capítulo 8.

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Ghost ainda estava lá, no olhar sem vida do homem à sua frente, você sabia que dali em diante teria que manter a confiança do homem, não poderia vacilar com ele nem por bobeira alguma, era como uma hipnose, você não conseguia desviar sua atenção do rosto do tenente. Ghost estava intrigado com o seu silêncio, seus olhares e até seus leves movimentos com as mãos; ele sabia que você queria tocar para saber se era real.

— estranho, não é? - ele questiona, olhando para baixo e ficando em silêncio.

— jamais. - sua resposta foi rápida, ainda o encarando perdidamente.

— não diga a ninguém que você viu meu rosto, sério.. não me faça perder a confiança, caso se atreva a fazer isso. Se considere uma pessoa morta. - ele rosnou cerrando seus lábios, olhando-te severo.

— fica calmo aí. - você ergueu suas mãos fazendo um sinal para que ele se acalma-se. — você não vai perder a confiança comigo, ainda mais, eu também te mostrei algo que eu não me sinto confortável expondo para ninguém.

Simon te olhou de cima para baixo, mantendo sua postura firme, você suspirou passando as mãos em seus fios de cabelo e depois se sentou sob a mesa, cruzando suas pernas.

— você é diferente do que eu imaginei, de rosto. - você fez um gesto em frente ao seu rosto, informando o homem que você teria uma outra perceptiva do rosto dele. — pensei que você tivesse mais cicatrizes, sei lá, talvez metade do rosto deformado igual o do Horangi..

— Horangi? - Ghost pergunta rápido.

— um conhecido. - sua expressão calma mudou para uma de chateação, você permaneceu tocando em suas pulseiras.

— esse nome é familiar para mim.. Laswell já mencionou ele em alguma reunião. - a voz rouca fluiu em tom baixo, sereno.

— não importa, ele é passado. - seus olhos foram tomados pelo ódio no final da frase, engoliste seco e se retirou de cima da mesa. — bom, o que mais quer saber de mim?

— cada segredo que você esconde, do que mais você sabe? - Ghost retrucou, olhando em seus olhos.

— eu não escondo segredos, eu guardo informações pessoais Ghost. - você cruzou os braços, o olhando de volta.

— fale logo, quem você conhece? - ele dá um passo para frente, ficando próximo de você.

— hm. - pensastes um pouco, respirou fundo encostando-te na beira da mesa. — o coronel das Forças Especiais Mexicanas, Alejandro Vargas. Eu nunca o vi de perto, fico curiosa em saber como ele é pessoalmente.

— o Alejandro? nossa, você conhece apenas ele? - incrédulo ele pergunta, erguendo as sobrancelhas surpreso.

— não idiota. - você fecha a cara, voltando a mencionar as pessoas que conhecia. — conheço o Rudy Parra, o König, infelizmente conheço o Graves. Esse filho da puta passou pela minha vida e me tirou do sério.

— poucas pessoas e digo o mesmo sobre o Graves. - Ghost engoliu ar seco, desviando o olhar para os objetos da sala.

— conheço Keegan Russ, Farah Karim, Alex Keller, Nikolai. - a cada nome você erguia um dedo de suas mãos.

— você conhece o Keegan? - boquiaberto ele perguntou.

— sim, mas foi por exatos trinta segundos. - abaixastes suas mãos voltando a encarar o tenente. — cacete, você acha que estou mentindo?

— olha os modos, recruta. - falou autoritário, olhando-te com superioridade.

— vou tentar arrumar. - você arrumou sua postura e se preparou para repetir. — ¡puta mierda, pendejo! você não acredita em mim? - puxaste o sotaque espanhol e logo em seguida gargalhou baixo.

— você não leva as coisas à sério, Scar. - um sorrisinho mínimo brincou com os lábios dele.

— você sorriu?! - seus olhos se arregalaram, surpresa por conseguir fazê-lo sorrir. — eu fiz o Ghost sorrir?!

— não estou sorrindo. - ele relaxou o rosto.

— sacanagem! - reclamaste como uma criança sem doce.

Simon Ghost Riley [das cinzas ao sangue.]Onde histórias criam vida. Descubra agora