Luiza abandonou tudo para ir atrás de seus objetivos na cidade grande. Conquistou o mundo com sua ambição e visão empreendedora. Criou um império invejável, mas ele estava vazio. Até o dia que alguém invadiu esse território instável desarmando todas...
O relógio marcava dezessete horas em ponto. As pessoas se aprontavam em suas mesas finalizando o expediente mais cedo. Todo ano havia alguma confraternização em comemoração ao dia do trabalho. Dessa vez, os funcionários se juntariam no enorme café-bar que tomava conta de metade do térreo onde ficava a empresa. Nos últimos anos, Luiza não havia participado, afinal muitos eram os comentários e as histórias que rolavam de quando ela esteve presente da última vez a três anos atrás. A CEO havia exagerado na bebida, fez um discurso todo engraçado e saiu agarrada com alguma mulher desconhecida. A empresária acordou no outro dia com a maior ressaca moral, é claro, e uma mulher em seus lençóis.. Engoliu a vergonha e ignorou a existência daquele dia. Mas a verdade é que seus funcionários adoraram aquela versão desconhecida da CEO. Era uma lenda.
Esse ano não seria diferente, ela não tinha a mínima intenção de comparecer. Não até receber aquela mensagem.
'Te vejo mais tarde, Boss?'
Olhou a tela com expectativa. Será que a modelo estava sendo educada, ou queria sua presença?
'Eu não costumo ir nas confraternizações de funcionários'
'Que pena, achei que ia te pagar um drink hoje'
'Que engraçado... Você sabe muito bem que o bar é liberado.'
'Nesse caso, eu aceito o drink que VOCÊ vai me pagar.'
Luiza encarou as mensagens, um singelo sorriso surgiu, estava em um empecilho mental entre o fato de não querer comparecer e o de querer ver Valentina. Só a veria novamente na próxima quinta feira, um dia antes do desfile de inauguração da campanha. Já haviam se passado quatro dias desde aquela sessão de fotos, ou melhor, sessão de tensão sexual extrema. Elas pouco haviam trocado mensagens e Luiza queria muito saber se Valentina estava lhe evitando.
Terminou o relatório que estava preenchendo por volta das dezoito e trinta, os andares já estavam vazios e apagados. Luiza sabia que iria descer e parar no térreo ao invés do subsolo. Não quis trocar de roupa, apesar de ter algumas opções disponíveis ali em sua sala para imprevistos. Retocou a maquiagem e soltou os cabelos que estavam presos. Seguiu caminhando até o elevador com seu conjunto social e scarpins caro.
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Ao se deparar com o café lotado, seus olhos só conseguiam percorrer o ambiente buscando por ela. Era óbvio que todos estavam surpresos com sua presença, muitos olhares curiosos e sorrisos falsos. Luiza ignorou a maioria deles. Recebeu o cumprimento de alguns diretores e supervisores e acenou sutilmente em resposta. Conversou rápido com alguns tentando fugir da conversa chata sobre trabalho.
Quase uma hora havia se passado e ela ainda não havia encontrado seu alvo, pensou que talvez ela tivesse desistido. Se acomodou solitária em uma banqueta diante do balcão do bar e pediu uma dose de whisky para relaxar.