XXIX -

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Respirando fundo, a mão soava e seus olhos piscavam em aflição, seus pés não paravam quietos, ela balançava os mesmos em um ritmo acelerado. Ansiosa, enquanto esperava o mesmo sair do banheiro. Não sabia o que fazer ou dizer.

"O que foi aquilo?"

Pensou ela, sentindo dor de cabeça, estava pensando demais e isso estava deixando-a louca. Quando enfim Edgar saiu do banheiro, vestindo apenas uma toalha amarrada na cintura, a menina gelou, boquiaberta. Realmente, ele não facilitava.

– Vista-se. – ela pediu, virando o rosto na direção contrária, tentando inutilmente controlar o calor que atingiu suas maçãs.

– Hã? Por que? Está quente aqui, não quero me vestir. – queixou-se, sentando-se ao seu lado.

– Irei ao banheiro. – ela levantou-se rapidamente, correndo em direção ao banheiro, tropeçando nos próprios pés. Ao entrar, trancou a porta, sentou sobre a tampa do vaso e bufou, algo entre suas pernas estava quente e ela não sabia explicar o que era.

Pensando rápido, ela despiu-se, ligando o chuveiro e entrando embaixo da água fria, apagando seu fogo e levando embora pelo ralo seu ânimo.  Em meio a devaneios, ela despertou ao notar batidas na porta, desligou o registro e cobriu-se com uma toalha, enrolando-a em volta de seu corpo, agarrando a aba com força, sentindo medo apenas ao imaginar a mesma escorregando de suas mãos...

– Não tenho o dia todo, Mia. – um Edgar brincalhão zombou do outro lado, rindo.

– Já estou saindo!

– O que tanto faz nesse banheiro? Já está aí há...

Ele calou-se assim que a viu sair, seus olhos percorrerem por todo corpo dela, parando por mais tempo em algumas partes específicas. Ele sorriu, com as bochechas vermelhas, pronto para falar mas foi cortado com rispidez.

– Está vazio, use-o.

Mia-lena afastou-se tão rápido que Edgar mal pode raciocinar. Ele não entendia seus pensamentos, estavam muito embaralhados, seu lobo interior uivava e latia, o que era estranho, geralmente ele não fazia isso. Ao entrar no banheiro suas narinas inflaram, caçando todo o odor impregnado ali, o cheiro do sabonete; do shampoo; condicionador; creme de pele e principalmente, o cheiro do quase cio dela. Levando suas mãos ásperas até o rosto ele bufou. Não conseguia acreditar que ela estava entrando no cio, era cedo demais, eles mal se conheciam e ele ainda mal havia convencido-a de conhecer sua alcateia... Quer dizer, antiga alcateia. Mas ele não iria comentar sobre, não queria sobrecarregá-la, se ela quiser terá livre acesso ao corpo dele, quantas vezes quiser.

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– Você acha que devemos procurar umas lamparinas? – ele perguntou, observando-a, parada do outro lado do cômodo, tentando convencer a si mesma que conseguiria controlar seus sentimentos e instinto.

– Ahn ... T-Talvez devemos? – gaguejou, sem olhá-lo. Edgar riu disfarçadamente.

– Sim. Está escuro e eu queria poder te olhar melhor, entende? Com a claridade das lamparinas eu posso te observar melhor...

Ele zombou, vendo a menina arfar. Era isso que ele queria, queria que seu corpo demonstrasse o que ele causava nela, gostava das mensagens que ele recebia em troca, mensagens silenciosas porém muito receptivas. Mas o que a jovem de cabelos encaracolados não sabia era que sim, ele conseguia vê-la e prestava atenção em cada movimento que ela fazia, conseguia ouvi-la, cada respiração entre-cortada e o farfalhar da calça jeans quando ela esfregava uma coxa contra a outra em uma tentativa falha de afastar a queimação que sentia em sua intimidade.

– Prefiro que fiquemos no escuro, Ed. – disse ela, apertando os dedos, estralando os mesmos, fazendo o barulho ecoar na cabeça de Edgar. Ele respirou fundo, algo que ele não fazia ideia de que pudesse ser tão doloroso, ao fazer isso ele podia sentir o odor quente e doce exalando.

"Merda! Por que isso tinha que acontecer logo agora?" Pensara ele, em um pensamento de suplício. Não poderia fazer nada para aquietar a sua amada, não agora, não era noite de lua cheia, então ele não poderia tocá-la por enquanto.

– Irei deitar-me, com licença... – ela levantou rápido, trombando na perna de Edgar, marchando para o quarto, batendo a porta em seguida.

Edgar frustrou-se, zangado, coçando o rosto com certa violência, ele não aguentava, seu corpo arrepiava e ele sentia sua pele arder em chamas. Ela estava chamando por ele, o mesmo sentia. Então, levantou-se, violentamente e dirigiu-se apressado até o quarto, entrando com pressa, vendo uma Mia-lena quieta e encolhida no canto da cama, respirando fundo. Ela o olhou, ele podia ver a pupila dilatada, sentia o medo dela.

– Vai ficar tudo bem, não se preocupe com isso, é normal entre a gente...

Estou queimando por dentro, Edgar, me ajude por favor...

Ela implorou em sussurros delicados e muito charmosos. Edgar ficou parado na porta, com os olhos fixos aos de Mia-lena, pensando no que poderia fazer para ajudá-la, tentando controlar seu lobo interior que ordenava que ele a tomasse ali mesmo, aliás ela já era dele, que mal tinha?

Que se foda! – rosna, avançando contra a cama, puxando Mia-lena pelo calcanhar e abocanhando sua boca com força e desejo.

Ele não poderia tê-la agora mas que mal havia em tocá-la? Satisfazer os desejos de sua amada? Ele não deixaria que ela sofresse, iria cuidar muito bem dela, inclusive nesse quesito.

Me possua... – Mia-lena pediu, entre suspiros e gemidos.

– Não podemos, Mia... – ele a afastou, tentando controlar-se mas ela voltou a puxá-lo para mais perto.

Por favor...

Ali ele não podia resistir, não quando uma Mia com bochechas rosadas, lábios vermelhos e os olhos famintos implorava para ser fodida.

– Não posso dizer não a minha companheira. – ele sorriu, começando a se despir mas algo os parou.

Ou melhor, alguém, com batidas violentas contra a porta, assustando Mia-lena que saiu completamente do transe, ficando constrangida.

– Fique aqui, não saia. – Edgar pediu, extremamente irritado, sabia muito bem quem estava os atrapalhando e se controlava para não matar.

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