Ao chegarem em casa, Larissa ajuda seu pai a tirar Marilia da carruagem. Marília bêbada parecia que pesava três vezes mais que o seu peso normal.
— Não sei o que fiz pra merecer uma filha assim! - Lamentou Mário. — Vamos levá-la para o quarto.
Carregaram-na até seu quarto jogando seu corpo sobre o colchão. Larissa encarou a irmã e balançou a cabeça em negação.
— Custava ter se controlado, Marília. - Opinou. — Uma mulher tão nova e tão entregue aos vícios. Vergonhoso!
— Cala a boca, sua molenga! - Grita Marília assustando até seu pai que ainda estava no quarto. — Você estava dando em cima da minha noiva. Quem devia ter vergonha era você!
Mário desistiu de permanecer no mesmo ambiente que Marília, então saiu. Larissa suspirou buscando forças pra não xingar a irmã.
— Vem, vou te ajudar a tomar um banho.
Lari suspende Marília e a leva até debaixo do chuveiro. Deixa que a água caísse sobre a cabeça da irmã que resmungou da temperatura. Deixou que Marília retirasse sua roupa e voltou quando ela já estava de roupão.
— Vou pedir pra Luísa te trazer um café forte. - Larissa ajeita a irmã sobre a cama.
— Por que você faz isso?
— Você está me perguntando por que você me xinga, me insulta e eu cuido de você mesmo assim?- Larissa segura a maçaneta da porta. — Por que você é minha irmã, Marília. Eu faço qualquer coisa por você.
Marília ficou muda e assim Larissa saiu do quarto rapidamente. Foi até a cozinha solicitar a Luísa que fizesse um café forte pra Marilia. Na volta, encontrou sua mãe no caminho.
— Como está Marilia? - Abordou sua filha mais nova.
— Já tomou um banho e já pedi a Luísa que levasse um café para ela. É só questão de tempo e ela já já estará melhor.
Ruth assentiu e Larissa então dirigiu-se para seu quarto. Estava cansada e envergonhada pela vergonha que Marilia a fez passar na frente de Maraisa.
Luísa abriu a porta do quarto de Marília carregando uma bandeja com uma xícara de café. Repousou o objeto sobre uma mesinha e entregou a xícara á sua patroa.
— Aqui está, forte e bem coado. - A jovem inocente encara Marília. — Mais alguma coisa, Sra. Marília?
— Sente-se aqui, Luísa. - Marília dá duas batidas na cama. — Já lhe disse o quanto seus olhos são lindos?
— Não, Sra. Marília. - Ela abaixa a cabeça, tímida.
— Então agora saiba que seus olhos são lindos. Sua boca também, seu corpo também...
Luísa deixou-se levar pelos galanteios de Marília e acabou cedendo. Ainda pura, deixou ser tocada pela primeira vez por alguém que ela jurava que iria assumi-la após tal coisa. Pobre garota, enganava-se grandemente.
Acabou adormecendo nos braços de Marília que também deixou-se ser levada pelo sono.
Já pela manhã, Larissa foi até a cozinha pedir a Ágata que começasse a servir o café. Estranhou não ter visto Luísa, então perguntou pelo seu paradeiro.
— Onde está Luísa, Ágata?
— Não vejo Luísa desde que foi levar café para a Sra. Marília ontem. Ela também não apareceu no quarto.
Bufou imaginando onde Luisa deve estar agora e vai até lá rapidamente. Abriu a porta encontrando Luisa jogada de maneira folgada por cima de Marília. Contou de um até três mentalmente fazendo de tudo pra não explodir. Chegou perto das duas e então puxou o lençol que as cobriam com tudo. Marília acordou assustada e Luisa abriu os olhos gritando, com medo.
— Eu não acredito que você deixou ser levada pela lábia da Marília, Luisa. Você sabe quantas empregadas trabalharam aqui antes de você? Mais de trinta, Luisa!
Ela tentava esconder seu corpo com os travesseiros por enquanto que Marília encarava a irmã de um jeito que não estava entendendo nada.
