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—É horrível

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—É horrível.—Balenger exclama ao bebericar o chá de ervas.—Como consegue tomar isso?

Dou uma risada e me preparo para dar um gole na bomba de diabetes a minha frente.

A xícara em formato de uma abóbora me traz a certeza de que será uma bebida extremamente perigosa para a saúde, mas o vapor subindo pela camada de chantilly pontua a favor.

Os olhos castanhos de Colin me encaram cheios de expectativas, e aguardam ansiosamente para que eu beba.

—Não deve ser tão ruim.—Murmuro para mim mesma.

Subo a xícara até os lábios, sentindo o cheiro adicicado e muito bom. Assim que o líquido quente e grosso desce pela minha garganta, aquecendo tudo dentro de mim, uma explosão de sabores invade minha boca.

—E aí?—Colin pergunta erguendo as sobrancelhas.

Preciso tomar um gole maior.

Fecho os olhos e solto um gemido de satisfação.

—É muito bom.—Afirmo abrindo meus olhos e dando de cara com um sorriso largo e uma expressão convencida.—Isso deve ter me retirado uns bons três anos de vida.

O jogador revira os olhos e puxa o copo das minhas mãos.

—Pare de se preocupar com isso.—Fala enquanto beberica a bebida.

Se torna mais engraçado com as mãos enormes segurando delicadamente o copo, enquanto leva uma abóbora de porcelana até os lábios.

—Definitivamente é a melhor bebida de todas.—Afirma voltando o copo a mesa.—Deixa essas aqui no chinelo.

Aponta para o meu café com desdém.

Após algum tempo falando sobre as bebidas, pedimos um bolinho da minha escola e um da dele, apenas para criar mais uma competição boba.

—Eu sou uma péssima canadense.—Afirmo terminando de mastigar a torta amanteigada que derrete na língua.—Você me chamou de Chaton aquela noite, e eu só fui entender pesquisando no tradutor.

Isso é o suficiente para trazer rubor as bochechas de Colin.

Ele coça a nunca sorrindo de canto.

—Eu cresci em um lugar onde só falavam francês.—Explica dando de ombros.—O inglês sempre foi a segunda língua, só me esforcei quando vim para a faculdade e percebi que todos falavam inglês.

Assinto aos poucos.

—Eu sou do interior, e lá não há muitos falantes de francês.—Falo.—Sei só o básico. Mas... Não acha Chaton um apelido um pouco brega?

Questiono com a sobrancelha erguida, enquanto deixo o sorriso alargar no meu rosto.

—Prefere gatinha?—Pergunta sugestivo e eu quase me engasgo.—Prefiro falar em inglês, já que você vai entender exatamente o que estou dizendo.

Mordo minha bochecha desviando nossos olhares.

Ouço uma risadinha convencida.

—Que tal me chamar de Melinda? Ou Mel?—Sugiro.

Ele nega estalando a língua.

—Muito comum.—Desdenha.—Gosto de ser único.

Mordo meu lábio sorrindo e balanço a cabeça em negação.

—O motivo de me chamar de Chaton, foi por eu ter o mesmo nome da sua gatinha?—Pergunto.

Ele assente.

—Isso mesmo, gatinha.—Provoca com um sorriso de canto e puxa minha torta para morder um pedaço.

—Se torna mais brega ainda.—Falo entre risadas.

—Eu sei que no fundo você acha descolado.—Colin brinca.—Gatinha.

Bato a mão na testa incrédula. As pessoas ao redor começam a nos encarar por conta da minha risada nada delicada.

—É o apelido mais bobo que conheço, Colin.—Exaspero.

Tá, talvez bem no fundo eu ache fofo ele me chamar assim, mas prefiro manter a pose.

—Quer bolo, gatinha?—Ele me ignora.

Passamos horas conversando e rindo naquela lanchonete.

Colin Balenger é o cara mais sensível e gentil que já conheci.

Ele ri das minhas piadas sem graça, não critica quando falo alguma coisa autodepreciativa, e ainda colabora aumentando as piadinhas e me fazendo gargalhar alto.

Ele tem covinhas e tem as mãos bonitas e grandes.

Seus olhos brilham quando está comendo e seus lábios são rosados todo tempo.

Descobri que ele se chama Sebastian Colin Balenger, e não revelei que esse é o meu nome favorito, mas disse que o chamaria de Sebastian sempre.

Ele sorriu e aceitou.

Agora estamos parados na porta do meu dormitório, com os mínimos raios de sol indo embora, enquanto ergo a camisa cheirosa para ele.

—Muito obrigado.—Agradeço sorrindo.

—Obrigado por hoje.—Colin diz seriamente.—É divertido estar com você.

Meu peito incha com essas palavras.

—Mesmo com meu gosto duvidoso e minha alma amargurada?—Brinco empurrando de leve seu ombro. Colin ri baixando a cabeça.

—Isso te faz ser mais divertida.—Afirma.—Que tal se... Ah...—Ele coça a nuca.—Que tal se a gente sair qualquer dia desses?

Prendo o ar nos pulmões.

Dou uma risadinha sem graça e limpo o suor das mãos na calça jeans.

—Ah... Acho que isso seria legal.—Afirmo colocando meu cabelo atrás da orelha.—Posso fazer uma lista de cafés que precisamos experimentar da próxima vez.

Colin sorri assentindo.

—Te vejo por aí, gatinha.—Se despede com um beijo na minha bochecha.—Tchau.

Sussurra ainda próximo ao meu rosto.

Sussurra ainda próximo ao meu rosto

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Querido SebastianOnde histórias criam vida. Descubra agora