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Ele, o homem de cabelos claros e olhos tão azuis quanto o céu e o oceano afora, era meticuloso e para o mesmo, a jovem de cabelos encaracolados era facilmente manipulável. Talvez tivesse razão, ela realmente era. Principalmente ao aceitar ir a cidade em busca de respostas sobre a sua querida avó com ele, mesmo quando uma voz aguda grita para ela a palavra; NÃO. Ela também era teimosa.
E, talvez, nunca escutasse a sua segunda versão e, era isso que acabaria matando a mesma, ou será que não? O farsante estava pronto para iniciar o seu plano e não importa o que aconteça com a jovem, ele conseguiria a todo custo.
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MIA-LENA
Ele me ofereceu a mão e eu pedi socorro. Não conseguiria dormir tranquila sabendo que minha avó precisava de mim, embora eu não soubesse exatamente como ela estava, sabia que precisava da família e bem, eu era a última escolha. Krucis prometeu que iríamos até a cidade quando o sol deixasse a lua brilhar no céu, eu apenas não entendi o motivo de sairmos apenas quando a noite chegasse, para mim, o certo seria irmos agora, enquanto está claro.
– A carona que precisamos estará disponível às seis horas da tarde. – Ele diz, sem me olhar.
– Entendi.
Digo, friamente, olhando para o mesmo. Krucis estava distante, seus olhos não estavam tão claros como o habitual, algo me dizia que ele estava me escondendo algo mas ... O que?
...
– Krucis. Você quer almoçar? – Perguntei, me aproximando dele, que estava sentado em um tronco caído, comendo algo.
– Estou sem fome, obrigado. – Diz, me olhando, a boca suja de vermelho e os dedos sujos de terra.
– O que está comendo aí? É morango?
– Nada! – Foi rude ao dizer – Volte para casa, estou sentindo dor de cabeça e dor no corpo, entende?
Me mostrou seus machucados, me afastei. Esse cara era estranho.
– Ok. – bufei, jogando o pano de prato em sua direção. Ele riu. – Limpe essa boca suja.
Caminhei para dentro de casa mas acabei parando no meio do caminho, olhando em direção a floresta perdida que florescia por detrás do sítio. Lembrei da noite anterior e um arrepio percorreu minha espinha, teria tudo sido um sonho, ou melhor, um pesadelo? Julgo que sim, pois, essa era a única explicação para tudo aquilo, tudo que era irreal, eu estava ficando louca, essa era a explicação mais plausível e cabível para esse momento estressante na minha vida.
Suspiro ao adentrar a cozinha, estava quente, muito quente, talvez fosse o forno, eu estava preparando panquecas e as janelas que estavam emperradas, nem os braços musculosos de Krucis foram capazes de abri-las, eu precisava urgentemente de um banho, um banho longo e calmo. Porém, os animais lá fora estão mais agitados do que o normal, Krucis disse que é por causa da semana do agouro, eu não entendia muito bem mas preferia acreditar nele e sentir um certo receio em aceitar sair pela noitinha, teríamos que andar por alguns quilômetros até chegar a essa tal carona.
– Acho que preciso de um banho. – Krucis diz, passando pelo corredor que ligava a cozinha ao banheiro de hóspedes.
– É todo seu.
Digo, olhando diretamente para sua camiseta totalmente ensopada e suja de vermelho e terra, o que esse cara estava fazendo para estar tão destruído assim?
– Preciso de uma toalha, você poderia arrumar uma para mim?
Concordo, largando o que estava no forno e caminhando rapidamente ao quarto, minha avó escondia tudo em seu armário. Tudo mesmo, encontrei algumas coisas que eu não gostaria de ter visto tão cedo, vovó era sem vergonha. Era. Essa palavra embrulha meu estômago, o medo de não saber o que fazer acabava comigo, a insegurança, aquele sentimento de não servir para nada, incapacidade. Eu odiava tudo isso. Respirei fundo, tirando a toalha da gaveta, indo em direção ao banheiro de Krucis, mal toquei na porta e a mesma abriu, mostrando a metade de um Krucis, completando abalado, os olhos dele estavam completamente inundados, o nariz e as bochechas avermelhados.
– Aconteceu alguma coisa? Você está sentindo dor?
Perguntei, receosa. Ele negou, dando um leve sorriso.
– É o calor, essa mudança drástica do clima anda acabando comigo, você não sente o mesmo? – puxou a toalha de minha mão, fechando a porta por completo.
Ele está mentindo.
Pensei, mas por que está mentindo para mim?
Será que ele sabe de alguma coisa?
Alguma coisa aconteceu com a vovó e ele não quer me contar? Meu Deus, Krucis. Não me deixe mais louca ainda.
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Dois Companheiros
Werewolf|Obra recomendada para maiores de dezoito anos| ❌️PODENDO CONTER GATILHO❌️ "Dois irmãos, idênticos. Mas com personalidades tão distintas. Um era como o sol, te queimava por inteiro e te deixava feliz. O outro, como a lua, silencioso, porém sempre...