Depois de muito insistirem para Maraisa voltar pro Casarão Pereira, as visitas acabam indo embora. Andressa foi a que mais insistiu, mas se deu por vencida depois das inúmeras negações de Maraisa. Marília tinha deixado todos à vontade, voltou assim que todos saíram.
— Já é quase meia-noite, meu bem. Não quer comer alguma coisa?
— Eu sei que você também não sente nosso elo. - Maraisa é direta. — Olho pra você é tudo está tão embaçado. É tudo tão confuso...
— Isso é simples, Maraisa. Eu não precisei do ócsio pra me apaixonar por você, já você precisou. - A voz de Marília é totalmente tristonha. — Pagarei por tudo que te fiz através desse rompimento temporário ou não do ócsio. Você não vai me amar mais, não é?
Maraisa abaixou a cabeça e suspirou. Era fato que depois que soube do ócsio, ela deixou-se ser levada pelos sentimentos. Não estava claro ainda se o sentimento dela era dependente ou não do elo. Marília a machucou muito, ainda não acreditava como podia amar alguém que engravidou outra no dia do noivado delas. Ou que quase transou com outra no jardim da sua casa no dia que ela a conheceu.
— Não posso te afirmar nada, Marília. Talvez a falta desse elo sirva pra provar se tudo que existe entre nós é verdadeiro ou não. - Sua voz é sincera. — O tempo dirá. Bom, eu precisarei encontrar Mathew outras vezes. Só ele tem as outras doses, nem sei quantas são. Luísa está bem?
— Sim, graças a você. - Marília levanta da cama e engole rapidamente o nó que se forma em sua garganta. — Poderei ir com você a esse encontro? Ou agora vocês vão ser amiguinhos de encontros secretos?
— Assim você me ofende. Não esqueça que ele matou a minha mãe, a minha mãe, Marília. Você acha que quero ser amiga de um homem desse? Eu quero destruí-lo, o mais rápido que eu puder. Mas não antes de tomar todas as doses, preciso garantir a saúde da minha filha e também resgatar Niall e Bobby. O depois não me interessará mais.
— Você fala como se eu não importasse pra você. - Marília ri sem humor. — Só a nossa filha, o moleque e o pai dele. Você não entende que eu te amo? Que não dá pra ficar sem você?
— O que eu quero agora é que você apenas mande alguém rastrear o cheiro podre do Mathew cada vez que eu me encontrar com ele. Sei que pode fazer isso. Não atrapalhe em nada, por favor, ou não vou te perdoar.
Marília sai do quarto encontrando Bernadete no corredor com uma bandeja de comidas. Era pra Maraisa a mando de Ruth.
Marília desce pra sala encontrando seu pai sentado bebendo alguma coisa.
— Ela não sente mais o ócsio, pai. - Explode indo beber algo forte. — O que eu faço? Ela tá me tratando como se eu fosse atrapalhar os planos dela.
— E talvez atrapalhe. Você não sabe o que ela planeja, então siga o que ela pede. - Mário agita a bebida dentro do copo. — Marília, ela não sente mais o ócsio, mas isso não significa que você é carta fora do baralho na vida dela. Pare de dramatizar, você é muito boa nisso.
— Não é drama. - Beberica sua bebida aos poucos. — Você não tem noção do que é estar em um relacionamento em que a base é um maldito ócsio. Prefiria que isso não existisse. Valeria muito mais a pena se eu a conquistasse aos poucos.
— Seja paciente, aproveite que agora não tem o ócsio e conquiste-a. Para de discutir com tua mulher. Até amanhã.
Marília bebe duas, três garrafas e meia. Acaba adormecendo no sofá. Escuta um barulho de alguém abrindo a porta, mas estava muito cansado pra abrir o olho e verificar. Pegou no sono pesado. Assim que amanheceu, Lari levantou-se cedo e foi atrás de jabuticaba. Luísa pediu muito pra que ela buscasse, desejo de grávida. Ela apenas esperou amanhecer. Quando passou pela sala, viu Marília, mas não a acordou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Prometida à alfa - Malila g!p
FanfictionFilha do líder de uma alcatéia forte, Maraisa sempre dedicou-se a assuntos que não se referiam a lobos. Sabia que o que estava em seu DNA não podia ser mudado, mas preferia negar. Gostava de ensinar as crianças do vilarejo e ajudar quem precisava. ...