LILAC

38 - E se...

Nota da autora: 

hello láiláquers! Hahaha. Hoje tem collab no flashback com minha queridíssima amiga @laawxoxo, autora da fic  Enigma (Valu),  Skyline (Rosattaz) e outras shorts.  Amo sua escrita, você é perfeita! Obrigada Anne!

Narrador

- Lu, a gente precisa conversar - a investigadora se aproximou sem o menor medo. Nunca foi de fugir das suas consequências. Só precisava lidar, talvez, por um tempo. Mas sempre correu atrás dos seus objetivos.

Resolveu aproveitar dessa oportunidade, talvez única, para ela lhe ouvir. Antes que ela pudesse reprimir, ela continuou...

- Escuta - disse firme - Sinto muito te encurralar assim, eu sei que você não quer me ouvir, me ver, ou qualquer outra coisa. Mas eu preciso falar, preciso te dizer e sei que você não tem como sair correndo daqui. - indicou com o olhar a cama que ela está sentada, ainda conectada a alguns aparelhos e ao soro. - Me perdoa, por favor. Eu menti, eu sei... eu tive medo de te perder. Eu quis contar a verdade desde o momento que me apaixonei por você. E então quando eu percebi que não era só uma simples paixão, eu decidi te contar. Mas já era tarde, as coisas começaram a ruir diante de meus olhos, de minhas mãos. Eu perdi o controle de tudo... acho que perdi no mesmo instante que meus olhos pousaram em você, na foto que me deram. - Luiza encarava atenta, seus olhos estavam marejados, assim como os da falsa modelo - Foi uma ONG que me contratou, Lu. Eles tinham suspeitas sobre a morte do Adenilson, tinham denúncias sobre a exploração no nordeste, sobre notas frias. Se me deixar eu vou te contar tudo, mas por agora eu só quero resumir e dizer que eu queimei tudo o que eu encontrei, não há nenhuma prova física comigo.

- Seu irmão tem tudo, ele vai me entregar... Ele já começou com aquela foto. - a CEO pronunciou com a voz fria, sem nenhuma emoção. Valentina percebeu que ela ouvira toda a conversa, o que mais ela teria presenciado?

- Eu não vou deixar, Lu. Eu prometo... Ele não vai fazer nada contra você! - a investigadora disse com ênfase. - Não foi ele, Lu. Foi o Júlio. - A CEO a encarou confusa - Ele estava com minha câmera e acessou os arquivos de recuperação da memória interna. Era a única foto comprometedora, eu te prometo. E ele ficou motivado pelo ciúmes, ele tinha plena ciência que nos afastaria. Sinto muito por te envolver nisso, mas você precisa saber e se preparar caso ele seja oportunista. Não se preocupe porque ele não sabe o contexto. É só uma foto que ele pode usar para qualquer notícia tendenciosa. Eu o ameacei, tentei garantir que ele não fizesse nada. Mas eu não tenho como impedir, isso é imprevisível.

- Eu não acredito em nada do que você diz, em nenhum de vocês.

- Eu sei, me perdoa... eu sei...

- Eu te pedi pra sumir da minha vida, eu não quero as suas desculpas, suas explicações, eu não vou te dar o seu perdão, Valentina. Eu só quero esquecer que você existiu...

- Por favor, Lu - sua voz já era emaranhada ao choro descompassado, ela tentou se aproximar - Eu te am...

- CALA A BOCA! - a CEO se alterou, assustando a modelo que se retraiu de imediato - Para, nada disso é verdade... - ela também chorava copiosa, desesperada. - Nada foi verdade...

- Eu juro que foi, eu juro pela minha vida, Lu... Acredita em mim. - implorou por misericórdia, por piedade. Tentou tocar a mão da CEO, mas Luiza não conseguia mais. Os cacos tinham se espalhado para longe demais. Ela retraiu a mão negando o seu toque.

- Sai daqui Valentina, vai embora! Eu não quero mais olhar pra sua cara. - pediu novamente com frieza. A investigadora custava a acreditar em tamanho desprezo, meneava a cabeça negando aquela situação.