capítulo 3.

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Os tiros ecoavam abafados em seus ouvidos quando o confronto começou, você se sentia assustada pois era sua primeira missão pesada, havia muitos soldados rivais e pessoas gritando e correndo para se salvarem, você olhava desesperada para checar se estava tudo bem com os outros soldados da equipe. Você não o viu. Ghost sumiu do seu campo de visão.

— cacete. - você reclamou sentindo a trava de sua arma presa, ela não voltava. - vamos lá, não vacila..

Em fração de segundos você escutou um chiado de bala de sniper ecoando pelo grande aeroporto, algo puxou seu corpo para trás, um braço forte agarrou sua cintura pressionando o antebraço em seu estômago, no mesmo instante, a lateral do seu braço ardeu indicando o leve acidente com uma bala de raspão que atingiu seu braço.

— cacete..! - rosnou com dor segurando a lateral do seu braço, você franziu as sobrancelhas olhando o leve ferimento.

— não se distraia recruta, eles estão por toda parte. - a voz masculina surgiu, uma mão coberta por uma luva tocou em seu braço. — isso foi de raspão, a dor de atingir diretamente na sua carne é muito pior do que a dor que sente agora.

Essa voz, esse sotaque eram familiares para você, quando a mão quente e coberta tocou em seu braço desnudo seus olhos subiram até o rosto. Outra vez você se surpreendeu, por que Ghost está te ajudando? ele não tinha cara de ser atencioso com os soldados.

Ghost..? - você perguntou encarando aqueles olhos sem vida presos em seu braço não tanto ferido.

— vamos recruta, temos um trabalho a fazer. - Ghost te olhou, conectando seus olhos com os dele. — você não pode ficar de bobeira se eu não estivesse perto, você teria morrido. - ele fala com autoridade, pegando a M4A1 que estava em sua cintura.

  Ghost tinha razão por estar falando contigo naquele tom de voz, seu desleixo poderia ter te matado, a bala deslizou por debaixo do seu braço quase acertando sua costela. Se ele não tivesse te puxado, a bala atravessaria sua costela com facilidade e acertaria seu pulmão. Você morreria ali mesmo com uma dolorosa dor. Ghost permaneceu ao seu lado te dando reforço para combater os rivais próximos, no momento, você estava fazendo um curativo rápido e desajeitado no seu braço.

— não precisa me dar sermão, tenente. - retrucastes com um leve tom de raiva, era chato ouvir sermões em situações como esta.

— não estou te dando sermão, é só um aviso. - ele respondeu simplista e rápido, atirando nos soldados rivais que estavam no andar de cima do aeroporto.

Você e ele tiveram uma troca de olhares severos depois que a breve conversa acabou, ele continuou atirando nos soldados e você se ajeitava com a M4 em seus braços, manter o foco no momento mesmo com tanta adrenalina era o necessário, acontecia tantas coisas no momento que você ficava um pouco atordoada. Ghost estava em sua frente, dando-lhe cobertura. Você pode notar o quão alto ele era perto de você, mas, os gritos voltaram a ecoar pelos seus ouvidos e isso a incentivou a procurar os atiradores mais fortes de Makarov.

Simon Ghost Riley [das cinzas ao sangue.]Onde histórias criam vida. Descubra agora