— Ela vai me assumir, Sra. Larissa. - Ela chorava. — Sou sua mulher agora. Ela me prometeu enquanto nos amávamos ontem. Não é, Sra. Marília?
— O que aconteceu? - Marília parecia que tinha sido atropelada por uma cavalaria. — Por que a Luisa está na minha cama? Ai meu Deus, que dor de cabeça!
Nesse momento Mário invade o quarto soltando um palavrão ao ver Luisa seminua na cama de Marília. Pronto, a confusão estava feita!
— Quando eu penso que está ruim, piora! - Ele berra e Larissa tem que se afastar pra não ficar com problemas auditivos. — Ágata! Ágata!
Larissa encosta na parede aguardando o desenrolar dessa palhaçada toda. Ágata entra ofegante no quarto assustando-se ao ver Luisa nas condições que estava.
— Leve a Luisa daqui e trate de seguir aquelas regras de sempre. - O pai ordena. — Eu quero todos fora daqui. Minha conversa agora é só com a Marília.
Ágata sai amparando Luísa que chorava desconsolada. Coitada, vai receber um bom dinheiro pra esquecer o que houve ali e provavelmente vai ficar traumatizada.
Larissa sai do quarto logo atrás e encontra sua mãe preocupada.
— Não adianta, mãe. A Marília só faz o errado, o que decepciona. - Diz vendo o horror estampado no rosto de sua mãe.
— Ou o seu pai mata a Marília ou eles finalmente vão ter uma conversa decente.
Deixou sua mãe encostada na porta querendo ouvir alguma coisa e foi tomar seu café. Já fez tanto pela irmã e ela não muda.
Marília esfregava as têmporas tentando fazer a dor que a incomodava passar. Mário puxa uma cadeira e senta na frente de Marilia.
— Não adianta querer conversar, melhor me bater e ir embora. - De ressaca, Marília falava baixo afim de não piorar seu estado.
— Sinceramente eu estou tentado a fazer isso, mas não vou. - Mário encara a filha. — Pela primeira vez eu quero conversar com você e entender por que você age dessa forma totalmente inconsequente. Marília, você não tem mais idade pra estar agindo assim, como adolescente revoltada com o mundo e com os pais.
Marília respira fundo procurando entender por que seu pai quis conversar com ela. Por que depois de tanto tempo ele quis estabelecer um diálogo sem violência.
— Eu não sei. - Marília se viu espantada com a própria resposta. — Talvez eu quisesse a sua atenção, pai. Você só tem olhos pra Larissa, seus elogios sempre é pra ela. Nem me sinto sua filha...
— Não seja tola, Marília! - Mário levanta da cadeira inconformado com a resposta que ouviu. — Sempre amei as duas, sempre elogiei as duas. As duas são minhas filhas, as duas! Não venha com desculpas esfarrapadas...
— A é? - Ela levanta-se encarando o pai, olho a olho. — Qual foi a última vez que você me elogiou? A vinte anos atrás? Quando foi que você me chamou pra ir com você andar pelo vilarejo? E o mais importante, quando foi a última vez que você disse que me amava? - Marília esperava Mário respondê-la, o que não aconteceu. — Não precisa responder por que eu sei que você não lembra. Mas se eu perguntar quando tudo isso aconteceu entre você e a Larissa, você é capaz de me dizer até a hora. Agora sai do meu quarto, por favor.
Mário engoliu seco tentando lembrar de quando demonstrou carinho a sua filha pela última vez, mas nada vinha na lembrança. Retirou-se antes que sua filha lhe passasse mais verdades em sua cara.
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Prometida à alfa - Malila g!p
FanfictionFilha do líder de uma alcatéia forte, Maraisa sempre dedicou-se a assuntos que não se referiam a lobos. Sabia que o que estava em seu DNA não podia ser mudado, mas preferia negar. Gostava de ensinar as crianças do vilarejo e ajudar quem precisava. ...