Ao abrir os olhos, Marília bocejou sentindo-se pronta para o dia que iria enfrentar. Resolveu tomar um banho e descer para saber se o café já estava na mesa. Encontrou sua mãe enfeitando a mesa com várias flores.
— Bom dia, Marília. Cadê a Maraisa?
— Bom dia, mãe. Ela ainda está dormindo, vim apenas saber se o café estava colocado sobre a mesa. - Beijou a testa da sua mãe. — A senhora pode providenciar uma cama de solteiro pra mim? Deixei a cama de casal pra minha querida esposa.
— Tudo bem.
— Cadê o papai?
— Escritório.
Ela assentiu e foi procurar pelo seu pai. Entrou no escritório sem bater pois a porta estava aberta.
— Bom dia, pai. - Disse sem graça.
— Bom dia, filha. - Largou os papéis sobre a mesa e encarou Marília. — Que bom que veio me procurar. Precisamos acertar os últimos ajustes do ataque que iremos fazer aos vampiros. Sente-se, por favor.
Marília sentou e pegou o papel que seu pai lhe estendeu. Era um plano-isca, onde poucos lobos iriam atrair a atenção dos vampiros por um lado e então o restante atacaria por outro. Era um plano perfeito, no fim da folha tinha a assinatura de Larissa.
— Lari realmente é genial, pai. - Entregou o papel sorrindo fraco. — Mas esse plano tem falhas.
— Qual? - Mário pergunta juntando as sobrancelhas.
— Iremos arriscar a vida desses poucos lobos pois estarão em desvantagem já que os vampiros estão tão preparados quanto nós. - Gesticulou. — E é um erro achar que atacando por outro lado eles estarão desprevenidos. Esqueceu que os ouvidos dos vampiros são tão bons quanto os nossos?
— Marília tem razão. - Lari entra no escritório. — Calculei errado meus planos, perdão. O que você nos sugere então, irmã?
— Não atacar. - Respondeu parecendo óbvio. — É melhor nos prepararmos para nos defender dentro do nosso território do que atacar no território deles.
Mário encarou sua filha de forma orgulhosa, até que enfim Marília estava usando seus dons para algo útil. O plano dela era realmente bom. Ficaram conversando por poucos minutos apenas ajustando o novo plano e depois seguiram para tomar café.
Maraisa descia as escadas sentindo um cheiro maravilhoso de abacaxi. Ela adora abacaxi, a fruta e o suco.
— Bom dia. - Cumprimentou ao ver todos à mesa.
Marília puxa a cadeira e então Maraisa senta sem nem olhar para seu rosto. Ágata termina de colocar as coisas na mesa e se retira.
— Preciso contratar outra empregada para ajudar Ágata. - Ruth beberica seu café.
— O que aconteceu com a anterior? - Maraisa pergunta cortando os pedaços de abacaxi no prato.
Ruth olha por cima da xícara para Marília e então desvia o olhar para não ficar muito nítido que iria mentir.
— Ela adquiriu uma grave doença e então preferiu passar seus dias com seus familiares. Lástima!
Maraisa encarou Ruth totalmente tomada pelo espanto ao ouvir a explicação. Mas logo tornou a comer. Marilia encarava a maneira elegante que sua esposa comia e sorriu. Estava ficando uma boba de tanto olha-la.
— Soube por Marcos que você cavalga, Maraisa. - Mário rompe o silêncio. — Pedi pra prepararem cavalos pra vocês as duas passearem. Sei que vocês deveriam estar em lua de mel, mas é o máximo que podemos oferecer devido aos fatos.
Maraisa quase engasga com um pedaço de abacaxi. Sorriu fraco agradecendo a gentileza. Ela queria ficar o mais longe possível de Marília, mas era como uma missão impossível. Marília terminou sua refeição e então subiu para escovar os dentes. Maraisa entra no quarto logo depois.
— Vai demorar muito? - Perguntou da porta do banheiro.
— Não. - Respondeu saindo do banheiro. — Pode ir. Estarei esperando lá em baixo.
Marília desce as escadas dando de cara com Bruna, sua amiga. Apertaram as mãos e seguiram para fora do casarão.
— Sinto muito não poder conversar agora, vou cavalgar com a marrenta. - Disse encarando um sorriso sacana no rosto de Bruna. — Já sei que você está pensando besteiras...
— E não é pra pensar? - Gargalhou. — Querendo ou não vocês estão em lua de mel.
— Vamos, Marília? - Maraisa aparece passando direto pelas duas.
— Ela é marrenta mesmo, hein? - Bruna dá duas tapas no ombro de Marília. — Depois eu passo por aqui. Juízo!
Marília sorriu tentando seguir os passos apressados de Maraisa. Logo estavam lado a lado.
— Não adianta fugir de mim, Maraisa. - Marília sussurra. — Eu quero saber por que você me trata dessa forma. Eu não estou sendo uma idiota com você, estou?
— Você é uma idiota, Marília. - Respondeu aproximando-se de Justin que segurava as rédeas de dois cavalos. — Bom dia.
— Bom dia srta Mendonça. - Justin respondeu entregando os cavalos e saindo.
— Já vi que vou odiar ser chamada assim o tempo todo. - Resmungou subindo no cavalo. — Qual o problema com o nome Maraisa?
Marília sorriu subindo no seu cavalo. Maraisa tomou a frente iniciando uma corrida gostosa pelos floresta em volta do casarão. Marília apressou seu cavalo tentando alcança-la. Ela era boa, admitiu. Maraisa começou a correr ainda mais tentando fazer Marília perdê-la de vista. Olhou pra trás de relance vendo um olhar preocupado de Marília, quando seu olhar voltou pra frente, o cavalo para bruscamente jogando-a contra uma árvore. Suas costas batem com tudo fazendo-a cair no chão com força. Marília pula do cavalo correndo até perto dela.
— Maraisa! - Chamou-a preocupada. — Maraisa!
A garota estava desacordada e com a testa sangrando. Marília pegou-a com cuidado e a colocou nas costas. Tirou a calça e colocou no chão. Logo transformou-se em um grande lobo claro dos olhos avermelhados. Maraisa estava nas suas grandes costas desacordada. O cheiro dela novamente a intrigava, era um cheiro sedutor. Pegou a calça com a boca e correu o máximo que podia.
Chegou na frente do casarão sendo recebido por Justin e Bruna que conversava com o mesmo. Abaixou encarando Bruna para que ela tirasse Maraisa de suas costas. A amiga assim o fez. Ela voltou a forma natural vestindo a calça logo depois.
— Ela caiu do cavalo. - Marília toma Maraisa dos braços de Bruna.
Correu entrando na casa seguindo diretamente para o quarto do casal. Ruth entra logo depois ficando imóvel ao vê-la sangrando.
— Irei chamar o médico do vilarejo. - Ela saiu às pressas.
Marília encarou Maraisa alisando seus cabelos aguardando que ela acordasse. Lembrou-se do cheiro dela e confusa perguntou a si própria: Por que o cheiro dela é tão hipnotizante quando estou na minha forma lupina?
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Prometida à alfa - Malila g!p
FanfictionFilha do líder de uma alcatéia forte, Maraisa sempre dedicou-se a assuntos que não se referiam a lobos. Sabia que o que estava em seu DNA não podia ser mudado, mas preferia negar. Gostava de ensinar as crianças do vilarejo e ajudar quem precisava. ...