram a bala para inspecionarem. - comentaste voltando a encarar o maior na sua frente.

— espero que consigam alguma coisa, aliás, tenho que ir verificar se está tudo bem com o capitão. - ele disse colocando a balaclava enquanto caminhava até a porta da sala.

— está bem, eu também preciso voltar ao meu dormitório. - você arruma seus fios de cabelo e sua postura.

Ele destrancou a porta e saiu sem dizer nada, você fez a mesma coisa, apagou as luzes da sala e fechou a porta caminhando até seu dormitório, quando chegaste ao seu aposento, você entrou e trancou a porta dando alguns passos ficando no centro do cômodo, com cuidado você pegou seu celular o desbloqueando. Depois da missão malsucedida, Valeria não te enviou mensagem ou deixou recado em algum canto discreto que apenas você olharia, seu coração gelou, você ligou para ela caminhando em círculos lentos aguardando para ser atendida, depois de várias voltas a chamada foi atendida e um suspiro de alívio escapou dos seus lábios delicados, você abriu um sorriso mínimo e parou de andar aos poucos.

— que bom que você atendeu, fiquei preocupada.. você não mandou mensagem após a missão ou deixou algum recado como de costume. - você encostou o telefone em sua orelha e encarou o espelho mediano na parede da frente.

— ah, cariño.. quase me pegaram. - você escutou o suspiro pesado que a mulher deu do outro lado da chamada. — tenha cuidado garota, o coronel está com a força-tarefa agora.

Um arrepio cruzou suas costas ao escutar a fala da mulher, você estava seu coração batendo mas não deixou o nervosismo te abalar, respiraste fundo e deslizou a palma da sua mão sobre o rosto.

— fica tranquila, ele não vai saber. - você comentou afastando o telefone da orelha e desligando a ligação. — ele não vai conseguir saber.

Será que, o coronel descobrirá sua conexão com El Si Nombre? Afinal, Alejandro Vargas além de raivoso não confia em qualquer soldado que encontra. Ainda mais, novatos de bases rivais, como você.