Marília observou os passos calmos de Luisa até o sofá onde sentou-se. Ela ainda tentava fazer sua mente processar o que acabou de ouvir. Sua mãe recuperou o fôlego ao ponto de aproximar-se de Luisa em passos rápidos.
— Você está desmiolada? - Ruth obriga a garota a levantar-se. — Quem você pensa que é pra vim até minha casa contar essa mentira sem pé nem cabeça?
— Eu sou Luisa Sonza, mãe do seu neto ou neta. - A garota cruza os braços começando a ficar levemente chateada. — Eu não vou ficar me humilhando pra vocês, já bastou o que me fizeram há uns meses atrás. A única coisa boa daquilo tudo foi o bebê que agora carrego.
Marília abriu e fechou várias vezes a boca, ela ainda estava em absoluta negação. Ruth vira-se afim de saber qual a reação que sua filha esboça, engoliu seco ao vê-la tão absorta.
— Você só pode estar brincando... - Marília enfim diz alguma coisa fazendo todos na sala prestarem atenção nela. — Foi só uma vez, Luisa. Você pode estar enganada ou é de um outra pessoa.
— Cale-se! - A voz autoritária de Luisa faz todos a olharem abismados. - Desde aquele episódio eu prometi não me entregar a nenhuma outra pessoa até que eu tivesse esquecido você. Eu me entreguei a você verdadeiramente, Marília. E você sabe o que fazer caso tenha dúvidas, você tem uma bruxa à sua disposição. E aí? Vai permanecer negando?
Ruth caminhou até perto de Marília segurando seu rosto com as suas mãos agora gélidas. Ela viu lágrimas nascerem nos olhos da sua filha, aquilo doeu.
— Leve-a até Ally, com certeza ela está blefando. - Disse em voz suave. — Vai dar tudo certo. Iremos resolver tudo isso antes da Maraisa voltar.
— Eu irei perdê-la, mãe... - Sussurrou mais para si do que para Ruth.
— Não, não vai. Agora suma com ela daqui e volte com notícias boas.
Marília assentiu e abriu a porta para Luisa passar. Já do lado de fora e caminhando ao lado de Luisa, Marília então a encarou como queria.
— O que você quer afinal? Não me diga que acha que eu me separarei pra casar com você caso esse bebê seja meu?
— Claro que não, Marília. - Ela encara o céu que está fortemente azulado. — Só não irei assumir um filho sozinha, sem o seu apoio. Você também é responsável por ele, acha justo eu me virar sozinha?
— E por que essa demora toda para me procurar?
— Tem mulheres que descobrem um gravidez rapidamente, outras não. - Respondeu olhando nos olhos de Marília. — Estou com 3 meses e alguns dias pelas minhas contas. A bruxa dirá mais detalhes, vamos logo.
Marília estava com a garganta seca, todo seu corpo tremia de nervosismo e agonia. Jamais imaginou-se sendo mãe, e nem que seria dessa forma. Ficaria bem mais contente se fosse Maraisa a gestante, afastou seus pensamentos ao se dar conta do quanto será difícil explicar essa situação a ela. Chegaram na frente da casa da Ally e então Marília bateu na porta. Não demorou nada para já estarem sentadas na sala da casa da bruxa.
— Então você quer saber se é você a mãe dessa criança? - Ally diz encarando o ventre de Luisa. — Preciso do seu sangue, Marília. Derrame um pouco dele naquela taça.
Ally apontou para uma taça que estava em cima da mesinha de centro e depois deu uma faca para que ela se cortasse. Poucos minutos depois, a taça já tinha uma quantidade de sangue suficiente. Ally pega a taça e entrega nas mãos de Luisa.
— Fechem seus olhos e concentrem-se no bebê que está sendo gerado.
Ally coloca suas duas mãos na barriga da garota e então começa a cantar uma cantiga de ninar em outra língua. Soou um pouco aterrorizante para Marília e Luisa.
— Agora derrame o sangue do jeito que quiser em cima dessa mesa. - Ordena a bruxa.
Sem mais delongas, Luisa despeja com força o sangue da taça em cima da mesa. Como mágica, o sangue retorna com tudo para o pequeno corte que Marília fez. No momento que o sangue entra, Marília começa a ver imagens embaçadas, como se fosse o bebê dentro do útero de Luisa, ainda muito pequenino. Ao abrir os olhos, Marília estava sendo encarada pela bruxa e por Luisa.
— Eu sou a mãe. - Afirmou ao se dar conta do que sentiu ao ver as imagens.
xXx
Depois de um banho na cachoeira, Maraisa foi trocar-se dentro da barraca armada para dormir à noite. Vestiu-se totalmente frustrada ao se dar conta de que arriscou muita coisa e até agora não obteve nenhum resultado. Ajeitou sua mochila e quando iria sair da barraca, uma dor estranha atingiu seu peito fazendo-a cambalear. Hugo, que estava perto, segurou a garota que ficou pálida do nada.
— Você não está nada bem. Acho que está na hora de procurarmos um médico. - Disse pensando nas hipóteses desse mal estar repentino de Maraisa.
— Não, não se preocupe. Eu quero voltar, eu preciso ver a Marília. - Respondeu sentindo seus olhos ficarem molhados. — Acho que não aguento mais tanta distância.
Hugo encarou Maraisa por poucos segundos e então entrou em sua barraca para trocar-se. Hugo sentia um cheiro diferente emanando de Maraisa, tinha quase certeza do que era, mas precisava fazê-la ir ao médico. Seu coração doía sempre que tinha que escutar Maraisa falar da Marília com tanto sentimento, ele sentia uma pontada de inveja da sorte que ela tem ao tê-la.
— Se você tiver outro mal estar no caminho, iremos procurar um médico. - Disse ao sair da barraca.
— Vamos, iremos chegar no vilarejo em alguns dias.
Maraisa desfez sua barraca, colocou suas coisas na carruagem e sentou ao lado de Hugo. Sentiu uma tensão estranha no ar, chacoalhou a cabeça tentando não dar muito crédito a isso, afinal estava indo ver seu amor, sua mulher. Sabia que pela distância que estavam, o caminho irá ser longo. Estava ansiosa pra mostrar a Marília as coisas que aprendeu treinando com Hugo. Ele era um ótimo professor, e sem dúvidas um ótimo amigo
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Prometida à alfa - Malila g!p
FanfictionFilha do líder de uma alcatéia forte, Maraisa sempre dedicou-se a assuntos que não se referiam a lobos. Sabia que o que estava em seu DNA não podia ser mudado, mas preferia negar. Gostava de ensinar as crianças do vilarejo e ajudar quem precisava. ...