Maraisa piscou os olhos inúmeras vezes, ela sabia o que era o ócsio, só não estava entendendo por que com ela, por que ela não percebeu logo. Ouviu sobre o ócsio quando estudava, era um assunto pouco comentado, mas de muita importância.
— Eu não entendo... - Sussurrou abismada. — Eu não senti, eu poderia ter percebido.
— Eu fui na bruxa do vilarejo e ela revelou que isso estava acontecendo. O ócsio começou em mim primeiro, eu quase enlouqueço quando sinto seu cheiro. - Marília respira fundo sentindo o perfume ainda mais forte de Maraisa, engoliu seco. — Mas depois da sua transformação, isso vai ficar cada vez mais incontrolável.
— Eu estou sentindo...
Maraisa respira pela boca, parecendo ofegante, desnorteada. Marília aproxima-se lentamente sendo guiada pelos lábios rosados de Maraisa, ela estava começando a perder a sanidade. Maraisa não recuava, o corpo dela queria o seu corpo. Os lábios dela pareciam formigar desejando os dela.
— Marilia.
— Maraisa...
Como um lobo desesperado por comida, Marília atacou os lábios da sua esposa ficando por cima dela. Maraisa estava irreconhecível, beijava Marília com um furor jamais visto vindo dela. Marília não ficava atrás, deslizava sua mão suavemente pelo corpo dela. Era difícil não tocá-la, ela era convidativa demais pra ela. Quando Marília ameaçou despi-la, Maraisa estancou.
— Não, Marília. Eu sei que tem a influência do ócsio, mas eu não sei o que eu quero ainda. - Ela levanta-se e coloca suas mãos na cintura. — Você poderia sair, eu quero ficar um pouco sozinha. Irei pra casa logo depois.
Marília assentiu, levantou-se da cama super arrependida por ter beijado-a e saiu. Encontrou Lari e Mário na sala, passou direto. Logo estava sendo seguido.
— Espera, filha. - Mário gritou indo ao encontro de Marília. — O que deu em você?
Marília transformou-se e saiu correndo, ela estava sentindo uma dor forte, no coração. Enganou-se ao pensar que seria um pouco mais fácil, ela a desejava demais. Seu corpo queimava só em pensar nela, era algo surreal. Lari e Mário corriam logo atrás de Marilia, os dois presumiram que a conversa com Maraisa não foi fácil.
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Depois de quase quebrar a porta do quarto, Marília se tranca indo direto pro banho. Ela colocou na cabeça que pra não sentir essa dor toda, ela teria que se manter ocupada o máximo que podia. Vestiu-se rapidamente e saiu do quarto encontrando sua mãe no corredor.
— O que foi, minha filha? - Ela tentou pará-la, mas sua tentativa foi falha. — Espera, Marília.
— Não me esperem, estou indo pra divisa.
— Você é louca? Quer se matar? - Lari interceptou a irmã assim que ela chegou na sala. — Você acabou de ser ferida, mal se curou e já quer voltar pra lá?
— É isso que um bom líder faz, ele não fica no chão por muito tempo, ergue-se e tenta fazer melhor. - Responde tocando no ombro da irmã.
— Espero você lá.
Marília saiu ainda sentindo fortemente o cheiro de Maraisa, provavelmente ela estava vindo pra casa já. Pegou um outro caminho pra não encontrá-la, ela sabia que doeria ainda mais vê-la. Sumiu entre as árvores indo ao encontro dos vampiros, ela precisava muito distrair-se.
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Maraisa encarou a porta depois que ela foi fechada por Marília, seus olhos lacrimejaram. Ela sentou-se na cama e colocou suas mãos no rosto.
— E agora? - Sussurrou pra si sentindo uma dor estranha no peito.
A porta é aberta e então Andressa entra com uma bandeja nas mãos. Colocou o objeto em cima da cama e encarou o rosto de Maraisa.
— O que farei agora, Andressa? - Perguntou angustiada. — Não imaginei que quando a vi pela primeira vez, eu já estaria destinada a ela pra toda a vida. Eu senti, claro que senti algo diferente quando a vi, mas achei que fosse a sua beleza.
— Você não sabe muita coisa sobre o ócsio, menina. É algo vindo da própria Deus da lua, considerado uma benção. - Andressa afaga os cabelos da jovem. — Você tem o direito de rejeitá-la, mas ela irá sofrer como uma condenada. Terei dó da sua mulher se fizeres isso com ela, é uma dor alucinante.
As lágrimas que pairavam sobre os olhos de Maraisa escorreram com força pela sua face, ela estava sentindo uma pequena dor no peito, quem sabe não seja só ela a sofrer.
— Eu tinha planos, Andressa. Eu não iria ficar casada com ela, essa guerra vai acabar. O que farei com meus planos? Com minha liberdade? Eu já quebrei a promessa que fiz para minha mãe, não quero mais dores em minha vida.
— Mas eu sei que você também não quer ficar sem ela, isso já está em seus olhos, Isa. - A gentil mulher sorri. — Vocês estão casadas, você é maior de idade e fruto de um amor incomparável. Por que rejeitá-la quando seu coração clama por ela? Acho que deverias ir, deixar seu coração falar por você.
Maraisa sorri enxugando as lágrimas, beija a testa de Andressa e sai do quarto correndo. Encontra Maiara e Marcos conversando na sala. — Preciso ir embora, prometo visitá-los. - Beija a face do seu pai.
— Eu te levo, Isa. - Maiara adianta-se. — Volto logo, pai.
Marcos acenou enquanto Maiara corria e se transformava. Abaixou-se um pouco para que Maraisa subisse em suas costas. Logo ela estava andando à passos largos rumo ao casarão Mendonça.
Pouco tempo depois, Maiara deixa Maraisa na frente do casarão e vai embora uivando. Ruth sai de casa para ver quem chegara, encarou sua nora tristemente.
— Aconteceu algo? - Perguntou ao se aproximar da sogra. — Cadê minha esposa?
— Ela saiu, foi ao encontro dos vampiros. - As duas abraçaram-se. — A sua rejeição está fazendo ela agir que nem uma louca inconsequente.
— Mas eu não a rejeitei. - Falou defendendo-se. — Eu vou atrás dela.
— Não, Maraisa! - Lari gritou fazendo a jovem estancar. — Eu e meu pai estaremos indo atrás dela. Não se preocupe, ela vai voltar pra você.
Maraisa sorriu agradecendo e assim Mário e Lari saíram do casarão transformados. De repente Maraisa fraqueja e é amparada por Ruth. Sentiu uma tontura e um queimor pelo corpo.
— O que é isso? - Perguntou a si própria ao recompor-se. — Obrigada, Sra. Ruth.
— Isso é o desejo, Maraisa. Você deseja a Marília, ela deseja você. Simples.
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Volto só amanhã agora ☺️
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Prometida à alfa - Malila g!p
FanficFilha do líder de uma alcatéia forte, Maraisa sempre dedicou-se a assuntos que não se referiam a lobos. Sabia que o que estava em seu DNA não podia ser mudado, mas preferia negar. Gostava de ensinar as crianças do vilarejo e ajudar quem precisava. ...