Luiza abandonou tudo para ir atrás de seus objetivos na cidade grande. Conquistou o mundo com sua ambição e visão empreendedora. Criou um império invejável, mas ele estava vazio. Até o dia que alguém invadiu esse território instável desarmando todas...
Depois de finalizar a conta no bar e seguirmos em direção ao meu condomínio, no carro, Valentina por vezes virava o rosto em minha direção, sorria discretamente e voltava a encarar a cidade passando rápido pela janela.
- Seu amigo veio me questionar sobre seu sucesso, eu achei estranho... O que ele faz?
- Arruma equipamentos eletrônicos. Ele está com minha câmera que acabou quebrando, aquele dia no terraço. Não liga pra ele Lu, ele só devia estar querendo marcar território.
- Por quê? Ele sabe sobre nós?
- Não, ninguém sabe... Mas não é muito difícil de perceber nossa química.
Pausei reflexiva. Realmente era bem perceptível nossa conexão, e ficaria cada vez mais difícil disfarçar diante da mídia invasiva em minha vida, e agora, na dela também. Eu finalmente decidi conversar sobre isso..
- Como você lida com a exposição da mídia? Se um dia souberem de nós... Por exemplo.
- Eu gostaria muito que isso não acontecesse. - Sua resposta me intrigou..
- Por que?
- Eu não quero que as pessoas tenham a visão errada sobre mim, e sobre você também, não seria bom pros seus negócios... Eu preferiria manter em sigilo.
Eu poderia dizer que meus negócios não estariam em risco em qualquer hipótese. O meu império era inquebrável de tão enorme. Eu conseguiria abrir umas 5 empresas iguais a Lilac se precisasse. Mas me abdiquei de tamanha esnobes.
- Eu entendo.
- Não se preocupe com o Júlio, ele não venderá nenhuma fofoca para a mídia.
- Eu não me preocupo. - digo no mesmo instante, quem se preocupava era ela. Mas eu não tiro sua razão.
Quando entrei pela porta da sala, Valentina parecia um pouco retraída. Retirei meu casaco colocando-o no cabideiro e abri um pouco a camisa para me aliviar do calor. Ela observava atenta aos meus movimentos.
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- Quer tomar um banho antes? - pergunto, ela me olhou um pouco assustada - da gente conversar... - complementei antes que ela pensasse que eu era uma tarada.
Não que eu não quisesse muito, mas não faria nada além do que ela me permitisse. Ela assentiu então a direcionei para o quarto de hóspedes.
- O banheiro tem tudo o que você precisa, escovas novas que nunca foram usadas, tem toalhas, sabonete e shampoos. Espero que não estejam vencidos pois ninguém nunca vem aqui. - eu sorri culpada - nessa cômoda tem algumas roupas que eu recebo das marcas para publicidade, as que não são pretas eu só faço um agradecimento e as armazeno aqui. Geralmente Carmen leva algumas para a família e o resto doa lá no bairro que ela mora. Essa semana chegou algumas e espero que tenha algo aí que te agrade. Mas se não, o meu closet também está à disposição, ok?