Virou-se, dando de cara com uma mulher um pouco mais alta que a mesma e dona de um par de olhos enigmáticos. A mulher olhou-a dos pés a cabeça, desdenhando e de repente, um sorriso brincou em seus lábios e logo, o homem que ela havia visto mais cedo estava ali, parado ao seu lado, completamente nú. Mia-lena fechou os olhos, bastante envergonhada e com as bochechas coradas.
- Delta. - ele disse, fazendo uma pequena reverência.
A delta rosnou, um pouco alegre por vê-lo, estava procurando pelo mesmo há horas, eles estavam bem distantes de sua aldeia.
- Precisamos ir, Edgar. Esse lugar pertence a outro Alfa...
Sua fala foi cortada por um rosnado furioso e em segundos Krucis estava com eles, olhando diretamente para Mia-lena.
- Olha o que você fez, bastardo! - Krucis rosna, voltando a sua forma humana.
Era muito para Mia-lena, a jovem em uma única noite presenciou dois homens ficarem completamente nus bem em frente ao seus olhos, sua vergonha era tanta que a fazia querer desmaiar.
- Bastardo? - a delta vociferou, com raiva.
A vontade da mesma era partir para cima de Krucis e mostrá-lo quem era verdadeiramente um bastardo ali. Mas claro, seu Beta não permitiria, apenas queria pegar Mia-lena e partir para longe, porém, não seria tão fácil.
- Krucis, meu caro e conhecido amigo, eu já disse, ela é minha ...
A delta estremeceu, olhando diretamente para Mia-lena, os olhos em fúria. Descrente, era ela ali? A futura luna de Water Pack? Impossível!
- Meu Senhor, isso é verdade? - indagou, esperando por uma resposta negativa mas a mesma não veio. Fazendo-a recuar, suas mãos estavam trêmulas e seus lábios secaram, no entanto, a delta demonstrou ser inabalável.
- É verdade e ela irá partir conosco...
- Eu não vou.
Mia-lena decidiu dizer, fazendo todos os olhos serem direcionados a mesma. Ela estava convicta, não iria partir com um completo desconhecido, de louco já bastava Krucis.
- Você vai...
- Eu não vou, eu nem ao menos conheço você! - rebateu a de cabelos cacheados.
Edgar rosnou, revirando os olhos, enquanto Krucis e a delta sorriam.
- Ela está certa senhor, ela não nos conhece e muito menos nós a ela. Não precisamos de uma transmutada em nosso bando...
Edgar rosnou, alto e com uma dominância invejável.
- Respeite-a, Catleya. Ela irá conosco ou ... - ele virou-se rápido, agarrando a menina de olhos castanhos pelos ombros - Eu ficarei com ela, até que a mesma me conheça o suficiente para confiar em mim...
Mia-lena suspirou, sendo correspondida por rosnados de desdém e fúria. Krucis ainda não conseguia aceitar sua perca, uma fêmea recém transformada valia muito. Ele voltaria ao pódio se conseguisse tê-la.
"Maldito seja!"
Pensou ele, marchando para longe. Ali, sua batalha havia terminado, não poderia disputar uma fêmea com Edgar, por enquanto.
- E o que eu faço agora? - Catleya perguntou-se, alto demais e rapidamente rezou para que seu beta não ouvisse-a.
Tarde demais.
- Volte para a alcateia e avise aos demais. Avise-os que encontrei nossa luna.
Catleya concordou, a contra gosto. Não queria seguir suas ordens mas não poderia desrespeitá-lo, ela era sua única e melhor delta e devia sua lealdade ao mesmo. Virou-se para partir logo dali, com o coração na boca, o que seu bando pensaria ao descobrir que sua Luna é uma transmutada? Mas lembrou-se de algo, ou melhor, alguém.
- O que digo ao Alfa? - perguntou ela, cabisbaixa.
Edgar lembrou-se do seu irmão e um sorriso presunçoso surgiu em seus lábios.
- Diga ao mesmo que eu encontrei minha companheira e que ele, perdeu essa aposta.
Catleya sorriu, o primeiro sorriso sincero e ela achava que nunca mais pudesse sorrir. Não agora. A mesma retirou a capa que cobria seu corpo, deixando-a completamente nua e de repente, transformou-se em um grito agudo e correu para longe, em uma velocidade sobre-humana.
- Meu Deus...
Mia-lena sussurrou, assustada. Coçou as têmporas diversas vezes, afim de acordar desse pesadelo e na segunda vez que o fez, ao abrir os olhos, deparou-se com Edgar parado em sua frente, olhando fixamente em seus olhos. Ela corou.
- Onde vamos, senhorita...
Mia-lena ponderou, não queria contá-lo sobre a mesma, na verdade não queria estar sozinha ali com ele. Mesmo sentindo-se completamente protegida.
- Mia-lena. - bufou, cruzando os braços.
- Mia-lena? Hum. - ele sorriu - Um nome diferente, não é mesmo?
Passou os braços sobre os ombros da jovem e puxou-a para mais perto, cheirando seu cabelo e pescoço.
- Você cheira muito bem, sabia? - dedurou, risonho.
Mas seu riso foi desperso ao ouvi-la chorar.
- Por favor, não me machuquem. E-eu não quero morrer...
Ela praticamente soluçava, bem ali, em frente aos seus olhos. Edgar afastou-se, não muito, queria deixá-la ter seu espaço, mesmo que esse fosse mínimo.
- Ei, calma. O que te faz pensar que eu possa machucá-la?
Mia-lena rapidamente desceu os olhos sobre seu corpo nú, fazendo com que Edgar lembrasse que ela não era como ele, ainda.
- Ah - coçou a cabeça, um pouco envergonhado -, tudo bem, me desculpe por isso. Não irá acontecer novamente, no momento, apenas tente não olhá-lo muito, embora seja difícil dele passar desapercebido...
Riu, olhando diretamente para seu membro, fazendo com que Mia-lena girasse seus olhos na órbita, irritada e envergonhada pelo seu comentário.
- Tudo bem, agora o mais importante, para onde vamos, minha Mia-lena...
- Eu não sou sua. - ela cortou sua animação.
Ele suspirou, pensando o quão seria difícil dominar seu lado humano.
- Ok - deu-se por vencido -, onde iremos, Mia-lena?
A jovem olhou para frente, confusa, sentindo-se completamente perdida. Não lembrava de onde veio e para onde deveria seguir.
- Não sabe? - perguntou ele, ela apenas abaixou a cabeça, envergonhada.
- Ok, não precisa sentir vergonha. Eu encontro sei lá o que estejamos procurando. - disse, espetando o nariz, farejando o local.
Mia-lena percebeu seus olhos mudarem de cor e um sorriso atraente brotou dos lábios dele.
- Achei.
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Dois Companheiros
Werewolf|Obra recomendada para maiores de dezoito anos| ❌️PODENDO CONTER GATILHO❌️ "Dois irmãos, idênticos. Mas com personalidades tão distintas. Um era como o sol, te queimava por inteiro e te deixava feliz. O outro, como a lua, silencioso, porém sempre...