Prometida à alfa - Malila g!p

37 - Apavorada

Marília tinha mandado chamar Ally, contou a bruxa tudo que fez em busca de respostas com Maraisa. Ally a repreendeu, mas concentrou-se em acordar a garota. A bruxa usou um pouco de magia para fazer a loba despertar Maraisa. 

— Tem magia emanando dela. - Comentou para Marília. — Preciso saber o que é isso. 

Antes que Marília pudesse responder, Maraisa abre os olhos preguiçosamente e os arregala de maneira espantosa. 

— O que você fez, Marília? - Berrou querendo avançar em cima dela, mas Ally a bloqueou. — Essa miserável! Eu vou matar você, está me ouvindo? 

— Acalme-se, Maraisa. Não é bom passar por tantos estresses. - A voz de Ally abranda um pouco a revolta da garota. 

— Diga isso pra essa idiota, seja lá o que ela fez. Só sei que tudo de nojento e ruim que ela fez eu sei agora. - Cruzou os braços um pouco entristecida. 

— Eu também sei o que você fez, Maraisa. - Rebate no mesmo tom. — Ally, você poderia nos dar licença? 

A bruxa assente lançando um olhar intimidador pra Marília e sai. Marília tenta se aproximar, mas uma almofada lhe é jogada. Maraisa estava possessa, ela foi muito imprudente. 

— Você queria matar meu bebê? É isso? - Tentou sair da cama, mas uma dor lhe atingiu. — Você não mediu as consequências? Eu senti meu crânio quase estourar de tantas memórias suas, sua idiota! 

— Isso é o de menos, Mara. - Marília pega a almofada do chão e caminha em direção a cama onde Maraisa está. — O que você conversou com o Austin? O que ele queria com a Luísa? Os dois têm um caso, é isso? Responde logo, Maraisa. 

Maraisa engoliu seco temendo dizer o que não podia. Entendeu que do jeito que as lembranças vieram sem som pra ela, o mesmo deve ter acontecido pra Marília. Ajeita-se na cama, e derrotada decidi contar tudo. 

— Nada do que eu disser aqui você pode compartilhar. - Sussurra. — A Luísa estava em uma espécie de hipnose feita pelo Austin. Ele colocava na cabeça dela que eu era inimiga, que você era o amor da vida dela e que o Mathew era seu único e verdadeiro amigo. Eu segui a Luísa e descobri tudo isso. Ela é muito inocente nisso tudo, muito. 

— Então o bebê que ela carrega... 

— É seu sim. - Afirma um pouco triste. — O Mathew se aproveitou disso e usou a Luísa como peça do seu jogo sujo. E pra que ela não seja uma peça descartável eu terei que encontrá-lo. 

— VOCÊ O QUÊ? - Marília berra deixando a cor vermelha dos seus olhos nítidas. — Você é louca, Maraisa? 

— Não é só a vida da Luísa que está em jogo, são várias vidas, Marília. Ele está com o Niall e com o Bobby. - Sentiu as lágrimas brotarem. — Eu preciso encontrar com os dois, e salvá-los também. É uma dívida, Lila.

Marília derruba tudo que estava em cima de uma mesa totalmente possessa. Seus olhos não voltavam ao normal, ela não sabia o quão flamejantes eles estavam. Maraisa estava encolhida, sentindo uma coisa estranha dentro de si. Seria medo? Talvez. 

— Não fique com medo de mim, Maraisa. - A voz de Marília estava modificada, extremamente grossa. — Não é você que precisa temer a minha fúria. 

Mesmo com dor, Maraisa levantou e chegou até perto de Marília. A mesma virou-se e segurou-a bruscamente pelos braços. Os dentes de Marília estavam pontiagudos, Maraisa não estava entendendo nada. 

— Eu não posso te perder. Você é a mulher da minha vida. - Sua voz começou a voltar ao normal. — Eu te amo, meu bem. Me desculpe. 

Maraisa beijou sua esposa com ternura e carinho. Queria passar através do beijo que ela estava segura, que tudo iria dar certo. Mesmo não tendo certeza de nada disso. Marília rendeu-se ao beijo de Maraisa levando-a até a cama. Ela não queria nada mais que beijos e carinhos, Maraisa sentia. 

— Você está muito brava comigo? - Marília beija o pescoço da mulher já estando deitados na cama. 

— Um pouco. Você poderia pelo menos me dizer o que iria fazer e não usar seu controle de lobo pra cima de mim. - Ela sorri e Marília o acompanha. — Eu irei encontrá-lo, Marília. E isso pode até ser bom. 

— Onde isso é bom, meu bem? 

— Na parte que um bom farejador pode captar o cheiro podre do Mathew. Meu pai tem pessoas atrás do Mathew há anos, e o que conseguiram? Nada. Sem pelo menos o rastro do cheiro dele fica impossível localizá-lo já que ele não é burro de não se ocultar com magia. 

Marília sabia que o plano era bom, que havia chances reais de finalmente ficar na cola de Mathew, mas arriscar a vida da sua mulher e do seu filho lhe doía o coração. Mathew não hesitaria em matar Maraisa já que lhe fez tantas outras coisas. 

— Ele não vai me matar, Marília. - Maraisa falou como se tivesse lido os pensamentos da esposa. — Existe algo que ele quer comigo, mas não é pra me matar. Pode ser que ele queira fazer isso depois, mas não é o que deu pra entender. Do jeito que o Austin falou, ele tem planos pra mim. E não me pareceu ter morte no meio. 

Maraisa sentia algo diferente, ela não entendia. Do nada, sentiu uma súbita vontade de vomitar. Não conseguindo segurar, vomitou no chão no quarto. Marília arregalou os olhos ao ver que Maraisa só vomitou sangue. A mesma puxava o ar segurando no pescoço, estava desesperada por ar. 

— Maraisa? Respira, meu bem. Calma. - Marília segurou os ombros de Maraisa para que ela pudesse se erguer. 

A falta de ar ainda estava desesperando Maraisa. Do nada um uivo alto e extremamente assombroso ecoa da garganta dela. Marília tampa os ouvidos no exato momento que ouviu, era agoniante. Ao tirar as mãos dos ouvidos, viu sangue na mesma. 

— O que está acontecendo com você, meu bem? - Perguntou ao ver a boca de Maraisa pingando sangue e a mesma ofegante. 

— Eu não faço ideia, mas não é bom. 

Depois de Bernadete limpar o chão e de Maraisa ter tomado um banho, Marília entra no quarto com uma bandeja. Maraisa enrugou o nariz ao ver um prato cheio de carne e verduras cozidas acompanhado por um copo de suco. 

— Não estou com fome. - Fez beicinho sentindo seu corpo amolecer. — Só quero dormir. 

— Não antes de comer metade desse prato. - Marília enfia o garfo na comida e leva até a boca de Maraisa. — Olha o aviãozinho... 

Maraisa ri e acaba deixando Marília colocar comida em sua boca. Mastigou bem e ao engolir, o vômito subiu a garganta e a mesma colocou tudo pra fora.

— O... O que está acontecendo comigo? 

Apavorada, Marília balançou a cabeça em negação. Ela estava mais perdida que Maraisa e com certeza mais preocupada. O que Maraisa tinha?