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- O que você faz aqui?! - perguntou ele, sutil, porém amargo. A tristeza e ira em seus olhos era visível, mesmo que ele tentasse controlar.

Pensou que ao abrir a porta veria seu querido irmão mas na verdade, viu apenas uma Catleya ranzinza e mandona.

- Senhor, você precisa voltar, precisamos de um herdeiro de sangue para nos controlar...

- Catleya - ele diz, ríspido, assustando-a, geralmente ele não chamava-a pelo nome completo, apenas por apelido —, não desejo voltar. Isso já foi deixado bem claro para o meu irmão, por que você está aqui? Creio que Ivan a contatou sobre isso, ou não? - disse apontando para si mesmo e depois em volta.

Cat suspirou, tentando não olhá-lo, não esperava encontrá-lo daquele jeito, com aquele cheiro forte de feromônio exalando por todo o lugar.

"Merda, Eddie... Por que você faz isso comigo?"

Pensou ela, apertando os punhos.

– Você realmente não irá voltar? Prefere ficar aqui com alguém que você mal conhece?

– Ela é minha companheira.

Edgar foi curto e grosso. Cortando todas as esperanças que Catleya ainda nutria e guardava a sete chaves.

– Eu não posso acreditar nisso... - ela soltou, entre dentes, olhando diretamente para Edgar.

Edgar observou a feição da mulher, aqueles olhos outrora esperançosos, agora restara apenas dor e remorso. Ele sabia dos sentimentos dela, sempre soube mas preferiu manter-se afastado porque sempre pensou que Ivan gostava dela, até perceber que Ivan parecia não gostar de ninguém além de si mesmo e claro, dele. Mas agora, olhando para a mulher de cabelos negros e lisos, notou que naqueles olhos tinham mais que mágoa, tinha algo que ele não pudera decifrar e preferia não fazê-lo. Apenas poderia manter-se afastado e claro, afastar Mia dela.

– Pois acredite. Ela é minha companheira e eu não pretendo abandoná-la, Catleya. Você sabe muito bem que companheiros de alma são difíceis de encontrar, agora ela está aqui, comigo e nada e nem ninguém poderá me afastar dela. Nem você e muito menos Ivan. E caso ele tenha pedido para você tentar me convencer, digo que não repita a fazê-lo ou terei que tomar uma medida drástica...

Ele não queria ser mau educado com ela, muito menos ser tão descontrolado mas notou que ela apenas respeitava o mesmo quando ele usava de sua dominância. Ela engoliu seco, a saliva escorreu rasgando sua garganta, seu coração estava despedaçado, principalmente ao notar que no fundo da sala a jovem que roubou o seu companheiro estava os observando. Cat suspirou, apertando os punhos com força, torcendo os dedos, arranhando as próprias mãos ao cravar tão fundo as unhas em si ... Ela queria fazer algo, queria adentrar aquele lugar e matar a espúria mas não poderia, não por enquanto. Para destruí-la, ela teria que trazê-la para mais perto, onde poderia acabar com a mesma sem que descobrissem.

E então, ela fez algo que jamais imaginou.

– Você... – tentou se aproximar, sendo impedida imediatamente por um Edgar zangado.

– O que pensa que está fazendo?

– Por favor... – ela continuou, fingindo estar chorando – Venha conosco, eu não sei o seu nome mas sei que você não permitirá que uma Alcateia inteira sucumba pela falta de seu Beta, ou irá?

Ela disse, com melancolia. Mia-lena apenas lançou um olhar suplício para Edgar, sem entender muito bem, no entanto, ao olhá-lo ela viu em seus olhos que ele estava triste e sabia que talvez Catleya estivesse certa. Ele precisava voltar.

– Me deixe pensar. Prometo que não irei demorar em dar uma resposta. – Mia diz, séria, porém a voz falha.

Ela não tinha coragem de sair do seu local de conforto e enfrentar novas pessoas, pessoas essas que de alguma forma podiam se transformar em lobos. Ela estava assustada, principalmente ao saber que ela também era um deles mas, no fundo algo a dizia que ela não deveria ir, talvez seu subconsciente martelando que ela não seria aceita, como se ela fosse uma praga. No entanto, outra coisa implorava que ela seguisse Edgar, pois o mesmo subconsciente alertava que ela encontraria algo muito bom pelo caminho mas o que?

Talvez ela nunca soubesse se não tentasse e ela estava cansada disso. Cansada de ter medo, seja lá o que ela fosse, ela não era algo fraco e não deveria agir como tal. Mesmo assim, iria pensar mais a respeito e logo daria sua resposta a Edgar e a mulher curiosamente amedrontadora a sua frente.

– Você terá todo tempo que quiser, Mia. Eu não irei te obrigar a ir conosco mas, saiba que em qualquer decisão que você tomar, eu irei te proteger, hoje e sempre. – Edgar diz, sorrindo.

Mia-lena concorda, talvez ela realmente quisesse aquele homem para ela, ou seja lá o que ele fosse, porém, ele era dela, nisso ela tinha certeza mas... Por que ao olhá-lo ela sentia que faltava algo?

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SEM REVISÃO...

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