- Amore! Verona è la città dell'amore... - o nosso motorista, Matteo, era um italiano extrovertido e falante, mais gesticulava com as mãos do que segurava o volante. Por sorte, ele andava devagar. Mas ainda assim causava certo receio de acontecer um acidente a qualquer momento por falta de atenção. - Da quanto tempo sei innamorato?
Olhei para Valentina ao meu lado que tinha uma cara confusa, não sei o quanto ela estava entendendo. Respondi ao rapaz de forma subjetiva.
- Oggi è passato un mese da quando ci siamo incontrati - ele me encarou pelo retrovisor, sorriu acenando, provavelmente pensou que estava passando dos limites com tanta pergunta pessoal.
Por graças aos céus, ele acabou se calando um pouco.
- Tudo bem? - perguntei à ela, que estava distraída olhando o celular.
- Sim, para onde estamos indo?
- Você já vai saber... - sorri. Ela já sabia que íamos visitar aquele local, mas ainda assim eu quis esperar para ver sua reação quando ela se desse conta. Eu confesso que também estava curiosa para descobrir o que causou tanta inspiração naquela famosa história.
- A casa de Giulietta. - Valentina ditou a placa em sua frente. Nossos olhares se encontraram com sorrisos singelos no rosto e logo seguimos em direção a entrada, passando pela estátua de bronze da mulher.
No decorrer do caminho adentrando a pequena casa, íamos conhecendo pedaços da história de Julieta e Romeu, Valentina registrava tudo e às vezes me questionava a tradução de uma palavra ou outra.
- Sabe o que é curioso? - eu perguntei a ela, querendo compartilhar algo que eu achava interessante. Ela me olhou atenta - Dizem que Shakespeare nunca esteve na Itália. - eu tinha toda a sua atenção, ela queria saber mais - Lembra da obra de Dante? Foi de lá que ele retirou as famílias Capuleto e Montecchio. Eram reais, mas nunca houve rivalidade. E a história de amor de Romeu e Julieta original era apenas um poema de um poeta que Shakespeare teve conhecimento.
- Você é mesmo uma barsa ambulante, não é? - ela me caçoou, nos tirando risadas leves.
Caminhamos mais um pouco analisando diversos expositores, até que um me prendeu.
- O quão irônico é, se sacrificar por amor... - confessei um devaneio quando refleti ali, diante de um frasco que representava o veneno que Romeu providenciou para si.
- Não se sacrificaria? - ela me perguntou.
- Amar já é sacrificar... amor implica um compromisso. É um meio para um fim, onde os ganhos superam as perdas. - deixei de observar o veneno para mirar o rosto dela - Mas tragicamente falando, não sei se me sacrificaria, e você?
- Talvez... - esbocei uma leve surpresa, apesar da sua resposta inconclusiva, eu me surpreendi com a possibilidade do sim e ela percebeu a minha reação. Eu caminhei em direção a próxima atração da casa com ela me acompanhando ao lado - O que eu quero dizer é... Existem diversas formas de sacrifícios por amor... Algumas pessoas sacrificam carreiras, por exemplo, ou sonhos e desejos...
- É verdade. Acho que eu não sacrificaria tudo o que conquistei...
- Nem deveria. A Lilac é o grande amor da sua vida... e com certeza houve muitos sacrifícios para chegar até aqui.
Eu sorri e assenti. Realmente tudo o que eu havia conquistado valeu cada sacrifício que eu passei, com exceção de um.
Depois de analisar mais alguns itens, Valentina parou diante de uma parede de tijolos aparente.
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LILAC
FanfictionLuiza abandonou tudo para ir atrás de seus objetivos na cidade grande. Conquistou o mundo com sua ambição e visão empreendedora. Criou um império invejável, mas ele estava vazio. Até o dia que alguém invadiu esse território instável desarmando todas...