36 - Recordações

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Fiquei assim "🫢😱" com o final desse capítulo, Marília tá lascadaaa

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Austin chegou no grande casarão escondido por magia onde morava juntamente com Mathew e outros subordinados. Foi diretamente para a grande sala onde sabia que iria encontrá-lo.

— Suponho que tenha dado tudo certo. - A voz de Mathew é ouvida muito antes de Austin começar a falar alguma coisa.

— Houve um probleminha, Mestre. - Disse colocando as mãos nos bolsos. — A pentelha da Maraisa seguiu a tonta da Luísa. Acabou que eu tive que fazer aquilo que você me autorizou e marquei um encontro entre você e a lobinha grávida.

Mathew fecha os punhos com força fazendo parte da instalação da casa abalar. Austin dá dois passos pra trás erguendo as sobrancelhas.

— Não chame ela de pentelha, ouviu? - O tom de voz de Mathew fez Austin engolir seco, ele odiava se sentir submisso. — Que horas você marcou?

— Ao anoitecer, mestre. - A voz do vampiro saí entrecortada. — Ela irá, tenho certeza. Você irá pôr em prática seu plano?

— Ainda não. - Mathew sorri pensativo. — Adoro torturá-los com meu silêncio. Estão tão no escuro que não vão perceber de onde sairá meus ataques.

Austin sabia que de alguma forma Mathew queria Maraisa. Era notável uma chama obsessiva no olhar dele ao falar da garota. Austin viu em Maraisa um meio pra ferir Mathew, mas será que teria coragem para tentar tal coisa?

Coragem nunca foi um ponto forte na personalidade do vampiro, sempre teve o pai protegendo-o. E agora se via servindo ao homem que o matou e deixando o mesmo tomar o seu lugar. Não poderia se sentir bem com essa situação, mas agradecia por Mathew mantê-lo vivo. Mal sabia ele que quando o plano envolvendo Maraisa se cumprisse, o próximo na lista era matar Austin.

xXx

Já era de tarde, Maraisa abria os olhos lentamente. Encarou o teto e em um flashback lembrou do que aconteceu mais cedo. Sentou-se na cama vagarosamente ainda sentindo dor pelo esforço. Observou sua pequena barriga e uma súbita vontade de chorar lhe bateu. Não evitou, deixou as lágrimas caírem de forma que seus soluços se tornaram fortes. Seus ombros chacoalhavam, saber que iria ficar frente a frente com Mathew lhe trouxe lembranças aterradoras. Lembranças da sua querida mãe, assassinada pelo mesmo. Ela enxuga as lágrimas rapidamente quando a porta é aberta. Marcos entra no quarto e praticamente corre até perto da filha.

— Nunca pensei que visitaria tanto essa casa pra te ver, meu anjo. - Ele beija a testa da filha. — Como você está? E o bebê?

— Eu estou melhor e o bebê também. Só sinto dores. - Maraisa colocou a mão no ventre e sentiu vontade de chorar de novo. — Pai, ninguém procura pelo Mathew? Ele cometeu um crime, não é procurado por isso?

Marcos engoliu seco e se afastou ficando de costas pra Maraisa. A morte de Almira era uma ferida aberta e aterradora não só no peito de Maraisa. Marcos odiava falar nisso, ainda não tinha superado.

— Ele é mais escorregadio do que pensa. - Sua voz saiu um pouco embargada. Ele tosse para que volte ao normal. — Não se preocupe, Isa. Uma hora ou outra ele deixará rastros e isso vai ser o maior erro dele.

Maraisa pensou na ideia de então dizer ao pai que iria encontrar-se com ele. No momento não fariam nada, mas assim que ele sumisse o rastro da magia dele iria ficar. Uma boa pista para bruxas é rastro de magia e para lobos é o cheiro. Os dois juntos ficariam bem mais fácil de achar o Mathew.

— Pai... - Maraisa chama por Marcos na tentativa de falar, mas a porta é aberta novamente e Marília aparece. — Eu te amo.

— Eu também te amo, minha filha. Vou cuidar de uns assuntos, sua irmã virá lhe ver logo. - Marcos diz e passa por Marília desferindo dois tapas amigáveis em seu ombro. — Cuida dela, Marília.

Marília assente ainda com o olhar sob Maraisa. Quando Marcos some, Marília fecha a porta e passa a chave. Maraisa assusta-se com a atitude, juntando as sobrancelhas em estranheza.

— Por que trancou a porta? Estamos sendo atacados? - Um pavor tomou conta do seu ser.

— Não, calma. - Sua voz era fria. — Quero fazer uma coisa e você vai ter que me perdoar por isso.

Marília tirou a camisa e a bermuda, jogou as peças pro lado. Transformou-se em lobo e sentou-se no chão do quarto encarando Maraisa com aqueles olhos flamejantes. Marília solta um rosnado forte, Maraisa levanta da cama e caminha em sua direção. Ao chegar muito perto dela, a mesmo cheira todo seu corpo. Marília estava constatando se realmente um vampiro chegou perto dela, logo confirmou pelo cheiro diferente.

— Por que eu estou me sentindo obrigada a estar de pé na sua frente? O que você está fazendo? - A voz fraca de Maraisa faz Marília sentir uma pontada de dó por estar fazendo isso. Marília estava usando o ócsio ao seu favor. Maraisa é bem submissa a ela quando está na sua forma lupina, mas ela quis testar se isso acontecia quando Maraisa estava em sua forma humana. Estranhamente funcionou, Maraisa estava emanando energia.

Marília aproxima a boca do pescoço de Maraisa e com apenas um dente canino, arranha o pescoço dela deixando um filete de sangue escapar. Ela passa a língua e então tem acesso a suas memórias recentes.

Maraisa chorava de pé na frente do grande lobo, mas Marília estava totalmente absorta nas imagens sem som que se formava em sua mente. Ao abrir os olhos, Maraisa estava caída. Voltou a sua forma natural, pegou sua mulher nos braços e colocou sobre a cama.

— Droga. O que eu fiz? - Bateu no colchão com raiva de si próprio. — Eu tive que fazer isso, Maraisa. Você não iria me contar...

Mal sabia ela que Maraisa não tinha desmaiado por ter chorado ou passado mal, mas por ganhar todas as recordações de Marília de presente. Dando ênfase a todas as mulheres que ela dormiu, às brigas com o pai, às farras e bebidas. Com a súbita emoção, desmaiou. Maraisa não estava bem, só ela sentia isso.

Prometida à alfa - Malila g!pOnde histórias criam vida. Descubra agora