Depois de receber um copo com água de Andressa, a cozinheira do casarão e responsável por boa parte da criação das irmãs Pereira, Maraisa fica pensativa. A imagem daquele grande lobo não saía de sua cabeça. De uma coisa ela tinha certeza, ele não era daquele lugar.
— O pai te espera no escritório dele. - Maiara diz tirando Maraisa de seus devaneios. — Ele odeia esperar, vá logo.
Ela assente deixando o copo em cima da mesinha e caminhando em rumo ao escritório do pai. Poucas vezes Marcos chamava Maraisa aquele lugar. Ele sabia da rejeição da filha pelos assuntos da alcatéia e, ciente disso, evitava conversas desse tipo com ela.
Ao abrir a porta do escritório, Marcos levanta o olhar para observar sua filha. Maraisa
senta docemente na cadeira à frente de seu pai.— Estou aqui, meu pai. Diga-me o que queres comigo.
Marcos se viu tendo que buscar palavras para poder dizer tal coisa a sua filha. Ela não aceitaria com facilidade, ele sabia disso. Mas era isso ou talvez a morte de todos que residiam ali.
— Você sabe que eu sou péssimo em enrolar pra chegar em um ponto específico. Então melhor dizer de uma vez. - Marcos diz confiante. Ele precisava estar confiante. — Eu propus sua mão em casamento a uma das filhas do líder da alcatéia Crescente.
Maraisa arregalou os olhos e sobressaltada, levantou-se da cadeira. Ficou de costas para seu pai piscando inúmeras e perguntando a si própria se não tinha ouvido errado.
— Isa, eu tive que fazer isso. Mas é você que vai decidir se aceitará ou não.
— Como falas isso assim? Nessa calma toda? - Os olhos de Maraisa encheram-se de lágrimas. — Por que o senhor fez tal coisa? De nada mais sirvo debaixo do seu teto?
Marcos levantou-se de sua cadeira e aproximou-se de sua filha. Em hipótese nenhuma ele seria capaz de jogar sua filha nos braços de qualquer pessoa na intenção apenas de tira-la de sua casa. Ele não era assim, nunca foi.
— Soubemos por fontes seguras que os vampiros planejam atacar todas as alcatéias existentes nessa região. No caso, a alcatéia Crescente e a Nascente. - Ele suspira pesaroso. — Você mais do que ninguém sabe que a maneira mais sutil de se aliar a uma alcatéia é fazendo a união das famílias líderes. Foi assim que me casei com sua mãe.
Maraisa derramava lágrimas pesadas no momento que sua mãe foi citada. Mesmo tendo perdido-a muito nova, ela sentia muita saudade.
— Infelizmente, ao todo, somamos poucos lobos habilitados para proteger nosso vilarejo. Em compensação temos mais habilidades que os lobos da alcatéia Nascente. A nossa união resultaria em uma vitória esmagadora em cima dos vampiros. Por isso pensei que dando sua mão para a filha mais velha do líder da alcatéia Crescente, uma aliança forte nasceria.
A pobre garota engole seco tendo que ouvir tudo que seu pai dizia. Maraisa sempre deixou claro que nunca casaria assim, nunca foi de sua vontade.
— Esse líder não tem uma filha que possa casar com Maiara? - Ela se viu procurando alguma saída.
(NA. Maiara, Marília e Larissa (irmã de Marília) são todas G!P por isso são as alfas)
— Ele apenas tem duas filhas alfa e você sabe que não daria certo com Maiara. - Marcos bagunça seus cabelos grisalhos. — Se não nos aliarmos, podemos perder muitos lobos. Famílias também. Eles atacarão o vilarejo e matarão pessoas inocentes, Isa. Só você pode salvar todos nós, só você.
Maraisa funga totalmente atordoada com tamanha notícia. Se viu trêmula e sem voz diante de tantas coisas que ouviu.
— Quanto tempo eu tenho pra lhe responder, meu pai?
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Prometida à alfa - Malila g!p
FanfictionFilha do líder de uma alcatéia forte, Maraisa sempre dedicou-se a assuntos que não se referiam a lobos. Sabia que o que estava em seu DNA não podia ser mudado, mas preferia negar. Gostava de ensinar as crianças do vilarejo e ajudar quem precisava. ...