14 - Tenho 48 horas

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Marília seguiu a cavalo juntamente com Lari em rumo a divisa do vilarejo com a floresta negra. As duas estavam arfantes devido ao galope do cavalo e a sensação de perigo cada vez mais próxima. Ouviram uivos e sons de luta cada vez mais perto. Resolveram dispensar os cavalos seguindo à pé. 

— Melhor escondermos essas mochilas no alto de alguma árvore por aqui. - Lari sugere. — Transformadas iremos chegar lá mais depressa. 

Marília pega a mochila de Lari e sobe na árvore deixando-as bem escondidas. Nunca se sabe por quanto tempo ficarão na batalha. 

— Vamos, transforme-se! - Marília diz ao descer da árvore. 

Os olhos castanhos de Lari ganham um brilho sem igual e logo um grande lobo surge. Diferentemente de Marília, o lobo de Lari era ainda mais claro e continha uma mancha amarelada cobrindo metade da cabeça. 

Marília seguiu sua irmã e logo estava transformada. Correram por entre as árvores em direção ao confronto. 

— Vamos dar o nosso melhor, irmã. - Lari comunica-se através do pensamento com Marília. 

— A vitória é nossa! 

Chegaram ao local e grande era a sangria. Lobos e vampiros duelando em busca da vitória, em busca dos seus objetivos. Eram centenas, muitos vampiros atacavam os lobos. Mas os lobos não ficavam pra trás. Um lobo castanho claro com um corte na região do olho direto aproxima-se das duas. 

— Maiara e Marcos juntamente com sua alcatéia estão lutando. Vão logo! Alguns já estão ficando sem forças... 

Mário ordenou e assim suas filhas entraram na briga arrancando cabeças de vampiros. Aquilo não parecia que acabaria logo...                                            

xXx 

Já era noite quando Maraisa abre os olhos sobressaltada. Arrependeu-se pelo gesto ao sentir sua costela doer um pouco. Sentou-se na cama e lembrou do que aconteceu antes de adormecer. Sentiu-se envergonhada por ter parecido um animal raivoso na frente da sua sogra, no seu primeiro dia nessa casa. Duas batidas na porta é ouvida e assim Bernadete entra. 

— Vim trazer uns biscoitos com suco pra você, menina. - Ela aproxima-se deixando a bandeja perto de Maraisa. — Sente-se melhor? 

— Estou só um tanto envergonhada. - Maraisa abaixa a cabeça. — Qual o seu nome? 

— Bernadete, menina. - Disse tão amável que fez Maraisa lembrar-se de Andressa. — Por que essa carinha triste? 

— Lembrei-me de alguém que tenho muito afeto maternal, já estou sentindo falta dela. - Murmurou pesarosa. — Enfim, por enquanto que como você poderia me contar como está a situação lá fora, no confronto. 

Bernadete contou tudo o que viu e soube por aqueles que fugiram do confronto temendo a morte. Os vampiros estavam atacando com força, mas ainda não era causa perdida. Os lobos da alcatéia nascente eram bastante habilidosos, mais do que os da crescente. Mas ficava claro que um dependia do outro para vencer essa guerra que iniciou-se. 

— Será que a Marília vai ficar bem? - Perguntou no automático arrependendo-se ao se dar conta do que disse. — E a Lari, o meu pai... 

— Não se condene por ser verdadeira na minha frente. - Bernadete sorriu. — Tenha em mim uma amiga, menina. E tenha fé que a Deusa da lua dará essa vitória nas mãos dos lobos. 

Bernadete recolheu a bandeja prometendo voltar com o chá mais tarde. Maraisa, com muito esforço, levantou-se e foi tomar um banho. Já que provavelmente Marília não voltaria hoje, vestiu uma camisola de tecido negro um pouco transparente. Sua intenção era deixar o corpo respirar um pouco, tanto tecido as vezes era desnecessário. 

Prometida à alfa - Malila g!pOnde histórias criam vida. Descubra agora