capítulo 28.

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A mesa era afastada das pessoas, adequada para conversarem o tanto que quiserem, Alejandro finalmente se sentou à mesa depois de falar com alguns homens, você se ajeitou no assento de couro pegando o cantil metálico que estava guardado no bolso da sua blusa de frio, deixando o recipiente sobre a mesa redonda você se permitiu livrar-se do agasalho o deixando pendurado na cadeira que descansava no momento. O coronel permaneceu te olhando com os antebraços descansados sobre a mesa, recompondo sua postura, abristes o cantil e levou à abertura até seus lábios provando um pouco do líquido gélido da tequila mantido ali. Logo em seguida afastou o fechando, seus olhos se fecharam com os de Ale e assim você começou a falar em tom nítido apenas para ele.

tequila. - você oferece erguendo o cantil na direção do homem. — quer um pouco?

— recusarei no momento, eu pedi um coquetel. - disse ele apontando para o lado da bancada de bebidas. — enfim, Scar. Me fale as coisas que você gosta de fazer.

— tipo..? - você respondeu fechando o cantil e o deixando sobre a mesa, sua voz continuando serena.

— qualquer coisa. - ele complementa, com os olhos vidrados nos seus.

No mesmo instante você pensou no que compartilhar com o coronel Vargas, tantas coisas para dizer e você tinha que escolher com cautela para não expor demais. Voltando a atenção para o homem, sua respiração pesou e a calma se alastrou em seu corpo.

— não sou boa com armas. - antes que você falasse as seguintes coisas, Ale te interrompeu.

— naquela missão eu vi o que você fez.. com a ajuda dela. - ele disse mencionando Valeria, suspirando ele continuou. — você leva jeito com armas pesadas, recruta.

— bobeira, eu não sou tão boa assim. - você diminuiu o tom de voz. — ela fez quase o trabalho todo.

Depois da sua resposta você se lembrou do momento em que estava junta com a Valeria, ao lembrar disso você se recordou que no momento em que acordastes minutos atrás e Ghost estava no seu quarto, lendo seu caderno de anotações, uma onda elétrica de desespero deslizou por todo o seu corpo, passando as mãos sobre os bolsos da sua vestimenta você caçou seu telefone. O guarda-roupa.. você tinha deixado ele lá, engolindo ar seco seu corpo tomou o impulso de se levantar mas você conseguiu conter o ato.

— no que você é boa, Scar? - Alejandro pergunta mais uma vez, com curiosidade em seu olhar.

— treinei por dois anos para ser uma boa atiradora, como o König, porém não queria me arriscar muito. - admitiste desviando sua atenção para o garçom que se aproximava. — mas eu estou pensando em treinar outra vez, pelo o que eu vi aqui na força-tarefa.. as coisas são diferentes.

Price gosta de missões bem sucedidas, ele é um homem que não gosta de desacertos. - o coronel pegou o coquetel assim que o garçom o colocou sobre a mesa de madeira escura, logo bebendo um gole. — nunca o vi irritado.

— eu consegui irritar ele mesmo sem ter feito nada, eu realmente não entendo porque eles me vêem como uma ameaça.. - sua voz expressou sua breve tristeza com uma pitada nada sútil de raiva. — eu só queria provar que eles estão errados.

— e você não é uma ameaça? - ele questiona outra vez, deixando o copo na mesa.

— não é por que eu sou próxima da Valeria, que eu sou a porra de uma terrorista. - suas sobrancelhas ficaram arqueadas com a raiva acumulada. — ou uma mulher infiltrada para depois matar cada um sem remorso.

Alejandro não deixou de te olhar por nenhum segundo, mesmo ainda desconfiado ele decidiu manter o profissionalismo de lado, ao respirar fundo ele ergueu a mão esquerda colocando-a sobre a sua, transmitindo um pouco de confiança e tranquilidade.

tranquila chica, no puedes estresarte tanto. - ele falou naturalmente, esperando sua raiva ir embora.

— não vem com isso Alejandro, posso acabar te mostrando a diferença do exército e eu. - tirastes sua mão dali e cruzastes os braços.

Eles não sabiam tanto sobre você, e metade das coisas que você contava era mentira para preservar sua identidade, mas em momentos de estresse você acabava deixando coisas demais escaparem pela raiva, suas têmporas doíam indicando que daqui alguns minutos você teria uma dor de cabeça leve, respirando fundo sua mão agarrou o cantil e o abriu levando-o até seus lábios. Você precisava ter certeza em quem confiaria na força-tarefa, você precisava investigar mais porém estava difícil.

Simon Ghost Riley [das cinzas ao sangue.]Onde histórias criam vida. Descubra agora