capítulo 29.

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Depois de uns minutos em silêncio você se acalmou, Alejandro já tinha terminado de beber o coquetel e você quase esvaziou o cantil todo, o bar estava começando a lotar então ambos decidiram sair do local e ir até o carro, estava chuviscando mas isso não incomodou vocês. Alejandro ficou encostado no capô do carro olhando para longe, enquanto isso você decidiu ficar em pé em uma distância respeitosa do homem.

— parece que o seu caso com ela não foi um dos melhores. - você falou olhando para o bar lotado e logo perguntou um tanto curiosa. — você já teve outras além dela, Ale?

— não foi mesmo. - as palavras foram ditas em um suspiro pesado, te olhando um pouco surpreso ele respondeu. — não, ela foi a primeira e a última.

Ele falou com sinceridade e você notou isso no olhar perdido do coronel, seu coração apertou um pouco mas sabia que ele ainda estava arrasado com a traição da mulher, mesmo que seus instintos pedissem para que você tenta-se reaproximas-los, a traição de uma primeira paixão não era fácil de se superar e você sabia a dor disso, seu passado era quase idêntico com o de Alejandro. Apenas em algumas partes.

— se ela não tivesse te traído. - encostastes no capô do carro ficando próxima do homem. — até aonde você iria por ela?

— você quer mesmo saber? - ele respondeu franzindo as sobrancelhas e olhando-te. — eu voltaria rastejando até ela, eu a amei 'pra carajo..

— então volta com ela, Ale. - você suplicou baixo, respirastes fundo e continuou sua fala. — Valeria sente sua falta, era uma chatice ficar escutando ela falar de você no cartel de Las Almas..

A mentira fluiu com sinceridade entre seus lábios, em tom convincente, mas não era literalmente uma mentira pois quando você era capanga de Valeria, com uma mínima brecha ela conseguia achar um jeito de falar do coronel. Você até imaginava que a sicaria tinha um caderno com desenhos, fotos, anotações, entre outras coisas sobre o Alejandro, era a cara dela fazer isso. Seus olhos navegavam pela figura do homem, o físico coberto parecia maior com tamanha proximidade de vocês, ele também parecia estar te olhando já que era a primeira mulher da TF141 que ele viu depois de anos, e era um pouco chato ser a única na base.

— enfim, podemos voltar para a base? Talvez estejam me procurando. - você revirou os olhos para a esquerda sentindo a brisa fria tocando sua pele. — e também está esfriando.

— claro, hermosa. - ele fala com naturalidade caminhando com pressa até a porta do motorista.

és un chico loco, Ale. - uma risada escapou no fim da frase, surpresa com o que ele disse.

Após entrarem no veículo ele logo foi ligado, o carro começou a se deslocar pela estrada asfaltada até a base, você ficou papeando com o coronel durante o caminho todo o que foi extremamente divertido já que descobriram algumas coisas em comum. La canción de el 141. Vocês passaram o caminho inteiro cantando e dando risadas, o cheiro do álcool tinha dominado o ar do carro mas isso não incomodou você, quando chegaram no cartel Alejandro te acompanhou até a entrada, pelo cavalheirismo você o agradeceu com um abraço amigável esquecendo o profissionalismo. Caminhando em passos largos você tratou de voltar para seu dormitório cruzando os dedos para que seu telefone ainda esteja dentro do guarda-roupa.

Seus passos apertaram ao notar a porta aberta, chegando lá você entrou no seu aposento dando um suspiro aliviado ao vê-lo vazio sem sinal de intrusos, andando para dentro você retirou seu casaco o jogando sobre a cama mas você não esperava escutar a porta do cômodo sendo fechada e chaveada. Ao vira-se, seus olhos focaram na figura monstruosa do tenente Riley, aqueles olhos perdidos estavam expressando raiva e ainda mais os músculos dele estavam tensos, causando-lhe calafrios fortes.

— onde você estava, recruta? - aquela voz grossa fez todos os seus sentidos focarem nele.

— o que você está fazendo dentro do meu quarto sem a minha permissão? - você questiona rápido tentando esquecer a sensação de medo.

— responda-me primeiro, garota. - ele se aproxima em passos brutos. — não me faça perder a porra da paciência, Price quase me matou quando eu disse que você não estava aqui.

— eu disse que eu não preciso de babá. - seus olhos penetraram nos dele, sem vacilo. — meu codinome é Scar e não me chama assim de novo, tenente.

Ele se aproxima mais fazendo você recuar rápido, sentindo a parede gélida do guarda-roupa você soltou um suspiro vendo a figura enorme do tenente cobrindo seu corpo, Ghost estava na sua personalidade ameaçadora mas isso não fez com que você quebra-se o contato visual. Seu coração estava disparado e você conseguia escutar a respiração dele de tão próximo que o homem estava.

Simon Ghost Riley [das cinzas ao sangue.]Onde histórias criam vida. Descubra agora