55 - Cúmplices de Uma Fuga

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P.O.V JEON JUNGKOOK

Depois da luta eu não havia visto mais meu pai, estava tudo tranquilo, o que era estranho, o rosto dele ainda estava pouco inchado e com cicatrizes, mas isso não era o que me atormentava, o sorriso dele enquanto eu apanhava caído no chão me assombrava os sonhos desde então, no porão ele não costumava sorrir, seus olhos vermelhos de ódio eram o mais marcante em minha memória enquanto me batia, mas dessa vez ele sorria, como quem estava feliz em me ver sofrendo ali, sangrando. Ele era sádico, estava se divertindo com aquela tortura que eu sofria, diferente do Prefeito Jones que sequer prestava atenção, era suspeito, o tal não havia saído do celular durante toda a luta, mas foi obrigado a me entregar o cinturão da liga e eu fiz questão de olhá-lo nos olhos com a cabeça arqueada enquanto ele o fazia.

Estava tudo muito quieto, ainda que o fato de alguém ter pago a fiança do Ruel e molhado a mão dos organizadores da competição só para ele lutar contra mim na final, mesmo estando de liberdade provisória e usando tornozeleira, fosse suspeito. Isso não saía da minha cabeça, tinha coisa por trás disso e eu descobriria o que era ou quem era, e algo me dizia que tinha dedo do meu pai nisso, ele estava muito satisfeito ao me ver no chão daquele ringue. Gollen era envolvido com muitos crimes, vandalismo, drogas, brigas, agressões, porte de arma de fogo com numeração raspada, modificação de carros, gangue organizada e muito mais, havia algo por trás dessa liberação dele da cadeia.

Era sábado a tarde, aquela havia sido a primeira noite que eu passei na minha casa sem a SN, já estava mal acostumado, a cama ficava vazia sem ela, era como se tudo ao meu redor sentisse falta da vocalista. Não tínhamos falado muito hoje e como aos sábados eu não trabalhava, aproveitei para descansar como não descansava há muito tempo, era estranho, mas minha mente estava exausta e não desligava por nada.

Sentado no sofá da sala, eu tocava minha guitarra especial, compondo uma música nova em meu velho caderninho, eu tentava distrair minha mente e colocar tudo para fora, tudo que eu estava sentindo depois de tudo, o quanto minha cabeça estava confusa desde os últimos acontecimentos, acho que eu nunca tinha realmente pensado em desafiar o meu pai, principalmente bater nele ou sair de casa, não que eu não quisesse, mas querer e fazer são coisas diferentes, eu nunca pensei que tivesse toda essa coragem, a cada dia eu me descobria mais forte do que eu imaginava.

Ainda sim estar sozinho era novo para mim, tinha muito o que me acostumar e escutar meu celular tocar com o contato "Gatinha", com ela me chamando para sair, fora para mim como uma zona de escape dos meus próprios pensamento.

-Guitarrista, topa fazer uma loucura comigo? - Ela perguntou.

-Agora! - Sorri colocando a guitarra de lado.

-Não está ocupado? Se for te atrapalhar, eu me viro.

-Eu nem tô fazendo nada - Ri.

-Pode vir até aqui? Preciso que me ajude com algo - Ela disse.

-É para já, gatinha... Tô saindo agora, chego aí em quinze - Puxei a jaqueta jogada no encosto do sofá, já me levantando em direção a porta.

-Não vai nem me perguntar o que é? - Ela riu.

-E isso importa? - Perguntei pegando minhas chaves e carteira jogados no móvel ao lado da porta.

-Deveria, não? - Ela ria se divertindo com minha reação.

-Eu posso ser preso? - Perguntei.

-Talvez...

O Amor Que Ela Me Roubou 🎸 Acordes e Demônios 🎸 +jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora