12 - Babaca arrogante

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Sábado, 07 de maio de 2022.

Não consegui dormir, o dia estava amanhecendo pela janela, os pássaros do parque já cantavam. Depois do prazer insaciável que Valentina me deu, toda a adrenalina parecia ter dominado o meu corpo. Passei a noite observando e velando o sono tranquilo dela. Confesso que eu ainda estava com a sensação de querer mais, teria continuado por mais algumas horas se Valentina não estivesse tão cansada. O desfile lhe consumiu energia, eu sabia. Ela apagou instantes depois que ficamos nos aninhando após ela me fazer gozar.

E quanto a mim, passei a noite inteira intercalando entre o teto e o rosto angelical ao meu lado. Repassei toda a minha vida desde o momento que a conheci até hoje, refleti sobre o caminho que o destino estaria traçando. Nem era pra eu estar mais aqui. Ironicamente, agora, nunca tinha me sentido tão viva.

E suspeitava que a mulher ao meu lado era o motivo. Seria possível que eu estava...

Não, acho que eu só me influenciei pelo calor das emoções. Mas como eu poderia ter certeza? Isso nunca aconteceu antes.

Pelo celular, eu solicito um café da manhã. Peço que preparem a mesa da varanda externa adjacente ao quarto, assim não teriam contato com a área íntima onde ela dorme. Me levanto e tomo um banho, é inevitável não lembrar da cena ali na noite passada. Sorrio involuntariamente.

Quando retorno ao quarto para pegar uma roupa, Valentina estava sentada na cama, o lençol protegia seu corpo que estava com os joelhos dobrados, seu cabelo bagunçado e seus olhos cerrados. Sorrio sutilmente com a visão.

- Bom dia - eu ofereço

- Bom dia, que horas são?

- Oito e meia, o café está servido lá fora, você vem?

Ela acena em confirmação, me encara inexpressiva como se estivesse aguardando meus movimentos. Percebo que ela quer privacidade então pego um conjunto de short e camiseta e me retiro para me trocar na sala ao lado.

Sigo até a varanda e me sento observando toda a natureza em minha frente. É até estranho imaginar que estamos no meio da enorme São Paulo.

Eu amava vir a esse hotel, adorava ter um pouco de contato com a natureza. O caos da cidade e aquela quantidade enorme de prédios em cima de você é estressante. Aqui, nesse refúgio eu encontrava um pouco de paz.

Valentina surge pela porta, um cheiro conhecido me atinge de imediato. Ela tem os cabelos molhados e o rosto já estava completamente desinchado. Vestia o roupão do hotel.

- Usei o seu desodorante e sua loção, espero que não se importe...

- Tudo bem, fica melhor mesmo em você - sorrio de lado e a encaro com dificuldade, pois o sol machucava os olhos

Ela se acomodou na cadeira do outro lado da mesa, encarou todo o banquete em sua frente com apreço nos olhos. Cada gesto dela era simplesmente encantador.

- Fique a vontade, eu não costumo comer tão cedo, gosto do café preto quando acordo.

- E pediu tudo isso só para mim?

- É o serviço do hotel - dou de ombros

- Você vai ter que experimentar o meu pão de queijo gourmet.

- Anh?

Valentina utilizou da faca para cortar o pequeno pão ao meio, serviu-se de um pedaço de queijo fresco e diminuiu seu tamanho, acomodou o mesmo em uma das bandas do pão, enquanto pegou a outra com a mão. Ela serviu com a colher um pouco da geleia de goiabada em sua frente e distribuiu por tudo naquele pedaço em sua mão. Juntou os dois como um pequeno sanduíche, me entregando em seguida.

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