19 - Você entendeu errado

687 98 24
                                    

Ao chegar na divisa, Marília arfa totalmente cansada. Nem um minuto deixou de pensar em Maraisa, era impossível não pensar nela. Encarou os lobos cansados, os vampiros estavam muito fortes.  

Ainda possuíam a aparência descontrolada, não estavam em si, estava nítido. Justin, um dos lobos da alcatéia Crescente, aproximou-se de Marília totalmente ensanguentado. 

— Não treinamos o suficiente para combater em um longo período de tempo, eles parecem máquinas de matar. 

— Recolha os que estiverem muito feridos e volte pro vilarejo. Peça ajuda a Ally para saber o motivo dessa força estranha vinda dos vampiros e como dissipá-la. 

Justin assentiu e foi cumprir a ordem de Marília. O número de lobos lutando diminuiu, Marília começou a se preocupar. Por um momento chegou a pensar em desistir, quem sabe os vampiros tenham piedade dos lobos. Chacoalhou sua cabeça assim que se deu conta do que estava pensando. Entregar-se aos vampiros iria ser o fim dos lobos, eles estariam sujeitos a serem servos para sempre.                                             

xXx 

Ruth levou Maraisa para dentro do casarão, pediu pra Ágata servir algo para comerem. A jovem apenas lavou as mãos e sentou-se à mesa junto a sua sogra. O clima estava muito tenso, Maraisa encarava a sopa de legumes. 

— Algum problema com a sopa? - Ruth pergunta confusa. 

— Isso parece nojento agora. - Ela acaba rindo ao dizer isso da sopa, comida que ela tanto amava. 

— Você transformou-se, esqueci disso. A Lari me contou rapidamente. 

Ruth chama Bernadete que logo aparece atendendo o chamado. Maraisa repensou milhares de vezes pra ter certeza que era isso mesmo que ela iria pedir. 

— Eu quero um pedaço imenso de carne mal passada. - A vergonha era nítido em sua voz. — Se possível dois pedaços, por favor. 

— Está certo, Sra. Maraisa. 

Ruth sorriu pra Maraisa que estava com as bochechas coradas. A transformação realmente muda tudo, inclusive a alimentação. Era um pouco incômodo Maraisa assumir isso, ela sempre comeu coisas mais leves. 

— Aqui está, Sra. - Bernadete serve Maraisa. — Bom apetite, com licença. 

Maraisa atacou os dois enormes pedaços de bife com vontade, acabou lambuzando o rosto. Era a primeira vez que ela comia esse tipo de alimento e mesmo com os talheres em mesa, ela sentiu necessidade de usar as mãos. 

— É normal para a primeira alimentação, Isa. Na primeira alimentação da Marília ela quis comer no chão, foi hilário. 

A garota acabou sorrindo e se sentindo cada vez mais daquela família. Resolveu ir tomar um banho, se caso Marília a visse naquelas condições iria sorrir com certeza. Já estava quase anoitecendo, resolveu ficar na cama depois do banho. Pegou seu diário e escreveu algumas palavras. Escondeu o objeto novamente e deitou-se abraçando o corpo, estava exausta. Acabou deixando-se ser levada pelo sono, adormeceu. 

Abriu os olhos ao escutar uns movimentos estranhos no quarto, bocejou preguiçosa. Encarou Marília sem blusa e com o corpo pingando água. 

— Desculpe, não queria te acordar. - Ela sorri passando a toalha no corpo. — Já está tarde, volte a dormir. 

— Só se você se juntar a mim, Mali. - Ela diz manhosa, logo levanta-se. — Eu não te rejeitei, você entendeu errado. 

Marília sorri aproximando-se dela, toca seu rosto com tanto carinho que a jovem fecha os olhos por instinto. Ela não podia estar mais feliz ao ouvir que sua esposa não a rejeitou. 

— Você vai se permitir sentir o ócsio? - Ela pergunta muito perto do rosto de Maraisa. — Vai sentir o mesmo que eu sem reservas? 

— Vou. - Ela enlaça as mãos em volta do seu pescoço. — Eu vou te dar esse voto de confiança. Se você fizer... 

— Shiiu. - Marília coloca o dedo indicador nos lábios de Maraisa. — Vamos pular pra parte em que eu te beijo sem medo, por favor. 

Ainda sorrindo, Maraisa teve seus lábios tomados por Marília. Ao mesmo tempo que o beijo tinha desejo, também tinha amor. Era tão perfeito que poderiam eternizar esse momento em um quadro. Os seus corpos encaixavam-se de uma maneira incomparável, a Deusa da lua acertou na escolha com toda certeza. 

Acabaram deitadas na cama trocando carícias e beijos. Estavam em um clima de namoro quando no início, inclusive na parte dos hormônios exaltados. 

— Vamos com calma, pode ser? - Ela contorna o dedo na região do peitoral de Marília. — Lembre-se que ainda temos um problema: a Lauana. Ela é muito apaixonada por você e se você realmente quer começar do zero comigo, tem que se resolver com ela. 

— Não sinta-se intimidada pela Lauana, mesmo sem o ócsio seria impossível não me apaixonar por você. Ela nunca foi nada, você é o meu tudo. - Marília beija a testa dela com ternura. — Agora dorme, não sei quanto tempo poderei ficar te admirando assim, sem pressa. 

Maraisa assentiu e então fechou os olhos deixando seu corpo e sua mente descansar. Desde seu casamento, uma sucessão de coisas vem acontecendo. Fechar os olhos e descansar é um privilégio. Logo adormeceu nos braços da sua esposa, o lugar onde desejou estar pra sempre.                                             

xXx 

Dias depois...

Maraisa abriu os olhos preguiçosamente, estava exausta. Vários problemas apareceram nas alcatéias. 

Olhou para o lado vendo que estava só na cama, bocejou. Levantou-se vagarosamente lembrando que hoje era um dia especial, por dois motivos. Fazia exatamente um mês que ela estava casada e era seu aniversário. Tomou um banho frio e arrumou-se. Procurou descer pra tomar café junto com sua família, uma família queridíssima por ela. 

— Bom dia, sogra. - Cumprimentou ao ver Ruth enfeitando a mesa com um lindo jarro. 

— Bom dia, meu anjo. - Respondeu sorridente. — Achei por bem enfeitar a mesa hoje, é um dia especial afinal. 

— Pois é, um mês de casamento. Cadê a Marília? Já foi tentar entrar em acordo com os vampiros? - Sentou-se à mesa servindo-se de suco. 

— Eles não querem acordo, minha jovem. - Bebericou seu café. — Foram tentar impedir o avanço dos subordinados do Mathew. O pó que Ally produziu está fazendo os vampiros acordarem do controle mental, mas ela já não tem tantos ingredientes e os mesmos são difíceis de conseguir. A situação está ficando crítica, Isa. Só nos resta pedir a Deusa da lua que tenha piedade de nós. 

Maraisa assentiu e então terminou de tomar seu café. Tinha outro problema muito sério para resolver, algo sujo feito pelo Mathew e que só ela poderia resolver secretamente. Escovou os dentes, despediu-se da sogra e saiu.

Prometida à alfa - Malila g!pOnde histórias criam vida. Descubra agora