Melinda Winfred é uma boa garota. Ama sua família mais que tudo e ama cafés amargos também.
Em seu último ano na Universidade de Montreal, no Canadá, Melinda conhece o astro de hóquei universitário Colin Balenger.
Ou Sebastian para os íntimos.
Col...
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Abro um sorriso ao ver a nota perfeita escrita de maneira quase inelegível sobre o papel do último teste na semana passada. Todos ao meu redor choramingam e reclamam como bebês após a decepção.
O professor demônio fez questão de dizer a todos da sala que apenas uma pessoa conseguiu se sair bem, mas graças a mínima humanidade existente naquela alma, ele não citou meu nome.
—Não sei como chegaram até aqui sem saber sobre o assunto, mas meu trabalho será obrigá-los a formarem sabendo mais sobre essa matéria que qualquer outra.—Afirma com a voz trêmula de velhote gagá.
Todos começam a se levantar para ir embora com suas expressões tristes e raivosas, enquanto eu tento controlar o sorriso de alegria que quer espremer minhas bochechas.
Antes que eu possa subir os pequenos degrais até a saída, meu corpo é chocado contra algo firme e graças as mãos quentes que seguram meu braço e minha cintura, eu não caio escadaria a baixo. Prendo a respiração pelo susto e só solto quando estou no topo, com chão abaixo dos meus pés e a certeza de que não vou cair.
—Droga.—Murmuro. Quando levanto o olhar, vejo o jogador que dominou meus pensamentos por alguns dias.—Você.
Acuso.
Colin sorri de canto e coça o pescoço em claro sinal de nervosismo. Seu corpo está coberto por uma camisa dos Canadiens e uma jaqueta escura por cima. Na cabeça há um boné também escuro e as luvas estão penduradas no bolso do jeans claro.
—Me desculpe, Melinda.—Pede com sua voz grave e se abaixa para pegar minhas coisas que caíram.—É que não te vi.
Espremo meus lábios.
Sei que ele é enorme, mas eu não sou uma mulher baixa. Meus 1,78 metro devem ser respeitados e vistos.
—Tudo bem.—Balanço a cabeça e vou pegando minhas coisas de suas mãos.—Obrigado.
—Ao menos não te deixei molhada dessa vez.—Brinca.
Preciso desviar nossos olhares para não gargalhar com a merda da minha mente de quinta série.
Ainda não me deixou molhada, mas sem ar...
—Estou acostumada em ser empurrada, molhada e derrubada.—Falo dando de ombros e o vejo erguer uma sobrancelha castanha.—Claro que não, né?
Colin dá risada e me oferece meus pertences. Puxo meu teste, mas ele segura mais firme olhando para o conteúdo do papel.
—Caralho, você foi muito bem.—Ergue os olhos para mim enquanto sorri os esmagando com as bochechas. Assim é possível ver as covinhas se afundando em seu rosto. Ele fica bonito assim. Mais bonito do que já é.—Eu sou uma negação nessa matéria.
Ergue seu próprio teste, comprovando o que falou. Faço uma careta.
—Quase todo mundo da turma foi com essa nota, não se sinta mal. O professor demônio é assim mesmo.—Comento dando de ombros e escuto a gargalhada do garoto. Acho que Colin não percebe como cada ação sua chama a atenção das pessoas ao redor.
—Menos você.—Fala.—Foi bom te ver de novo. Não sabia que tínhamos aulas juntos.
Meu coração dá um pulo com essa fala.
Ah, Colin. É sempre um prazer olhar para você.
—Ah.—Sorrio sem jeito.—Também não sabia, mas é bom ver você. Boa sorte com a matéria.
Aperto meus livros mais ao peito e volto meu trajeto até a saída.
—Melinda.—Colin chama me fazendo parar no lugar. O brutamontes anda até mim em passos largos.—O que vai fazer agora?
Puta merda.
Olho o relógio no meu pulso vendo que minha próxima aula será uma palestra no auditório. Volto meus olhos para o jogador e o vejo brilhando em expectativa, ou talvez seja meu astigmatismo.
—Tenho uma palestra para assistir, mas...—Ele não me deixa terminar.