Simon Ghost Riley [das cinzas ao sangue.]

capítulo 25.

A noite passou sem nenhuma perturbação, depois que você deitou na cama o pânico sumiu enquanto o sono se fazia presente em seu corpo, o dia surgiu e a claridade do cômodo incomodou seus olhos fechados, ao abri-los suas sobrancelhas se fecharam e seus músculos tensionaram, erguendo os braços e esticando as pernas você se espreguiçou afastando o seu sono. Portanto, quando sentastes na cama notou uma presença no canto do quarto, ao olhar encontrou-se a figura de Simon; encostado na parede e segurando um caderno pequeno, como um livro.

— finalmente você acordou. - ele diz fechando o caderno e olhando-te logo em seguida.

— não preciso que me vigie, não vou fugir. - levantastes da cama passando uma das mãos no rosto.

— estou apenas obedecendo as ordens do capitão. - Ghost se aproximou em passos lentos e sutis. — precisamos conversar sério, Scar.

A mão quente do homem agarrou seu braço chamando sua atenção até o rosto coberto do loiro, respirando fundo e mantendo a postura seus olhos serpentearam pelo braço coberto até a mão dele.

— se vamos conviver na mesma equipe, precisamos nos reconciliar. - ele soltou seu braço ficando em uma distância respeitosa. — König me contou algumas coisas sobre você.

— o que ele contou? - sua voz continuou firme e outra vez seus olhos se encontraram com os dele.

— a verdade sobre suas cicatrizes, e eu li um pouco do seu diário e descobri mais coisas. - ele disse erguendo o caderno que estava bisbilhotando anteriormente.

— não é um diário e pelo o que eu saiba, eu não autorizei para você ler. - você puxou o caderno da mão dele e o segurou firmemente.

— se não é um diário, por que tomou ele da minha mão? - Ghost retruca cruzando os braços sobre o peitoral.

— é só um caderno idiota. - respondestes com agilidade no momento que se virou para guardar o caderno. — eu anoto coisas nele para não esquecer.

— você anota bastante coisa pelo visto. - ele comentou baixo desviando o olhar para baixo.

Seu coração estava acelerado por estar conversando com o tenente, mesmo gostando dele você não podia se declarar por não querer misturar seus sentimentos com o trabalho na força-tarefa e por saber algumas coisas do histórico do tenente, seu corpo estava arrepiado pela sensação fria que corria em seu estômago, aquele momento foi terrível. Seus olhos lacrimejaram, estava acontecendo tantas coisas que você se questionava, por que logo eu..? Simon ficou imóvel parecendo querer falar algo para você, por não querer conversar seu único impulso foi caminhar em direção a porta do dormitório e abri-la por completo dando espaço para que o homem saísse.

— Scar, eu literalmente quero conversar com você mas preciso saber se posso ou não confiar em você outra vez. - Ghost disse olhando-te na esperança de uma resposta.

Confiar..? As coisas estão uma bagunça e ele só quer voltar a confiar em você.. mas, e se for outra maneira de te esfaquearem pelas costas sem saber?

— Simon.. - você o chamou pelo nome, as palavras engataram na sua garganta quando percebestes o desleixo, engolindo seco você prosseguiu. — Ghost, eu preciso de um tempo sozinha.

— Scar. - ele se direciona até a porta em passos lentos sem desviar a atenção de você.

— Ghost, me deixe sozinha.. por favor. - seus olhos se viraram até suas pulseiras de miçangas, fazê-las era uma habilidade sua no tempo livre.

Quando ele saiu você rapidamente fechou a porta e a chaveou, encostando-se nela e sentando no chão com os antebraços sobre os joelhos, olhando para as pulseiras você se relembrava dos momentos que as fez; a primeira era uma simples pulseira de linha preta com uma miçanga vermelha no meio, a outra metade estava com König que era ao contrário, era de linha vermelha com uma miçanga preta. Tinha mais uma porém a outra metade ainda não estava pronta.. era uma pulseira bem feita com miçangas brancas e pretas semitransparentes, com o fecho de ferro. A outra metade era para Simon, mas ainda não estava feita.. seus sentimentos se alastraram pelo seu coração, ignorando a chance de você se machucar outra vez.. mesmo chateada com tudo, amá-lo te fazia bem de alguma forma mesmo não podendo.. tê-lo para si...