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Olho para todas as minhas opções de roupas sugeridas por Kristen e espalhadas sobre a cama

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Olho para todas as minhas opções de roupas sugeridas por Kristen e espalhadas sobre a cama.

—É só um jogo.—Falo.—Não uma festa de gala.

Kristen revira seus olhos azuis nas órbitas.

—Vamos em uma festa depois.—Fala me empurrando com o ombro.—Não é de gala, mas sim pior: Uma festa universitária com o boy que você quer transar.

Dou uma gargalhada.

—Quem falou que quero transar com ele?—Indago com a mão espalmada no peito.

—Sua cara de safada.—Aponta para o meu nariz.—Eu voto na saia de paetê com o body preto e a jaqueta de couro combinando.

Faço uma careta.

—Eu voto no jeans preto, a blusa do time preta e a jaqueta de couro.—Aponto para o look mais decente.

—Eu odeio jeans.—Murmura com desdém.

—Mas você vai de jeans.—Rebato incrédula.

—Mas eu não vou transar com ninguém.—Devolve afiada.

—Sabe que a Margot Robbie vai assim para jogos de hóquei, não sabe?—Questiono apontando para minha escolha.—A Kendall Jenner, a Hailey antes de ser Bieber também.

Kristen arregala os olhos e gargalha batendo a mão na coxa como uma perfeita ex-paciente de um hospício (tal qual ela fugiu).

—Mas você não é nenhuma delas, Melinda.—Cantarola saindo de perto.

Eu troco a blusa de time pelo body preto, apenas para que minha amiga não fique me encarando com a expressão fechada. Coloco o boné com o escudo do time e pego meus óculos de grau com as armações douradas.

Se Sebastian quer que eu o veja fazer gols, será necessário um sacrifício.

Usar meus óculos de grau é como ter que sair pelada na rua. Me sinto o ser mais feio da Terra.

Minhas lentes não estão prontas ainda, por isso tenho que voltar a usar os óculos que há tanto tempo não ficavam na minha cara.

Me olho no espelho e me agrado com o resultado final.

Kris dirige até o estádio ainda dentro do campus, mas longe dos nossos dormitórios. Há muita gente transitando ao entorno, isso me causa um frio na barriga.

O estádio mais à frente está iluminado e já posso escutar a música que vem lá de dentro.

—Seu primeiro jogo de hóquei.—Kristen exclama quando já estamos dentro do estádio procurando onde nos sentar.

—O quê? Eu já assisti jogos de hóquei na vida, Kristen. Só não o time daqui.—Explico com a testa franzida, mas minha amiga ignora.

Depois de pelo menos meia hora, finalmente uma voz ecoa pelo estádio para começar a anunciar o jogo. Eles começam a falar sobre os jogadores titulares e mais algumas coisas que eu não entendo nada.

A única palavra que consigo compreender em meio a tantas, é: Colin Balenger.

A foto dele sorrindo aparece no telão e algumas pessoas gritam e assobiam com isso.

Sei que o jogador tem uma legião grande de fãs, principalmente depois das olimpíadas, mas ainda é tão estranho saber que esse cara é um garoto universitário comum e tímido que gosta de cafés doces e tortas amanteigadas, e ao mesmo tempo um fenômeno nacional.

—Vai começar.—Minha amiga aponta para o rinque de gelo com o escudo da universidade refletido ao centro.

Os jogadores começam a entrar dentro do rinque patinando com muita habilidade, e ainda cumprimentando as pessoas presentes com acenos e levantando seus tacos ao alto.

É difícil reconhecer Sebastian dentro daqueles equipamentos, mas Kristen aponta para o camisa 86 que encara a arquibancada a procura de algo.

Meu coração quer acreditar que sou eu.

Mas a parte racional em mim insiste que ele apenas passa os olhos procurando por parentes ou amigos.

Ajeito meus óculos de uma maneira tão natural que quase acredito fazer parte de mim. O jogo a minha frente acontece com muitas quedas brutais, empurrões e até mesmo socos. Fico tão assustada, que nem mesmo olho para o rinque a todo tempo.

Mas de repente, sem entender de que maneira aconteceu, a sirene vermelha brilha em cima de uma das redes e o telão explode em reprises e avisos de que um gol aconteceu.

Assim que vejo os números de Colin brilharem ao alto e as pessoas gritarem e assobiarem pelas arquibancadas, meu peito explode em adrenalina.

Sebastian pontuou.

E a maneira como ele patina com os amigos o empurrando e comentando pelo ponto me faz ficar ainda mais empolgada.

É meu.

Aquele gol foi para mim.

Suspiro pesadamente e ergo minhas mãos para o alto para comemorar, gritando e abraçando minha amiga ao meu lado.

Querido SebastianOnde histórias criam vida. Descubra agora