45 - Apreensão

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Valentina:

- Porra Igor! - exclamo assim que entro no apartamento após Luiza me trazer do aeroporto e dou de cara com meu irmão, deitado no sofá como se nada tivesse acontecido.

- Qual foi, Valen, que susto... Tava dormindo.

- Você sumiu por dias - empurro seu ombro conforme ele senta, se acomodando todo sonolento. - Onde você estava?

Seu rosto estava mais magro, apesar do recém tomado banho, ele parecia abatido.

- Tive por aí...

- Não mente Igor, porra... Você ta se drogando de novo?

- Claro que não, Valentina, que saco... - Ele levantou exaltado, fugindo do assunto e da minha presença.

- Cara.. Você não pode simplesmente sumir sem avisar ninguém, mamãe já estava querendo contar pro pai pra colocar a delegacia atrás de você.

- E revelar para toda a polícia civil do Rio de Janeiro que o filhinho do delegado tava perdido em drogas de novo? Ele jamais faria isso... Me deixaria morrer

- Ele tem os motivos dele... Igor, eu fui a única que ficou do seu lado, te dei o benefício da dúvida e confiei em você quando nada em mim dizia pra confiar... - ele tinha o olhar preocupado, como se sentisse dor ou algo. Não manteve o contato conforme eu pedia sua sinceridade - Se você tiver algo pra me falar, fala logo...

Seu silêncio foi esclarecedor, algo estava acontecendo e ele não me falaria por nada.

- Igor, tem a ver com a Luiza? - me aproximei encarando seu rosto firmemente, poderia ver em seus olhos se ele mentisse para mim. - Diga de uma vez...

- Tudo pra você é a sua chefinha, não é? Nunca imaginei que você seria tão cadelinha assim por uma qualquer, Valentina... - antes que eu pudesse acertar minha mão em seu rosto, ele segurou o meu punho - Chega dessa patifaria, estou vazando daqui... - ele soltou minha mão com brutalidade - E não adianta me procurar, eu me viro sozinho. Depois pego minhas coisas...

- Igor, se você fizer algo contra ela... - eu dizia conforme o seguia pelo apartamento em direção a porta - Igor, me escuta...

Ele bateu a porta e me deixou falando sozinha. Eu já não sabia mais se poderia confiar em nada do que ele disse. Ele poderia sim estar em recaída, aparentava pelo menos. Dessa vez, eu não poderia fazer nada a respeito, ele estava por conta própria.



[1 mês depois]

- Você vai adorar esse restaurante... - Luiza disse ao atravessarmos o hall de entrada de um famoso estabelecimento.

- Qualquer lugar com você, vou adorar... - eu sorri.

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