45 - Apenas um...

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Já era domingo, o clima de luto estava muito presente. 

Ally havia feito tudo o podia para salvar Luísa, mas como ela não decide quem vive e quem morre, ela não pode fazer milagres... Todo o mundo estava destruído com a perda principalmente Lari. Ela não podia fugir do sentimento de ver Luísa em estado grave e de rastos por ter perdido a filha era muito mau. Mas ela fazia o que podia para animar Luísa. Pois é, Luísa conseguiu sobreviver, tudo graças a Ally que se esgotou de tal forma para trazer Luísa de volta que esteve em coma durante três dias. Sua filha Heloisa é que não teve tanta sorte e agora, elas tinham que saber lidar com a perda de uma filha. 

Mas a vida tinha que seguir. Hoje é o dia em que Maraisa e Marília serão apresentadas como novas representantes da alcatéia e do vilarejo. 

— Você está bem, Mara? - Marília interroga sua esposa tão pensativa. 

— Um pouco. - Suspira. — Mas vamos lá. É o nosso dever, nada podemos fazer. 

Maraisa dá a mão a sua esposa e assim as duas saem juntos do casarão. A cerimônia, a pedido de Maraisa, será realizada no vasto espaço na frente do Casarão Mendonça. Nada colorido, tudo em preto e branco. 

Ao chegar na frente do Casarão, palmas são ouvidas. Maraisa acena e Marília a imita, tudo muito mecânico. Um pequeno palco foi armado no local. Mário, Ruth, Lari, Marcos e Maiara os esperavam de pé, sérios. 

— Hoje estamos aqui reunidos para saudarmos Marília Mendonça e Maraisa Mendonça como novas representantes da alcatéia e do vilarejo Crescente. - Mário se pronuncia e logo é aplaudido. — Por motivo de luto, não haverá festa de celebração. Apenas iremos ouvir algumas palavras das novas representantes e saudá-las como manda os costumes. Com a palavra, Marília Mendonça. 

Novamente palmas são ouvidas e então Marília caminha até o centro do palco montado. Olha cada rosto ali não tendo a mínima vontade de falar nada, mas era preciso. 

— Primeiramente peço perdão a todos por não termos organizado a festa de celebração. Como sabem, perdi a minha primogênita muito recentemente. - Marília pausa um pouco olhando de relance para Lari. — Saibam que continuarei a boa administração do meu pai, Mário Mendonça, e estarei sempre à disposição de vocês para o que quiserem. Defendam o vilarejo com as suas vidas e não abaixem a cabeça nunca, somos todos seres superiores. Somos todos filhos da Deusa! 

Marília se afasta sendo ovacionado e então Maraisa toma o lugar da esposa. A mesma não estava nervosa, não estava ansiosa, não esboçava nada. 

— Como minha esposa mencionou, não iremos celebrar. Mas saibam que não deixaremos tantas mortes impune. Não vamos deixar que roubem a paz do lugar que é de todos vocês por gerações. Sei que não nasci e nem cresci aqui, mas somos todos filhos da mesma Deusa. Vamos lutar até exterminá-los, eu prometo que não vamos sossegar. 

Maraisa curva-se gentilmente e é saudada de forma amorosa pelo povo. Marília abraça a cintura de Maraisa repousando a mão no ventre da mesma. Mário encerra a cerimônia pedindo a benção da Deusa da lua e anunciando em definitivo as novas representantes. 

— Onde você vai? - Marília segura o braço de Maraisa.

— Preciso ir embora, não me sinto bem. - Alega com os olhos inundados d'água. — Esse povo confia na gente para exterminar Mathew, mas como iremos fazer isso? Somos a esperança dos dias bons retornarem a esse lugar, Marília. Eu estou à beira de... 

— Calma. - Marília puxa a mesma para um abraço. — Primeiro temos que saber o que ele injetou em você. Aos poucos vamos resolvendo cada problema. Não se preocupe assim, por favor. Isso pode fazer mal para nossa filha e eu não iria suportar mais nenhuma perda. 

Prometida à alfa - Malila g!pOnde histórias criam vida. Descubra agora